Apoio Inesperado I

252 49 9
                                    

***Esteban

Era pra ter sido apenas um almoço com pessoas de classe alta. Quando Bryan me convidou para ir fazer o trabalho em sua casa, eu jamais podia imaginar que aquela tarde de sábado terminaria em uma reviravolta tão perturbadora.

Tudo que em que eu acreditava começou a ruir... Meu passado, se mostrou ser apenas um frágil castelo de areia na beira da praia durante uma maré alta.

Um clima de tensão se instaurou ao redor daquela mesa. Vallentina, olhava para a irmã sem entender o que realmente estava acontecendo ali. Addora passava-me a impressão de que tocar no assunto da morte de minha mãe, foi o maior erro já cometido na história da humanidade.

Minha respiração estava ofegante... Eu sentia o meu rosto queimar, ao mesmo tempo em que um suor gélido ficava mais intenso em minha face.

- Esteban... Tá tudo bem, cara? O que aconteceu?! - Bryan tinha os olhos esbugalhados fixos em mim.

- Querido, está se sentindo bem? - A mãe do garoto demonstrou uma imensa preocupação.

Eu tentava me controlar... Mas tudo que vinha à minha mente, era a voz da anfitriã dizendo a palavra crime.

Uma dúvida imensa começou a me consumir. Lembrei-me de meu pai. Um homem que parecia não ter o menor sentimento de amor paterno por mim. Me recordava de cada palavra áspera já dita, de cada surra de cinto, socos e pontapés... Lembrava-me de todas as coisas ruins que ele dizia a respeito de minha mãe. O eco da voz dele vinha à minha memória perfeitamente: "sua mãe teria vergonha de ter um filho viado como você"!

Mas naquele instante... O que eu mais remoía internamente, era o fato dele ter dito que minha mãe havia sido morta em um atropelamento.

- O garoto está bem, Bryan?! - A voz de Addora me fazia querer sair daquela mesa correndo.

Engoli em seco. Olhei para Bryan, que me fitava com seu olhar preocupado... Em seguida, desviei minha atenção para sua mãe. Com muita dificuldade em me expressar, comecei a minha busca por respostas:

- Crime?... Mas...? Como assim... Crime???!!!

- Você não sabe?! - Vallentina me olhava com descrença.

- Garoto! - A tia de Bryan chamou-me. - O que você sabe, exatamente, sobre a morte de sua mãe?!

Olhei-a ainda mais confuso... Eu parecia estar vivendo um pesadelo. Um pesadelo do qual eu queria muito que alguém me acordasse o mais rápido possível!

Mas eu precisava muito saber até onde aquela conversa chegaria. Se o que eu estava imaginando fosse verdade, significava que a minha vida toda havia sido uma grande mentira... Uma mentira suja e cruel alimentada pelo homem que se dizia meu pai!

Tentei me acalmar. Eu precisava... Olhei para Addora, e falei:

- Bem... Tudo que meu pai sempre me dizia, é que minha mãe havia sido atropelada enquanto voltava do trabalho. Não foi isso que aconteceu?!

Vallentina estreitou os seus olhos, enquanto me encarava com atenção. A seguir, tomou um gole de água do seu cálice antes de começar a falar:

- Pelo jeito seu pai foi mais injusto com você do que imagina! Ele te escondeu a verdade durante todos esses anos.

- Que homenzinho baixo! - Addora indignou-se. - Como pôde fazer isso com o próprio filho? O mínimo que o garoto merecia, era saber a verdade!

- Do que diabos vocês duas estão falando???!!! - Bryan Se meteu na conversa. Ele parecia estar tão impaciente quanto eu.

B and E [Livro 3]Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon