"Mateus!" Eu o chamo assim que ele dispara andando pela rua, esperando que eu o siga. "Espera!"
Ele pára aonde está e gira em seus calcanhares em minha direção.
Paro na rua, cruzo os braços e bato o pé, pois não acho que é uma boa idéia ir com ele para casa dele agora.
"Que foi?" Ele pergunta de onde está ao ver minha pose.
"... não sei, acho melhor eu voltar para o hotél." Digo finalmente.
"Porquê?" Franze o cenho, curioso.
Mordo o lábio inferior, tentando evitar dizer o óbvio. Mateus dá uns passos lentos em minha direção, olhar inquisitório, semi-bêbado, semi-sóbrio. Quando ele se aproxima o suficiente, pergunta:
"Acha que eu vou te agarrar quando chegarmos na minha casa?" Sua voz era baixa e sinuosa. Sinuosa demais para a ocasião, saindo de sua boca que se curvava num semi-sorriso.
"...claro que não."
"Então pronto."
Antes que eu dissesse qualquer outra coisa, ele simplesmente se abaixa e me pega pelos joelhos, me colocando sobre o seu ombro direito como um neanderthal, sem avisos ou esforços extras.
"MATEUS!!" Exclamo seu nome que ecoa pela rua vazia.
"Você tava demorando demais." É tudo o que diz.
"Mateus!! Você tá louco?? Me põe no chão agora!" Demando, mas ele não responde. "Eu aceitei sua carona pra isso?" Argumento, irada.
"Pois é, e tô te dando outra agora." Responde. "E foi uma noite meio chata, não acha? Não dá pra deixar terminar assim. A gente tem que se divertir, Violet."
"O QUÊ?" Me balanço em seu ombro, preocupada com o que ele quer dizer com isso e me impressionando pois nem com chacoalhões assim ele me solta.
"Brincadeira, Violet! Porra, você é muito séria. Desfaz a pose de profissional estressada pelo menos por um minuto. Tô te levando embora pra passar a noite, só isso. Você dorme na minha cama e eu durmo no sofá."
Ele fala comigo como se me conhecesse, como se tudo o que ele está fazendo fosse absolutamente comum e eu que fosse a exagerada por reclamar. E quem estava fazendo cara de poucos amigos a noite toda era ele, não eu.
Agora me diz de onde surgiu essa intimidade?
"Eu vou acabar caindo, você tá bêbado!" Estou num leve pânico pois tudo o que posso ver daqui do alto de seu ombro é o asfalto.
"Pára de se mexer ou nós dois vamos acabar caindo. Como você mesma disse eu tô bêbado, Violet." Para minha surpresa e indignação, Mateus dá dois tapas na minha bunda ao dizer isso, rindo em seguida.
YOU ARE READING
HUNGER 🔞
General FictionEssa é a história de Flora e Violet, mãe e filha passando por problemas similares em épocas diferentes. Assolada por seus vícios e virtudes, Violet Sanspree conhece o casal Santoro, tornando-se amante do marido e amiga da esposa, um secreto acordo...