14 ● Flora: High Stakes

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Quase chegando ao nosso destino, tento me acalmar, olhando para a paisagem da mata que encobria a beira da estrada

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Quase chegando ao nosso destino, tento me acalmar, olhando para a paisagem da mata que encobria a beira da estrada. É ofuscantemente verde, viva e orgânicamente brilha sob o terno sol da manhã do sábado de verão.

Quando senti a mão de Bruno pousar sobre meu braço que descansa em meu colo, me viro para ele com o pequeno susto que levo.

"Acalme-se, Flora." Ele diz, dirigindo. "Desculpa, mas seu braço estava tremendo muito." Ele explica porque me segurara de repente. Bruno sempre me toca, eu já estou a certo nível acostumada com suas mãos, que sempre de uma forma ou de outra acabam em mim, fruto de nossa amizade.

Mas a surpresa de agora se dá porquê eu estou ansiosa com o fato de que conhecerei pessoas estranhas. Pela primeira vez, isso me deixa muito nervosa. Comparada a meu antigo eu, estou cada vez mais anti-social em minha vida privada e isso se reflete em meu rosto.

"Isso sempre acontece?" Bruno questiona.

"Isso o quê?"

"Tremores." Ele espera uma resposta enquanto dirige, dividindo sua atenção entre a estrada e eu.

"Só depois que cheguei aqui." Minha voz quase não sai. Não sei exatamente por que os tremores acontecem. Uma de minhas mãos fica irrequieta e nem sinto acontecer. Sempre quando estou nervosa, ansiosa. Ás vezes os remédios que tomo controlam, muitas vezes não surtem efeito.

Como não quero mais tomar nenhuma daquelas tarjas pretas, estou diminuindo as doses, contra as indicações dos doutores. Bruno acha que eu não devia desobedecê-los, mas certas vezes não aguento os efeitos colaterais que eles me causam, alterações em meu estado psicológico ou físico.

E por mais que nem Bruno nem os médicos me entendam ou acreditem em mim, creio que minha santa Virgem é o que mais preciso para me curar. Sua misericórdia e minha fé me mantém em pé a cada dia.

Bruno pára o carro num acostamento á beira da estrada e retirando seu cinto de segurança, me convida á sair do carro também e seguí-lo.

"Quero te mostrar uma coisa."

Saindo do asfalto e pisando no mato, seguimos uma pequena trilha abaixo da pequena encosta florestal que beira a estrada. Ainda é possível ouvir os carros que passam à altas velocidades na rodovia que deixamos mais e mais para trás a cada passo adiante.

Eu o sigo com cuidado, tentando não pisar em nenhum bicho que possa se esconder no denso e alto gramado. Segurando a barra da saia do meu longo vestido florido, eu observo meus arredores: estamos cercados por altíssimas árvores com finos troncos que possuem poucos galhos espalhados por suas pontas, unindo-se e impedindo os raios de sol de chegarem até aqui embaixo, me fazendo agradecer pela sombra oferecida.

Ouvindo o distinto som de água, Bruno e eu chegamos ao que certamente era um tesouro escondido: uma cachoeira de provavelmente uns quinze metros, jorra litros e litros com voracidade, causando uma sinfonia natural ao fazer a água cristalina bater nas pedras que posicionadas ha alguns metros de nós.

"Meu Deus, que lindo!" Eu realmente estou impressionada com a simples beleza daqui. Não posso acreditar que um lugar tão bonito e isolado estava apenas alguns metros de uma estrada tão movimentada.

"Gostou?" Bruno sorri a minha frente.

"Adorei!"

"Eu e meu irmão vinhamos aqui o tempo todo quando eramos mais novos." Bruno começa a tirar a camisa a minha frente e eu tento não observar sua bela forma. Ele continua falando. "A casa dos meus pais fica há uns vinte minutos daqui, então vinhamos de bicicleta depois da escola."

Agora ele tira a bermuda e eu engulo seco, pois não tem como não ficar sem graça, especialmente com o que sua zorba delinea de forma tão... óbvia.

