Essa é a história de Flora e Violet, mãe e filha passando por problemas similares em épocas diferentes.
Assolada por seus vícios e virtudes, Violet Sanspree conhece o casal Santoro, tornando-se amante do marido e amiga da esposa, um secreto acordo...
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Eu encontro o espaço onde a conferência acontecerá sem dificuldade, já que o Reitor tinha me mostrado aonde ficava quando o visitei hoje a tarde.
O pequeno salão que o precede tem o chão em um mármore branco lustroso. Alguns dos participantes que apareceram cedo como eu, conversam bebericando doses complementares oferecidas pela Universidade.
Me senti levemente intimidada pelos olhares em minha direção. Certamente, muitas dessas pessoas se conhecem, conversam efusivamente entre si. Eu sou a outsider que desconhece e é desconhecida por todos. Ainda assim, ofereço educados sorrisos aos olhos curiosos que pousam sobre mim e me adianto entre os presentes para encontrar um lugar no auditório, já que a pequena apresentação está para começar.
Do vasto mar de cadeiras em que ninguém ainda senta, escolho uma tão perto da porta quanto possível para escapar dele assim que terminar.
Observando o espaçoso teatro da Universidade, vejo que as luzes da platéia e do palco estão acesas com intensidades diferentes. Um pódio com o logotipo da Instituição ainda desocupado está ao lado esquerdo do palco, e na grande tela branca atrás dele, um power point com fotos do Campus passando em loop. Atrás do pódio também estão quatro cadeiras vazias postas lado a lado.
Linda me manda uma mensagem perguntando se já cheguei. Eu respondo com um simples sim. Depois de alguns momentos, ela me manda outra mensagem perguntando aonde exatamente eu me encontro.
"Dentro do auditório. Sou a única aqui. Por quê?" Digito.
Após enviar a mensagem, meu celular cai de minha mão, indo parar embaixo da fileira da frente, quatro cadeiras para o lado direito. Resmunguei alguns xingamentos e resolvi recuperar o aparelho, cuja tela escura reflete pobremente as luzes do local, mesmo debaixo do banco embutido.
Estico toda possível extensão de meu braço mas ainda assim não pude alcançá-lo. Após mais alguns xingamentos gratuitos, me inclino sobre a recosto da poltrona da frente, desconfortavelmente me dobrando na cintura e abaixando, tendo meu movimento limitado pelo justo vestido azul-escuro que decidi usar. Não tem mesmo ninguém aqui para que eu me preocupe com modos e só preciso de alguns minutos de bunda para o ar para alcançar meu celular.
Ao menos fora o que pensei.
"Acho que a encontrei." Ouço uma voz masculina dizer enquanto me estico ainda mais para pegar o aparelho, me arrependendo de estar na posição em que me encontro assim que ouvi a grave voz. "Não sei se é ela porque ela tá de... é... costas pra mim."
Finalmente alcanço meu celular após um último esforço. Isso certamente doerá mais tarde. Me re-ergo e arrumo os fios que escaparam do coque de meu cabelo, me virando para retornar ao meu lugar.
"Violet?"
Eu olho para a fileira de cima. Pessoas começam a entrar e quem pronuncia meu nome está parado próximo a cadeira que escolhi sentar. E ter de fingir que não o reconheci foi mais difícil que ter de fingir que eu não estava de bunda para cima há poucos minutos atrás.
