40 ● Violet: The Predator

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É inconcebível

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É inconcebível. 

Surreal. 

São quase duas da manhã. Sentado do outro lado de minha mesa em meu quarto de hotél está ele, o homem que por um momento hoje a tarde imaginei ser um deus da beleza nórdica, Alec Hellberg. 

O mesmo nome citado a mim pelo Reitor Felix. O mesmo do qual hesitei em perguntar a respeito para os Santoro.

Veio se apresentar em pessoa e da forma mais rude.

Absolutamente diferente do que conheci mais cedo. Sim, ainda infernalmente belo, creio que isso infelizmente é imutável. Mas tem uma feição e um maneirismo diferente, uma postura que não condiz com a que eu vi hoje no leilão silêncioso. 

Ainda veste o mesmo terno de alta costura azul marinho que vestia hoje. Já eu, estou apenas de calcinha e sutiã por baixo da única peça de roupa que me deixara vestir para a indesejada e não requisitada reunião que me forçava a ter com ele, um robe preto de seda. 

O que apenas me faz sentir ainda mais vulnerável diante dele.

Alec senta quadradamente na cadeira de ébano, parecendo um manequim de tãoperfeita que é sua postura. Um rosto complacente, com expressões lacônicas e despreocupadas. Nenhuma linha na face desse homem se perturba, como se fosse a coisa mais normal do mundo invadir quartos de hotél no meio da madrugada por seja lá qual fosse o motivo. Seus braços descansam sobre a mesa, unindo-se pelos dedos que se friccionam levemente.

"Você tem algo que é de meu interesse, Srta. Sanspree."

Ele já disse isso antes, mas eu não consigo responder então creio que achou melhor repetir-se, num tom calmo. 

Como se ele é quem precisa de calma aqui.

"Como entrou aqui?" Meus lábios trêmulos deixam as palavras escaparem de forma firme. Não sei se já perguntei isso. Provávelmente já. 

"Pela porta, obviamente." Sua voz monótona não me permite compreender se isso foi uma piada ou se na cabeça dele aquilo é óbvio e faz sentido. E para falar a verdade, esse jeito inelegível dele é o que mais me deixa confusa e apreensiva.

"E o quê você quer aqui?" Minhas perguntas são clichês em si. Ele já disse que precisa conversar pois eu tenho algo de seu interesse. Mas eu ainda não consigo me concentrar para conduzir essa conversa. Meu subconsciente está gritando para acertá-lo e sair correndo, procurar por ajuda. 

"Surdez não é um efeito colateral da surpresa ou do medo, Srta. Sanpree." O jeito como ele diz meu sobrenome me causa arrepios pela espinha que percorrem até minha nuca. Óbvio que é seu propósito me amendrontar. "Já disse o que quero. Não há motivos para se alarmar se me ouvir e colaborar comigo."

"Eu vou chamar a polícia!" Analisando o fato de que ele é bem maior que eu e que a porta está atrás dele, me deixando sem muitas saídas para fugir e sem encontrar algo por perto para acertá-lo antes de fazê-lo, resolvo anunciar trazer até nós alguma forma de autoridade para ao menos fazê-lo repensar sua invasão. 

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