Prelúdio I

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***Esteban

Após ter feito todo o procedimento necessário para a transfusão de sangue de Bryan, voltei para o corredor da clínica, onde estavam Benjamin, Louise e Xandriny.

Ver que as garotas estavam presentes no local, me serviu de grande apoio. Eu não estava me sentindo muito bem fisicamente. Quanto ao meu estado psicológico, era de se dispensar qualquer tipo de comentário.

Eu caminhava com certa dificuldade em direção às poltronas, enquanto era amparado por dona Vallentina.

Eu me sentei perto de meus amigos e, logo após, a mãe de Bryan acomodou-se ao meu lado.

Eu ainda estava pensando em toda a conversa que havia tido com detetive Markson. Eu queria contar para a mãe de meu amigo tudo que eu tinha descoberto, mas ao mesmo tempo, sentia muito medo de sua reação.

Ela estava tão sobrecarregada por tantos problemas, não queria que aquilo tudo a deixasse ainda mais desestabilizada emocionalmente. De início, preferi me abster. Era o mais prudente a se fazer naquele momento tão delicado.

Talvez, fosse melhor que ela soubesse de tudo quando as autoridades tomassem suas providências.

Xandriny, que estava sentada ao meu lado direito, segurou minha mão, e em um tom de voz bastante suave, que era raridade em se tratando dela, perguntou:

- E então, amigo? Como foram as coisas?

- Eu ainda não sei. - Respondi a fitando de lado. - Agora estamos esperando até doutora Suzana vir falar com a gente.

- Entendo... - Comentou ela mordendo o lábio inferior. - Eu e Louise também fizemos o teste de compatibilidade.

- Muito obrigado por isso. Agradeço mesmo que tenham vindo tentar ajudar. - Dei um profundo suspiro.

Notei que dona Vallentina nos olhava com seu semblante sofrido. Me dei conta que, acabei por esquecer de apresentá-la às garotas sentadas ao meu lado.

- Essas são minhas amigas, Xandriny e Louise. - Apontei para uma e em seguida para a outra. - Elas também vieram prestar apoio.

- Prazer em conhecê-las, garotas. - Disse a mulher. - Agradeço muito pela empatia com o estado em que meu filho se apresenta. Não sabem o quanto isso é importante para mim.

- Que nada! Fazemos com gosto. - Louise deu um largo sorriso simpático para a mulher.

- De todo o modo... - Continuou dona Vallentina. - Me sinto obrigada a, mesmo assim, agradecê-las. Seus gestos são extremamente nobres.

- Elas têm um coração de ouro. - Comentei. - Esses três ao meu lado, foram uma das melhores coisas que já me aconteceram. São uns amigões!

- Fico tão feliz em ouvir isso... - Disse ela. - Você é um garoto tão especial, Esteban. Merece ficar sempre cercado de pessoas boas.

- Obrigado pela gentileza. - Agradeci.

Depois daquela breve conversa com aquelas mulheres, olhei mais para a ponta dos acentos em que estávamos. Ao avistar Ben, pedi que Louise o chamasse para mim. Ela cutucou o rapaz de lado, e o mesmo imediatamente me fitou arqueando as sobrancelhas.

Eu inclinei-me mais um pouco para a frente, afim de enxergá-lo melhor, então, perguntei quase que sussurrando:

- E Ralph? Ainda não apareceu? Plínio também não deveria estar aqui?!

- Ah! - Ele fez uma pausa. - Plínio disse que ia até a recepção conversar algo com Beatriz. Quanto ao Ralph, ele ainda não deu as caras por aqui, amigo.

B and E [Livro 3]Where stories live. Discover now