127° Capítulo

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ALGUMAS SEMANAS DEPOIS

Saí da clínica e fui diretamente numa farmácia para tomar a minha injeção, dessa vez optei pela mensal.
Eu estou num nervosismo angustiante com o resultado em mãos mas estou sem coragem nenhuma de abrir, temo ao que pode haver escrito ali. Fingi não ter pego, isso vou dar de ombros e quando eu me sentir encorajada eu abro.
Parti pra casa da minha avó. Ao chegar, as crianças estavam no quintal brincando, até a Liz estava lá.
Hellen: Oi minha linda, saudades!!! -Abracei ela; as minhas sobrinhas, irmãs sei lá ficaram olhando e eu as abracei também.
Hellen: Bagunça hein. -Digo ao abraçar minha avó.
Jussara: Tua irmã deixou essas criançada aqui e saiu ontem, dizendo ir atrás da pensão deles. -Contou furiosa.
Hellen: Liga pra ela, eu hem e a avó deles?
Jussara: Diz que foi buscar o bolsa família, desde oito da manhã só levou a bebê porque é do peito.
Hellen: Só Deus, não dá confiança não vó que vão jogar nos peito da senhora e vai cair no mundo.
Jussara: Duvido, quem pariu Mateus que embale!
Hellen: Quero só ver se a senhora vai dar mole pra elas, agora vem cá me explica uma coisa; porque ela me trata assim desse jeito?
Jussara: Conversa com ela, vocês precisam conversar e esclarecer as coisas, deixar de lado esse ódio.
Hellen: Estou começando a duvidar de que ela é realmente minha mãe, sou adotada?
Jussara: Eu não posso me intrometer nisso.
Hellen: Só esclarece vó, eu só quero ter certeza.
Jussara: Não filha, conversa com ela...
Hellen: Tá bem então, eu vou esperar até ela chegar.
Dandara: Ih tá aí pirua?
Hellen: Vim ver vovó.
Dandara: Eu também, aproveitar a folga. Ai Hellen, você tá magra... O que houve?
Hellen: Sofrimento. -Digo já sem voz, desesperada- Ficar com bandido dá nisso.
Dandara: Credo mona, eu hem. -Diz se benzendo.
Hellen: Vai, pensa mesmo que a vida é um morango.
Ela até saiu de perto, quem não gosta de ouvir a realidade, lá na frente quebra a cara com ela!

Fiquei deitada no sofá e a todo momento só se ouvia os gritos da minha avó com essas crianças. São demais!!!

Eu estava doida pra fumar, não vou nem almoçar porque antes eu necessito de fumar um.

(...)

Abaixei a cabeça coçando os olhos marejados. É só fuçar que se descobre a verdade, eu não sei se camuflada ou dita, dói mais.
— Sua mãe morreu quando você tinha dois anos, eu te criei por obrigação. E não porque eu quis. Seu pai me traiu com a piranha da sua mãe. —Assumiu a mãezona da porra.
Hellen: Madrasta, está explicado! Tá certo. Meu ranço não seria à toa.
— Você devia me agradecer pois eu cuidei muito bem de você, bem melhor que muitas por aí garota. —Falou bolada ainda por cima, se achando no direito...
Hellen: Não seja por isso, obrigada! -Digo friamente.
— Ingrata! Agora que você sabe de toda a verdade podia se afastar da minha família, porque você não faz parte dela.
Hellen: Dói em você né saber que eu sou muito bem tratada e bem recebida pelos parente e já você... Você é tão pobre de espírito que a sua presença me faz mal, você é doente.
Ela levantou a mão para acertar em meu rosto mas eu fui ágil e a seguro.
Hellen: Essa sua doença não tem cura. Mais amor na sua vida! Isso é o que eu te desejo. -Digo a encarando; espero que eu que pela última vez na vida.

Saí dali voada, desgostosa, mais fodida psicologicamente, aliás literalmente.
Nos últimos dias eu vinha pensando bastante nisso até chegar numa vaga lembrança que tive de uma conversa entre meu pai e ela aonde ela dizia que não era obrigada a sustentar filha de puta.
Parece ser triste mas pra mim foi até melhor, não tinha lógica sermos desse jeito. Jamais que eu vou tratar uma criança com indiferença por ela ser filha de outra. Tem madrasta que segue legal a realidade dos contos Disney.

Dei um abraço na minha avó no portão e fui para a minha favelinha, nada me deixa mais em desesperou, eu já estou literalmente perturbada e um a mais ou um a menos não me faz tanta diferença.

Fumei meu back e almocei, assim que tirei um descanso eu fui no espaço.
Hellen: Boa tarde meninas, cadê Yara?
Yara: Ih, desgruda chicletinho. -Brincou- E aí, resolveu seus problemas?
Hellen: Arranjei mais um, isso sim. Mais tarde a gente conversa.
Yara: Que isso mana, mais tarde vamos beber lá em casa?
Hellen: Pode ser. Vou lá em casa descansar um pouco.

Assim abri a porta de correr, bati de frente com a tal namoradinha do Sandro, peito com peito.
— Porra, tá cega né??! —Vocifera.
Hellen: Foi mal. -Digo; sem dá muito crédito por ser ela, à que se diz minha inimiga.
— Foi péssimo merda! Garota cega, só tem olhos pro macho dos outros e dar nisso.
Hellen: Olha ô fulana, eu nem vou te dá confiança porque eu tenho tanto problemas, e você não vai ser mais um deles.
— Ah é?!! Você já é um pra mim garota, projeto de Amante lixo! —Diz me peitando.

Com toda a raiva, nervosismo e mente cheia, fechei as mãos e em seguida mirei na boca dela e dei, foi certeiro.
Hellen: Agora vai lá na tua de cria, manda brotar na minha porta. -Digo com o corpo trêmulo.
Antes mesmo dela reagir as meninas puxaram ela pra dentro da loja.
Ah num fode né!? A pessoa cheia de turbulência na vida e vem uma muito querida se achando A bocetuda pra fazer mais rebuliço? Comigo não. Vai ela e o macho dela pro caralho.
Quem fala muito, quem é muito braba nada faz. Agora eu tô assim: fico caladinha pra ver até aonde vai a bronquinha.

Se tem uma palavra que eu odeio, é amante. Amante é o caralho!!!!!!!!!!!

Amada Amante🔥❥ CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now