126° Capítulo

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Narração: Hellen

Meu dia hoje não foi um dos melhores me serviu só pra chorar no meu canto. Sandro foi embora por volta das 23h da noite, eu disse já está bem. Eu me sentir bem melhor desabafando com ele, eu precisava dividir a minha dor com alguém e ele super entendeu, me deu um conforto gostoso só em ter a presença dele. Não contei qual a doença eu poderia ter e ele não perguntou, foi até melhor.
Estou sem comer desde ontem, eu não quero saber de nada mais, não estou nem aí pra porra nenhuma e estou desejando o meu fim.

Comprei uma maconha mais cedo e vou fumar pra vê se me dá um apetite pelo menos, ou haja como um durma-bem. Encontrei um desfazedor do falecido e coloquei a erva ali dentro. Eu não posso me entregar a depressão, eu só queria que tudo isso fosse uma mentira sabe, eu não estou suportando mais nada que venha na vida de Hellen.
É muito ruim ser Hellen; ainda tinha gente querendo ser eu, TOMA! Assume meus problemas, põe a cara a tapa aí, dou a minha vida de graça e com volta.

Passei um pouco de mel no baseado e me sentei na parte de fora da casa e fumei, fumei e, fumei.
Uns anos atrás eu fumava com o pessoal mas aí eu estava muito fascinada e então decidi parar um pouco, porque eu me apego e vicio rápido, em tudo. Dessa vez eu fumei no intuito de desvanecer os problemas, pelos menos por hoje.
Fiquei derrubada e só sobrou a ponta, vou guardar porque ela sempre salva os desesperados. Eu só queria dormir, assim que eu entrei tomei um banho gelado e logo me deitei.

Não tem como plantar jiló e colher quiabo, a gente só colhe aquilo que é plantado e eu sei que essa é só a minha colheita.
A dor
A angústia
O desespero
O medo...
Tudo isso eu plantei sorrindo e desfrutando do que o qual cujo é melhor não citar, tinha para me proporcionar. Eu era leiga e só queria me aventurar mas essa aventura foi tão além que chegou no que hoje eu sou e vivo. Nada boa a coisa.
Fui incapaz de não pôr um fim ao descobrir a verdade, agi covardemente em não abaixar a cabeça para àquela que era a certa e a usada da história... Fui perversa e achava que era a correta, eu assumo e hoje estou aqui me redimindo por não aguentar a enfrentar meus dias de lutas sangrentas.
Eu, Hellen me rendo. Peço perdão por cometer tantas falhas e não ser humilde em admiti-las.
Eu cansei de brincar disso, eu só quero um pouquinho de paz.

“Quem nunca errou que atire a primeira pedra”. Você já deve ter escutado essa expressão inúmeras vezes.
E certamente sucumbiríamos entre pedras. Pois, quem nunca errou uma questão, quem nunca errou numa discussão?
Quem nunca errou o caminho, ou se exaltou e até julgou erroneamente o outro. Quem nunca calou para encobrir um misero erro?
Ou não se omitiu internamente, entre pensamentos, quando seu olhar perdido, mãos gélidas, ou suadas e corpo tremulo relutavam em te delatar.
Existe aquela velha máxima: “Tudo que vai um dia volta”. E volta com mais força ao seu remetente.
Deve estar aí agora procurando silenciosamente entre as gavetas internas, entre arquivos algum de seus erros, o mais banal talvez.
Talvez esteja discordando desse nobre escritor, tentando mudar as linhas do destino, achando perversidade demais, colocando-se fora das estatísticas.
Ou quem sabe penitenciando intimamente a Deus alguns de seus pecados na ânsia de libertar-se desse peso.

Louvável, mas acredite você vai voltar a errar, uma vez mais e outra, entre tantas que nem cabem nessa linha.
A vida não te oferece uma carta de alforria. Você é livre para errar, transgredir e cometer teus delitos.
Porque errar é humano...

E mesmo que eu me renda e assume meus delitos, eu sei que isso não faz com que se esqueça ou que eu seja merecedora assim do perdão.
Precisei sofrer para reconhecer o que eu já fiz. O que não se aprende no amor, se aprende na dor.
Me julguem.
#pas

Amada Amante🔥❥ CONCLUÍDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora