48 ● Violet: The State of Things

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Me impressiono com o quão bem posso jogar esse joguinho com Alec

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Me impressiono com o quão bem posso jogar esse joguinho com Alec. Parecemos mesmo um casal recém-formado, interessados um no outro, um improvável relacionamento que começara com o acaso de nosso encontro no leilão. Os velhos a nossa volta parecem interessados nesse falso romance, e como bons imprestáveis que somos, demos trela a eles.

Ao menos tentamos que as fofocas sobre nós não sejam nosso maior problema.

Alec e eu trocamos olhares e elogios falsos constantemente na longa mesa, sentando frente a frente. Só Deus sabe que minha verdadeira vontade é de usar a faca que a meu prato para enfiar nele, fazê-lo desaparecer de minha vida e nunca mais me encontrar. Mas aqui estamos nós dois, fingindo um teatro romantico leviano para os idosos cupidos ao nosso redor não perceberem nada. 

E manterem em segredo a "nova relação." A idéia surgira antes de sentarmos a mesa, e me foi sussurrada por ele como uma ordem a seguir.

"É tudo muito recente ainda." Alec fala com um charme que derrete pelo canto de seus lábios. "Sei que entendem. Não sei como meu cunhado e minha irmã reagirão e não quero prejudicar o emprego de Violet com eles, então peço que mantenham o sigilo por enquanto."

Por Deus, todos caem como patinhos. Concordam com ele assim que ele me olha como se realmente estivesse apaixonado. Se eu já não soubesse como ele é, provavelmente também acreditaria na atuação.

Uma forma genial de manter sua presença no país em segredo, devo admitir. O que mais apelaria para essas senhoras e senhores do que um novo romance que poderia terminar por abrirem suas bocas? Especialmente se nunca o viram mesmo com uma outra mulher, como Cintia me dissera antes do jantar.

Quem quer ser responsável pelo fim do casal de pombinhos?

Bastardo esperto.

Sem opções, sou obrigada a complementar suas falas. Não quero problemas com Vincenzo. Todos que o conhecem nesse jantar certamente diriam para ele que me conheceram caso o assunto surgisse. 

Me pergunto se Vincenzo seria do tipo que ligaria para alguém aqui para me vigiar, para saber por onde ando e com quem. 

A idéia me dá um frio na espinha e me surpreende não ter pensado nela antes. Talvez por nunca achar que se importa comigo dessa forma. Ainda assim, nada disso seria fácil de explicar para Vincenzo, e a idéia de ter que fazê-lo me causa um breve mal-estar difícil de esconder em meu rosto.

"Você deveria levá-la ao Astoria, Alec." A esposa do Reitor Felix sugere da ponta da mesa chamando minha atenção. Eu olho para seu marido, que está calado e concentrado em algo, ainda em seu costumeiro terno quadriculado e gravata borboleta, nos olha com um certo ar desconfiado. Apesar de sempre ser extremamente educado e gentil, não posso me esquecer que ele é um homem esperto, e deve ter suas dúvidas a nosso respeito. Caso contrário, não estaria aonde está. "A Violet merece o melhor."

HUNGER 🔞Where stories live. Discover now