Apoio Inesperado II

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***Esteban

Depois que eu e Bryan entramos no carro, expliquei ao motorista onde ficava a minha casa e o mesmo seguiu viagem... Eu não disse mais qualquer palavra sequer durante todo o trajeto.

Eu olhava para as minhas mãos que suavam frio. Eu sentia como se todos os músculos do meu corpo estivessem sendo eletrocutados... Era uma sensação de nervosismo que eu nunca havia sentido antes.

Eu torcia para que ao chegar em casa, meu pai não estivesse bêbado já tão cedo. Eu exigiria que ele me esclarecesse toda aquela confusão. Eu queria ver até que ponto ele era capaz de sustentar suas mentiras.

Uma vontade de chorar devorava-me por dentro, mas eu não o faria. Eu não derramaria mais qualquer lágrima na frente de outras pessoas. Eu estava exausto de me mostrar ser tão fraco... Era hora de mudar!

O veículo parou e eu estava distraído demais para perceber. Senti um leve toque sobre meu ombro esquerdo e olhei para Bryan, que logo comunicou:

- Chegamos!

Sem dizer qualquer palavra, eu apenas soltei o cinto de segurança e abri a porta. Antes que eu saísse do carro, Bryan segurou-me pelo braço e perguntou:

- Quer que eu vá contigo?

- Melhor não. - Respondi. - Eu sinto que as coisas ficarão bem feias... Prefiro não te envolver nos meus problemas com aquele homem.

- Cara, aí mesmo que eu tenho que ir!

- Melhor não, Bryan... Você é tão explosivo quanto meu pai. Não quero nem pensar na hipótese de vocês dois batendo de frente. - Expliquei calmamente.

- Posso pelo menos ficar na varanda? - Ele apontou para a entrada da minha casa. - Pelo menos se as coisas ficarem feias demais, eu posso intervir.

- Sei que eu permitindo ou não, você fará do mesmo jeito. - Dei um suspiro. - Mas por favor, só entre em último caso, estamos entendidos?!

- Beleza! Eu prometo que vou tentar não fazer merda. - Disse ele soltando o seu cinto de segurança e abrindo a porta do outro lado.

Descemos do veículo e caminhamos até a porta de casa. Apanhei o meu molho de chaves no bolso da calça e logo destranquei a fechadura... Olhei para Bryan e ele fez um sinal de positivo para mim com seu polegar direito erguido.

Adentrei o local e encostei a porta atrás de mim. Um forte mal cheiro invadiu as minhas narinas naquele momento. Eu não me recordava de minha casa ser tão fétida.

O ambiente estava silencioso e escuro, tudo que eu ouvia eram vozes que vinham provavelmente da TV ligada. Caminhei sorrateiramente até à frente do sofá e me deparei com meu pai.

Ele estava largado sobre o sofá. Em cima da mesinha ao lado do mesmo, haviam várias garrafas de bebidas que pareciam ter se acumulado ali durante semanas. Olhar aquela cena me deixou ainda mais nervoso, me embrulhou o estômago.

- Acorda seu cachaceiro de merda!!! - Gritei dando um chute em uma de suas pernas.

O homem abriu os olhos sem entender nada.

Quando viu que era eu que havia o acordado, ele imediatamente se ajeitou no sofá já franzindo o cenho... Me fitou com um olhar de fúria. Eu já conhecia bem aquele olhar.

Meu pai, levantou-se de onde estava e começou a gritar:

- O que pensa que está fazendo, seu moleque insolente???!!! O que tá fazendo aqui???!!!

- Não estou nada feliz em estar aqui, acredite! - Dei um sorriso cínico. - A última coisa que eu queria, era ver essa sua cara nojenta pelos próximos meses, mas eu, infelizmente, não tive outra opção!

B and E [Livro 3]Where stories live. Discover now