178° Capítulo

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Coloquei a mão no rosto, refletindo em tudo que já me aconteceu.
Merda! Merda!
Eu estava me preparando para enfrentar o preço sugerido das minhas escolhas que achando eu, que fossem das mais corretas.
Um pouco distante o Jabá era revistado por polícias. E lá vinham eles juntos, o desespero tomou conta de mim de uma forma absurda.
Eu não podia ser presa... Em hipótese alguma. Eu tinha filhos pra criar...que precisam de mim pra tudo. O Richard que já perdeu uma mãe, logo perderia outra. A distância já me corrói só de pensar.

Mas, fui surpreendida. Enquanto meu olhos estavam poçados de lágrimas que escorriam incessantemente, o Jabá entrava no carro todo sorridente, reluzindo com o reflexo de luzes o dente de ouro no canino direito.
Eu só conseguia pensar na reportagem que daria se fôssemos apreendido com essa M16 aqui nesse carro.
Por um milagre, Jabá resolveu tudo tão rápido com os policiais que não foi nem preciso eu descer do carro para ser revistado.
Um livramento em tanto, gratidão!
Jabá: Fica tranquila pô, em Bonsucesso nós que é o controle, Hellenzinha! -Disse debochando.
Hellen: Estou até agora sem acreditar, que isso... Nunca mais!
Ele ria da minha apavoração.
Eu não consigo parar de agradecer por isso, já estamos em segurança.

Nunca mais eu cometo uma maluquice dessa, nem com o Jabá e nem com homem nenhum. Eu tenho dois filhos para criar que ainda são bebês e dependem muito de mim, nada vale a minha liberdade! Ela é preciosa pra cacete!!! Mas só hoje, naquela situação eu pude perceber o quão importante a minha vida é.
Homem sabe se virar, têm um bocado de piranha pra visita-los, já mulher vai penar lá. Eu juro que me imaginei naquelas vestimenta verde, em meio àquela grades, aonde só se ver mulheres... Eu não quero passar por isso não, só de pensar é um desespero terrível.

Assim que eu terminei de comer pedi pra ele chamar o moto táxi pra eu descer logo, a única coisa que eu quero nesse momento são meus dengos; ele fez questão de me levar, me deixou no portão da minha tia.
Hellen: Obrigada por hoje, eu estava mesmo precisando sair embora tenha acontecido esse imprevisto, eu gostei.
Tinem: Suave pô, tem que agradecer nada passou maior reflexo comigo.
Hellen: Palhaço! -Digo dando um leve tapa em seu ombro- É... Queria te falar uma coisa...
Jabá: Fala aí pô.
Hellen: Mais tarde eu volto pra casa e nem sei quando eu venho aqui... -Digo calmamente, sem pressa-  Eu não tenho muito tempo de curtir ou ficar de lá e cá mas se for da gente se encontrar tudo bem, agora algo programado é complicado, no hoje eu tenho outras prioridades; quero te deixar à par pra não ter nenhum desentendimento de confundir as coisas e acabar achando que aderimos um compromisso. -Concluo.
Jabá: Se for de acontecer vai acontecer pode ficar tranquila.
Hellen: E é até bom que não corremos risco sabe, inclusive eu que estou num momento delicado, eu não quero me magoar ou me apegar a alguém assim tão cedo.
Jabá: Eu te entendo pô, acabou de sair de um casamento, é foda mesmo! Se for de vocês voltar também, é direito seu pô, eu não quero interferir em nada disso não.
Hellen: É, e ainda tem isso... Eu não sei o que o futuro nos guarda mas, tudo pode acontecer! -Delato otimista.
Jabá: Exato, é o cara que tu gosta mesmo dá em nada não! O dia que der pra você, dá pra mim e quando não der mais está tudo certo também.
Hellen: Que bom, por mais homens como você. -Digo um tanto sem graça.
Homem compreensível é outra coisa. Porque eu não tive um desse na minha vida? Seria menos complicado.
Me despeço dele já com a mão prestes a abrir o carro; foi um beijo seco, meio que indecifrável na verdade.
Eu tenho direito sob qualquer coisa que me convém, eu não sou posse de ninguém, a minha vida não gira em torno de absolutamente ninguém, eu me mando, Eu sou dona de mim.

...

Desci os dois últimos degraus do meu espaço, ainda enviando msg para a minha tia dizendo que tínhamos chegado bem em casa. Passei na pensão e comprei duas quentinhas e parti pra casa com meus bebês, que eu já apertei e beijei muito hoje.

Eu precisei passar por um choque para acordar e não me deixar cair na burrice de cometer as atitudes que optava por escolher no calor da emoção, no passado. Eu dei um basta nisso antes mesmo de me foder por completa.
Isso mexeu comigo de uma forma inexplicável, eu tive medo de ter sido presa ali, e eu estou até agora sem conseguir entender o que de fato aconteceu, o por que eu estou aqui ainda...
Eu me precipitei em ter ficado com o Jabá, foi uma empolgação momentânea confesso mas eu não me arrependo em hipótese alguma. Eu não traí ninguém e muito menos sacaneei! Sandro e eu estamos SEPARADOS e temos o direito de sair com quem quisermos! Ainda bem que ele não é daquele tipo psicopata que não aceita o fim, e põe terror na mulher. Não somos presos a ninguém, nem a nós mesmo.
Eu não tolero traição tanto vindo da parte dele, quanto da minha. Não sou a favor dessa putaria!!! Não mais.

Almocei com as crianças e os coloquei para dormir, enquanto eu fui pesquisar algumas coisas que vem me causando interesse.
Eu não quero continuar morando aqui e nem quero voltar pra Penha, ainda mais se o fim for concreto entre mim e Sandro. Não sei se eu estou preparada emocionalmente para vê-lo com outras ou curtindo a vida sem mim.
Oh indecisão infeliz, aonde a gente não quer continuar a viver do jeito que estava e também não aceita ficar sem a pessoa.

Amada Amante🔥❥ CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now