53 ● Flora: Lessons

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Eu termino de atender os últimos clientes dessa noite de terça-feira, servindo uma saideira de cerveja para o velho Sr

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Eu termino de atender os últimos clientes dessa noite de terça-feira, servindo uma saideira de cerveja para o velho Sr. Arthur que sempre que aparece me conta bastante sobre sua amada esposa e a vida de aposentado, enquanto espero que outro cliente do outro lado do bar também termine sua bebida que provavelmente já esta quente de tanto que demora ao bebericar-la. 

Quando os dois acertam suas contas e com educados sorrisos se despedem de mim, eu fecho a porta de ferro da frente do bar do Luiz e me coloco a fazer o mesmo procedimento de sempre: limpando, contando o dinheiro e o guardando no devido cofre, checando todos os aparelhos eletrônicos e arrastando os pesados sacos de lixo para fora, coisa que Luiz insistia para que eu deixasse para ele fazer na manhã seguinte mas que eu já tinha tornado o ato parte de meus afazeres.

Assim que termino, lavo as mãos, apago as luzes e saio pela porta lateral que dá para o beco. A noite é fria mas a jaqueta jeans que visto é suficiente para me manter aquecida. 

Em alguns minutos, Soraya virá me buscar. Ela me oferecera a carona pois queria conversar sobre tudo o que esta acontecendo assim que lhe contei em partes sobre Bruno, Tamires e Roger. Honestamente, eu preciso conversar com alguém a respeito disso tudo. Alguém que não fosse Roger. 

Assistí-lo brigar com seu próprio irmão por minha causa me faz sentir imensamente culpada, a ponto de considerar cortar todos os laços com todos os Sanspree. E não por quê Bruno não merece o bom soco que eu lhe dei, mas por que Roger é um bom homem que acabei colocando no meio dessa bagunça toda sem querer e isso não é justo. 

Me deu certa vergonha dormir em sua casa ontem á noite, depois de tudo.  Enquanto eu segurava gelo em seu supercílio cortado pelo soco desferido pelo próprio irmão, ele se preocupava em me acalmar. Eu me sentia extremamente egoísta por abusar de sua boa vontade para comigo e acabar por colocá-lo contra seu próprio sangue em troca.

Isso me partia o coração.

Foi então que decidi que eu não deveria mais ficar aqui nessa cidade. 

Uma decisão absurdamente contraditória e difícil de tomar pois assim que Roger me abraça para me confortar, pela primeira vez em muito tempo eu senti que ali, em seus braços, era meu lugar. Seu enlace é quente e envolvente, seu cheiro másculo tudo o que minhas narinas podiam aspirar. Seu respirar contra minha pele, suas mãos asperas do pesado serviço afagando meus cabelos... é tudo o que eu não sabia que precisava.

Mas como poderia ficar ali depois de tudo que causei com sua familia? 

Não tem como. 

Quando ele tentou me beijar, embalado pelo momento calmo depois da cena eletrizante, desfiz nosso abraço. Negá-lo foi mais difícil do que imaginei que seria. Mas eu não preciso mais de beijos precipitados. Ele entendeu que o momento não era propício para tal aproximação e afastou-se. 

Apesar da noite terminar assim, tivemos um agradável café da manhã juntos antes dele me dar carona ao restaurante de Amanda. Soraya já me esperava curiosa assim que me viu saindo do carro dele depois de ter depositado um longo beijo em seu rosto e passar o dia sorrindo mesmo depois de tudo.

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