"Você não se importa se eu der um mergulho, né?" Faço que não com a cabeça e desvio meu olhar dele. Bruno mergulha e após alguns segundos embaixo da água, retorna a superfície. "A água tá uma delícia, Flora!"

"Imagino!" O lugar todo está uma delicia. Sento-me na pedra em que ele deixara suas roupas e observo a paisagem, que com o som das águas, acalmam o outrora definhante nervosismo dentro de mim.

A paz do lugar me contagia. Eu sorrio ao respirar o ar puro, lembrando de lugares assim que visitei em meu velho mundo.

Mas não quero ficar nostálgica. Apenas quero aproveitar o momento, aproveitar meu agora.

"Você tem que entrar, pelo menos um pouco!" Bruno exclama de dentro da água.

"Meu maiô ficou no carro!" Aviso. Embalei algumas trocas de roupa para o caso de passarmos a noite. Comprei um maiô assim que ele me disse que seus pais moravam próximos da praia.

"Eu não tô de sunga!" Ele nada até mim e começa a sair da água, pisando na grande pedra aonde eu me sentava. Eu já posso ver em seus olhos a vontade de me arrastar para a água custe o que custar. Ele parece se divertir com a idéia. "Nadar um pouquinho antes de conhecer a família pra acalmar os nervos, que tal?" Ele diz, se aproximando de mim. 

Ele me dá sua mão e eu a seguro para me levantar.

Eu adoraria entrar no pequeno lago. Eu adoro nadar, submersa ou flutuando, uma das minhas atividades favoritas.

Mas confesso estar absolutamente sem jeito de tirar meu vestido e ficar só de calcinha e sutiã em frente ao Bruno. Apesar de termos nos aproximarmos tanto, e eu o considerar um grande amigo, sou e estou extremamente tímida, apesar dele parecer não se importar nem um pouco em exibir seu corpo torneado a minha frente.

Bruno é um homem bonito e como está agora só evidencia isso.

O que me intimida ainda mais.

"Vamos, Flor, deixa de ser tímida. Não tem ninguém a nossa volta!" Ele passa a mão em seus cabelos molhados, sorrindo no processo. "Você pode se trocar depois na casa dos meus pais." Ele insiste.

Estou dividida. Quero nadar, mas não me recordo de jamais ter tirado minhas roupas assim, em frente a um homem. Sim, já usei biquinis em praias ou piscinas púlicas, mas por algum motivo, me despir na frente de Bruno no momento parecia bem mais íntimo que qualquer uma daquelas vezes.

Mas tudo bem, eu o faço.
Meu longo vestido florido cai por terra sozinho assim que deslizo suas alças lentamente para fora de meus ombros.

Dou um passo para fora do círculo que a peça de roupa fez no chão, só de calcinha e sutiã brancos, também retiro minhas sandálias, chutando-as para o lado.

Quando finalmente olho para Bruno que me espera, quase me arrependo de ter feito o que pediu.

Ele estudava cada canto de meu corpo. Parecia surpreso, hipnotizado. Tentei tapar o que pude com as mãos.

"Ai, Bruno, não me olha assim como se eu fosse um fantasma!" Admoesto, sem graça.

"De-desculpa... é que..." Ele passa a língua nos lábios e respira fundo. "Nada não. 'Bora entrar na água?"

"É muito fundo?" Pergunto, me colocando ao seu lado na beirada da pedra.

"Não aconselho a entrar de cabeça, se é isso que está perguntando."

Coloco o pé na água para verificar a temperatura.

"Meu deus, está geladissima!" Retiro meu pé rápidamente. "Você disse que estava uma delicia!" Dou um leve tapa em seu ombro por ter mentido para mim.

"É uma delicia se você entrar com tudo!" Ele ri e me pega no colo. Meu grito de surpresa pela facilidade com que ele me pega certamente ecoa por entre as árvores.

"Bruno! Não faz isso!" Eu o ameaço, mas não consigo que ele me leve a sério por quê não consigo parar de rir.

Comigo em seus braços, ele entra na água de uma só vez, mal me dando tempo para protestar o gélido toque das águas que constrastavam nítidamente com o calor de seu corpo junto ao meu.

HUNGER 🔞Where stories live. Discover now