Addora

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***Bryan

Já era final de tarde. Fazia algum tempo que Cristopher havia saído do quarto e me deixado sozinho.

A hora naquele lugar parecia não passar. Eu, cada vez mais, odiava o fato de estar trancado ali naquele hospital em pleno final de semana. Eu poderia estar me divertindo, fazendo algo melhor... Mas meu exagero na noite anterior, acabou por detonar com todo o meu restante do fim de semana. Fim de semana esse, que eu havia feito planos de me esbaldar.

Mas ficar a sós comigo mesmo me deu a oportunidade de pensar em muitas coisas... Uma dessas coisas era o comportamento suspeito de Cristopher. Eu até tentava me enganar, mas era inegável que, de fato, o atual estado em que ele se encontrava estava começando a me preocupar... E muito!

O que poderia estar acontecendo? Eu tentava pensar em alguma resposta plausível para tal pergunta, mas nada me vinha à mente. E eu tinha certeza que sendo mal tratado por mim do jeito que era, Cristopher jamais se abriria comigo... Estava claro que ele não se sentiria confortável de falar sobre o que estava o incomodando tanto... Eu, com certeza, havia o afastado e muito nos últimos tempos.

Por estar cada vez mais revoltado, eu acabava que por descontar o meu ódio em cima das pessoas ao meu redor, principalmente sobre Cris... Eu comecei, enfim, a perceber que talvez eu o tivesse afastado. Comecei a pensar que talvez minha mãe estivesse certa... Eu era um idiota por tratar tão mal o único que intercedeu por mim no momento em que mais precisei. Talvez Cristopher não merecesse ser tratado daquela maneira.

Dei um suspiro profundo, passei minhas mãos com certo peso sobre minha face... Sussurrei para mim mesmo:

- Caralho, Bryan! Que porra você tá pensando? Esquece essa merda de assunto! Ninguém merece sua confiança!

Eu, mais uma vez, comecei a ficar com ódio. Minha mãe havia fodido com a minha cabeça que já não andava nada boa fazia um bom tempo.

Batidas delicadas fizeram com que eu emergisse de meu confronto interno. Apertei os olhos e em seguida falei no tom mais alto que consegui:

- Pode entrar, Cristopher! Não Precisa bater!

Pude ouvir meu estômago roncar. Eu estava ainda mais faminto ao imaginar que logo comeria.

Mas para a minha total surpresa, quando a porta se abriu, não foi Cris quem adentrou o quarto.

Lá estava ela... Caminhando em minha direção com toda a sua elegância e ar de poder. Seus cabelos curtos apresentavam os fios loiros perfeitamente alinhados, suas roupas elegantes emolduravam seu corpo de mulher madura. O frescor de seu perfume floral, invadiu o ambiente e fez com que eu me esquecesse por alguns breves instantes que eu estava em um quarto de hospital.

Ela parou ao lado do meu leito e deu um sorriso misterioso. Surpreso com a presença daquela mulher, eu perguntei:

- Tia Addora?! O que está fazendo aqui?!

- Tia Addora?! O que está fazendo aqui?!

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B and E [Livro 3]Where stories live. Discover now