11 ● Violet: Fickle Desire

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"Linda realmente gosta de você

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"Linda realmente gosta de você."

O comentário de Vincenzo me surpreende, pois ele também parecia surpreso pela constatação.

Eu assisto as luzes da noite iluminarem seu rosto enquanto ele dirige ao me levar para casa.

"Também gosto muito dela. Você tem uma ótima esposa." Confesso o óbvio.

Ao chegarmos no meu prédio, ele estaciona o carro na parte mais remota e longe dentro do estacionamento do subsolo. Desligando o automóvel, ele deixa a música ligada, apenas abaixando o volume a tornando um agradável white noise.

"E então, quando eu viajo?" Pergunto, antes de começarmos qualquer coisa que me faça esquecer de questionar. Além disso, ele não falou muito sobre o assunto e eu quero saber o que ele pensa a respeito.

"Neste domingo." Diz Vincenzo, empurrando seu assento para trás e indicando com dois tapas em seu colo o convite para eu me sentar nele.

"Quero muito conhecer esse lugar, especialmente o lago." Comento, me movendo devagar enquanto tento ajustar o meu vestido ao sentar em seu colo sem bater minha cabeça no teto do carro. Felizmente o carro é amplo o suficiente para nos acomodar assim, eu de frente para ele.

Vincenzo recosta em seu assento que está puxado para trás, abrindo mais espaço para mim, colocando um cotovelo contra a janela do carro, mão servindo de apoio a cabeça. Ele fica em silêncio, me estudando. E eu me sinto como uma boneca no colo dele.

"Vai ter tempo para conhecer a cidade." Fala sem muita animação.

Ainda assim isso me entusiasma. Às vezes eu olho para os últimos anos de minha vida e me assusto pois não vejo muitos feitos. Apenas tristeza. Sem cores, sem perspectivas. Sem força de vontade. Eu enterrei uma parte de mim no túmulo onde meu pai foi colocado e o que quer que tenha sobrado, joguei no túmulo de minha mãe.

Eu perdi uma parte da minha juventude que não voltará. Até mesmo o choro tem sua data de validade. Agora é hora de sorrir, de explorar. Gosto de pensar que ser fodida por Vincenzo Santoro contra um pilar de concreto foi o salto ás cegas que eu precisava para me sentir viva novamente.

"E conhecer a outra parte da sua familia da qual nunca me falara a respeito." Digo, com um sorriso indiferente. 

"Não há nada sobre ele que você precise saber." O coice é leve e finjo que não o levei. Vincenzo respira fundo, percebendo que não precisava tê-lo dado. "Meu filho é um bom homem." Revela, pensativo. Parece feliz e triste ao mesmo tempo com essa constatação. "Bom demais, aliás. Ele não é apto para os meus tipos de negócios, não sobreviveria um dia neles."

Vincenzo divide algo pessoal e eu registro cada palavra. Não, não sei a extensão dos negócios legais ou ilegais de Vincenzo e nem quero saber, mas posso ter uma idéia do que ele está falando. Era um pai que não sabia como adaptar o filho para que continuasse o que ele começara. E era estranho, pois ao mesmo tempo, parecia ser um pai que se sentia mau por ter que colocar seu único filho em seus negócios, lícitos e ilícitos. 

Mas não vou lhe perguntar mais sobre isso, pois sei que ele vai fechar imediatamente o que está abrindo. Aprendi que com ele é melhor eu não perguntar. Eu sou o tipo que evita conflitos desnecessários, e uma pergunta talvez gere um. Acho que fora por isso que ele escolheu, por minha aquiescência, e minha dócil resignação.

O que posso fazer... Sou do tipo quieto e gosto de ser assim.

"Eu entendo. Sou completamente diferente de minha mãe." Tudo o que ela fez de certo na vida, eu fiz de errado. Sei disso.

"Mateus se afasta quando imagina que tem que trabalhar em meus negócios. Não posso culpá-lo mas preciso que volte para cá, casado ou não." Vincenzo falava isso mais para si que para mim. "Não confio em mais ninguém pra cuidar deles."

