24 ● Flora: Lucky Day

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"Pode ficar sossegado! Você não vai me machucar

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"Pode ficar sossegado! Você não vai me machucar." Tento acalmar Roger.

"Mas, Flora... não tenho jeito pra isso como você tem." Por um momento, parece mais um tímido garoto e não o diligente homenzarrão que é.

"Vamos, se você respirar fundo não vai ficar tão duro. Eu sei o que estou fazendo. Confia em mim?" 

Roger meneia e faz o que peço, sem graça. Por conta do casamento e da suposta dança que faremos com o casal de noivos, ele resolveu me confessar que não sabia dançar. E aparentemente, admitir isso para mim o deixou muito encabulado. Como a dança dele seria com o seu par, ou seja, comigo, resolvi dar algumas dica ao homem encantodoramente desengonçado a minha frente. 

"Nessas danças, o homem que conduz. Sua mão nas minhas costas," Coloco sua mão pesada na parte inferior das minhas costas. "Deve me guiar através dela, levemente me indicando pra qual lado ir. Vai parecer estranho de início, mas vai se tornar algo natural. Pra facilitar, vamos fazer o rítmo mais básico, dois e dois e meia volta. É só praticar, vamos lá."

Continuamos ali, treinando essa parte da dança. No resort da minha familia eram oferecidas aulas de dança para os turistas, e ao conhecer os professores, também aprendi a dançar. 

É vital para a valsa que eu saiba para qual lado ele virará; ler o corpo antes que ele o faça. É desastroso a princípio, mas assim que Roger deixa de ficar tão sem graça com a nova situação, seus passos começam a fluir melhor e eu o consigo ler e precedê-lo, e ele á mim. 

"Muito bem!" Parabenizo após conseguirmos finalmente completar uma passada inteira. Ele parece orgulhoso de si, mas está tão acanhado que eu acho que o vi enrubecer. "Dançar é praticamente uma conversa, mas sem palavras. Estamos nos comunicando aqui e para isso, precisamos estar no mesmo ritmo, ou seja, nossos corpos precisam conversar na mesma língua." Talvez essa analogia o ajude a entender melhor.

"Então quer dizer que estou aprendendo a línguagem do seu corpo, Flora?" Sorri de lado, enquanto ainda tinha seus braços a minha volta. 

Achei errado. Meu exemplo não ajudara em nada. Na verdade, complicara a explicação para mim. O olhar que ele lança com esta constatação faz a minha tímidez vir a tona. 

"Sim. E eu do seu, Roger." Respondo, tentando não perder a compostura, apesar dessa conversa sobre línguagens corporais parecer ter um contexto em si próprio. 

"E quão bem você diria que eu já conheço a sua língua? Caso precise, não me importo de ter que conhecer seu corpo mais. Sabe, pra praticar." 

Rio de nervoso e inclino a cabeça com a pergunta/comentário que parecia ter algum outro significado escondido nela.

"O quê? Estou falando da dança, juro!" Ele tenta segurar a risada. 

"Não é fácil tentar algo novo, mas com um pouquinho mais de treino, quase poderei confiar que meus pés estarão seguros e não serão pisoteados." Volto a falar estritamente de dança, sem exemplos que possam resultar em trocadilhos.

HUNGER 🔞Where stories live. Discover now