Essa é a história de Flora e Violet, mãe e filha passando por problemas similares em épocas diferentes.
Assolada por seus vícios e virtudes, Violet Sanspree conhece o casal Santoro, tornando-se amante do marido e amiga da esposa, um secreto acordo...
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Estamos numa taqueria próxima a sua faculdade, com um espaço interno pequeno com algumas mesas quadradas cobertas por floridas toalhas juntas a parede, algumas delas com estudantes, algumas vazias. Fizemos nosso pedido com o simpático dono do local que ficava ao caixa enquanto seu amigo preparava os pratos e seus filhos serviam as mesas. A música latina baixa que tocava no local aquecia o ambiente, complementando o mesmo que ja era festivo e colorido.
Mas a noite está boa demais para sentarmos do lado de dentro, e como num rito de despedida do verão, quase todos decidiram sentar-se ao lado de fora, assim como fizemos. Mesas igualmente cobertas por toalhas floridas tomam conta da larga calçada feita de tijolinhos vermelhos.
Eu definitivamente estou vestida talvez um pouco chic demais para o local, a ocasião e a camiseta de banda de minha companhia. Assim que meus saltos ecoam seus click-clacks nos tijolinhos, quase todos os estudantes em suas roupas confortáveis olham para mim.
Finjo não perceber e apenas converso com Mateus.
"Sem tequilas hoje."
Ele inclina a cabeça, duvidando. "Não prometo nada."
"É serio. Se eu dormir naquela posição de novo..." Lembro da breve dor no pescoço que a noite passada me deu.
"Você escolhe a posição dessa vez." Seu meio sorriso aparece e eu semicerro meus olhos com a cara-de-pau do trocadilho.
"E como você está?" Pergunto, deixando a conversa mais séria. Ele dá de ombros como resposta. "Você... falou com ela de novo?" Não devia, mas tento conseguir alguma informação que pudesse oferecer a Linda e dizer a ela que não precisa me empurrar para seu filho tão frenéticamente.
"Não. E nem vou."
"Tem cert..."
"Violet." Mateus me corta, se inclinando mais sobre a mesa. "Desculpa, mas eu não chamei a gostosa da secretária dos meus pais aqui pra falar da minha ex."
Não sei o que me choca mais: a leve e grosseira forma de me dar um fora ou a nada leve e bem grosseira forma de denotar sua opinião sobre mim.
"Mateus!" Rechaço o 'gostosa'.
"O que?? Você não é a scretária dos meus pais?" Ele faz uma cara inocente, fingindo não entender do que exatamente reclamo. "Ah, espera. Mil desculpas por ter te chamado de gostosa. A feiosa da secretária dos meus pais. Melhorou agora?"
Reviro os olhos. E rio. Mesmo não devendo pois isso só o deixará mais a vontade para falar besteiras desse tipo. Mas esse jeito jovial e brusco dele é irritantemente cativante, especialmente quando a luz da lua empresta ao seu rosto um charme contagiante.