"Tenho certeza de que é só uma fase. Todos passamos por isso." Digo com certa amargura, pensando em meu próprios pais e como não teria tido uma fase rebelde se soubesse que eles seriam tirados de mim tão cedo. Vincenzo me ignora e coloca as mãos em minhas coxas, acariciando-as gentilmente. "Vai ser um prazer conhecer o seu filho." Sorrio sem más intenções.

Suas mãos se fecham com mais força em minhas pernas assim que eu digo isso.

"Preste atenção, Violet." Junto ao forte aperto que me dá, sua voz se torna perigosamente mais baixa e incnfundívelmente ameaçadora. "Enquanto você estiver lá, tenha em mente que o nosso trato continua." O aperto nas coxas agora se tornava dolorosamente cruel. E eu gostava. "Eu não divido, Violet. Não se aproxime dele mais que o necessário."

Suas mãos vão das minhas coxas para a cintura, apertando-me mais forte onde quer que elas parem. Não escondo a leve dor que cada compressão que me causa. Não entendo a necessidade da pressão em minha carne até olhar em seus olhos azuis e os ver escurecerem gradualmente. 

Vincenzo fala sério. Muito sério.

"Porque acha que eu faria algo do tipo?" Pergunto, tentando usar de bom humor para elevar o tom da conversa.

"Sei do que ele gosta. Sei do que você gosta. E acho que sei o que Linda está tramando."

Ele empurra a barra de meu justo vestido até a minha cintura, descobrindo minhas pernas e quadris por completo, colocando as duas mãos na minha bunda e com um aperto firme, me eleva um pouco, trazendo-me para mais perto de si.

"E o que ela está tramando?" Rio, achando graça de sua desconfiança. "Que eu faça com o filho o mesmo que faço com o pai?" Nenhuma mulher em sã consciência que ama o filho deveria planejar algo assim, mas provoco Vincenzo mesmo assim, falando isso perto o suficiente de seu rosto, num tom de brincadeira.

Mas pela força adicionada a sua pegada, eu entendo que não foi assim que ele entendeu.

Dói um pouco mas eu rio baixinho. Sua nova possessividade me faz sentir desejada, algo que não sentia antes de encontrá-lo. Saboreio e quero mais disso.

"Não me provoque, Violet." Ele diz contra a pele do meu tórax. Eu nem percebi que meu seio já estava exposto, perfeitamente na altura de sua boca. E assim ele continuava, trazendo a parte de cima de meu vestido para baixo, concentrando todo o tecido em minha cintura. Seus dedos entram em mim repentinamente, e a surpresa me torna incapaz de responder a sua tentativa de me intimidar. Eu entro nessa pequena onda prazerosa que criamos e quero ficar nela, aumentá-la em um tsunami.

Por que nunca encontrei um um homem assim antes? Por que não aceitei sua proposta imediatamente? Por que não me dei ao luxo de me tornar um luxo? Medo de rejeição? Orgulho? Os dedos dele, sozinhos, me tocando no lugar certo me faziam duvidar de todas as formas que relativizei minhas decisões.

O sexo é uma mercadoria como qualquer outra, sim. As pessoas não gostam de pensar assim, mas na realidade, sexo é uma habilidade de negociação. E das mais antigas. Seja em um casamento amoroso ou em um caso de escritório. Você fode bem, não importa de onde você é ou quem você é. Assim como em qualquer outro mercado, se os benefícios forem maiores que os riscos, a transação vale a pena.

O romance é ótimo se você estiver procurando por ele. Constrói a base da própria sociedade através da unidade familiar. Tudo o que somos hoje começou com um homem apaixonadamente metendo em uma mulher. 

Mas para alguns de nós... alguns de nós não são feitos para isso, para fazer sexo e a partir dele construir algo bom para si.

Não...

Alguns de nós apenas fazem sexo para destruir.

Eu faço sexo pois é a única forma que encontrei para destruir tudo o que tenho de ruim dentro de mim.

HUNGER 🔞Where stories live. Discover now