101° Capítulo

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Narração: Herbert

Pensa numa piranha bêbada igual uma vagabunda? Sou eu. Gente, tem cachaça que puta que pariu, me destrói. Por sorte eu tomei bastante água tônica pra cortar o álcool que (in)felizmente hoje eu trabalho.
O bofe me deixou lá na casa do caralho, enrustido do cacete. Dei horrores, chega estou com a pepeca assada.
Chega viado! Está desbocada demais. Cabô por hoje.
Liga não irmãs, é o teor do álcool no sangue da bicha...

Me despedi da mapoa que saiu comigo.
Herbert: Tchau bicha, vou entrar nessa rua aqui que é mais rápido pra mim. -Me despeço da mona.
— Cuidado pra não te estuprarem.
Herbert: O quê??! Mais fácil eu estuprar eles, né bicha? Brinca. -Zombei.

Tirei meus cílios na rua mesmo, veio uma moto varada e tinha que ser, Guerreiro. Escroto! Deve ter ido comer a Brenda, que ele é desses, passando por essa rua a essa hora... Ai ai, eu hem.
Que nojo eu tenho daquela piroca, passa na favela inteira parece até que achou no lixo. O que esses homens pensa gente, o que se passa na cabeca desses homens quando saem comendo essas mulheres toda? Depois ainda tem a castimonia de falar que tem nojo de viado. Pelo menos a gente se previne, somos limpas é tudo em dia, até a chuca. Aí comem essas mulheres aí que dá os buraco até pro bico do fuzil dos cara e se acha o Bambambã. Num fode né?!!

Tenho pena da minha amiga que acha que mudou o homem e que está sendo única na vida dele. Única chifruda, porque as outras são apenas comidinha.
Eu até fico chateada em não falar pra ela. Não conto. Posso contar depois de um tempo mas na hora do ato, não conto. Prefiro até me afastar pra não me sentir falsa ou traíra.
Meu laço com a Hellen é puro e antigo, eu não vou deixar que se arrebente assim. Quando ela acordar e ver que o homem que ela estar não vale nada e não é pra ela, aí sim eu me reaproximo.
Sinto falta da minha burrinha porém é melhor assim, afastados.

Já vi o guerreiro saindo do beco da 29, de uma rua atrás da casa dele, da casa da minha vizinha, aqui da Brenda diversas vezes e fora no Complexo, no baile... Ah, eu já perdi até as contas.

Do que adianta ser feliz assim com um homem desse? Se é que possível chamar o que vive de felicidade.
Hellen ficou encegueirada nesse homem, eu não entendo real; se é que ele já não tem uma doença ou uma penca de filho por aí escondido...
Ela almejou tanto e teve O lugar da Leandra. Agora aguenta o pepino, tem que sustentar.

Fui caminhando igual cinderela com só um pé calçado, dancei tanto que deu calo num pé só. De longe era possível ouvir um choro doloroso e esse eu conhecia bem, era a Brenda; partiu o meu coração, me senti na obrigação de socorrê-la.
Herbert: O que aconteceu Brenda? -Digo levantando-a do chão- Foi o guerreiro?
Brenda: Me ajuda... -Diz em meio ao choro- Eu preciso de você...
Meu coração partiu nesse exato momento, uma dor de cabeça que me deu... Senti dó dela. Muita.
Herbert: Vamos entrar vem, levanta daí.
Consegui leva-la pra dentro e aos poucos fui acalmando ela.
Brenda: Guerreiro quer me obrigar a tirar o meu filho. -Contou- Eu estou gravida dele, por favor não conta a ninguém.
Herbert: Je-sus. -Silabei incrédula.
Brenda: Ele não quer essa criança e me ameaçou se a Hellen descobrir... -Contou soluçando.
Tornou a chorar...
Herbert: Ele não é louco! QUEM ELE PENSA QUE É? -Berrei; quando caí em si da hora, diminuí o tom- Você vai ter esse bebê sim, caralho.
Brenda: Me ajuda Herbert por favor, eu estou com medo dele.
Herbert: Fica tranquila, esse bebê vai crescer forte e a cara dele sim!!! Você não pode se aborrecer, se você quer esse filho, para de chorar agora.
Brenda: Me desculpa por tudo o que eu fiz, eu vacilei mas era porque eu estava cega igual a Hellen está.
Herbert: Isso a gente resolve em outra hora. -cortei logo; isso é a parte- Se acalma mona, você está de quantos meses?
Brenda: Quase três, sei lá quatro meses, eu não sei contar.
Herbert: E cadê essa criança gente? Tá na costela? -brinquei para descontrair.

Me diz vocês se isso é vida? O que fariam numa situação dessa?
Assim como a Brenda, a Hellen precisa de ajuda. É triste ver pessoas tão próximas a você vivendo casos como esse.
Eu sinceramente não sei nem o que fazer, nem por onde começar.

Herbert, 24 Anos🌈

Herbert, 24 Anos🌈

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Amada Amante🔥❥ CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now