57 ● Violet: Get In The Ring

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Confesso não ser uma fã de artes marciais ou brigas de nenhum tipo, profissionais ou amadoras

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Confesso não ser uma fã de artes marciais ou brigas de nenhum tipo, profissionais ou amadoras. Lembro-me de quando criança ver meu pai assistindo um boxe com lutadores famosos que passava no domingo a noite, record de audiência. Ele não me deixou assistir alegando que era muito violento para uma criança. Mas assim que me colocara para dormir, eu escapei na pontinha dos pés até a sala para ver do que boxing se tratava.

E me arrependi amargamente.

Eu entendo que para alguns há beleza e maestria na arte de lutar. Apenas não vejo aonde exatamente. No entando, a briga que vi de Mateus e seu melhor amigo... entendo que acertos de contas só se faz assim para algumas pessoas.

O tal do olho por olho e dente por dente é um mantra que boa parte de nossa humanidade viveu e ainda vive através de. E tudo bem. Creio que muitos acham mesmo que podem trazer karma com a força de seus punhos, apresentar a quem os lesou uma punição justa a seu bem querer, e não esperar o destino -ou qualquer outra força que conserte as coisas no mundo- colocar tudo no seu devido lugar com o tempo e da forma certa.

Desde a revelação de Alec, eu queria acertar minhas contas com alguém, e até confesso que da mesma forma que vejo aqui.

O primeiro oponente de Mateus é agressivo, por um momento ficaram só naquela impassiva dança, um esperando pelo outro lançar o primeiro golpe, abrir algum tipo de espaço para que haja um contragolpe.

O cara acertou Mateus de uma forma que me fez desviar o olhar, como na noite em que assisti escondida a luta que meu pai via na tv. Não sou do tipo sensível, mas amaldiçoei aquele esporte por tentar destruir um rosto tão bonito, imaginando quantos rostos bem feitos pela mãe natureza a agressividade humana já destruiu dessa forma.

Mas a curiosidade me obriga a olhar de volta para o ringue assim que ouço a platéia torcendo mais e mais alto, minha curiosidade falando mais alto também. E quando olho, vejo Mateus repetir a noite em que descobriu que sua namorada o traía com seu melhor amigo: subiu em cima do cara e desferiu, um dois, três socos até o improvisado juiz o fazer parar, decretando assim sua vitória.

Eu sorri para mim mesma. Percebi que senti algo diferente ao assistí-lo esmurrar seu oponente. Não sei dizer exatamente o quê ou por quê. Dois minutos mais tarde, já tinha outro já cruzando as cordas pretas e recomeçando aquela estranha dança.

Eu me levanto, e inquieta com o fato de que ele lutaria de novo, dou uns passos ao redor do ringue. Não acho que Mateus consegue me ver, mas eu o assisto atentamente enquanto seguro suas coisas. Sem demoras, o assisto derrubar mais um oponente, uma luta rápida e definitiva. Dessa vez Mateus nem precisou subir em cima do cara, este caiu com duplos golpes certeiros.

Seguro minha respiração. Existe algo diferente em Mateus. Algo que nunca vi ou achei que veria nele ou em alguém como ele, apesar do pouco tempo que o conheço. Parece ter se transformado em outra pessoa, ou permitido alguma parte escondida de si vir a tona.

HUNGER 🔞Where stories live. Discover now