Capítulo 111

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Luan On:



Cheguei em Uberlândia e não deixei de pensar em Cecília durante o voo. Ela nestes dois meses mudou bastante, eu não lembro da Bruna ser assim na adolescência, mas pra falar a verdade eu mal acompanhei, estava sempre viajando em busca do meu sonho. Mas não lembro do meu pai ou da minha mãe reclamando. Não ter experiência nessas coisas é um saco, eu gostaria de a compreender melhor e de a ajudar. Ela sabia que eu estava sempre disposto a isso. Só espero que ela tenha realmente melhorado, eu não iria saber suportar se algo de mal estivesse acontecendo com ela.

- Boi o que foi? - Rober me despertou.
- Hã? Nada não Testa.
- É a Clara?
- Não, a Cecília. - o olhei e ele ficou curioso se sentando na minha frente enquanto comia algo no hotel.
- O que ela tem?
- Nem sei, acho que é coisa de adolescente. Te contei das mudanças que ela teve né? - ele assentiu me permitindo prosseguir - Ela agora está bem, só não sei se isso é normal.
- Me cheira a namoradinho.
- Nem me fala uma coisa dessas.
- Porque não? Eu reparei que ela estava sempre grudada naquele menino na festa dela.
- Não, ela me garantiu que eram apenas amigos, nunca que iria permitir que ela namorasse com essa idade e com um cara mais velho.
- Você não pode se intrometer nisso Luanzera, ela é sua filha mas também está crescendo e tem de viver essas coisas.
- Experimenta ter uma filha e depois me diz isso.
- Não tenho culpa de só ter rapazes até agora. - deu de ombros e ri. Rober havia casado a uns três anos atrás com um amiga de infância, ele que sempre ficou com várias foi logo casar com uma amiga de infância, a vida dá muitas voltas.
- Então não fala do que não sabe, nunca imaginei que fosse me dar tanta dor de cabeça ter uma menina. - ri fraco.
- E vem aí outra, por isso melhor aprender agora com a Cecília.
- Por vezes queria ter um filho rapaz mais velho sabe? Assim ele cuidaria da Ceci como se fosse eu quando estivesse viajando.
- A sua mulher faz isso por você, a Maria Clara é uma força da natureza, quando ela quer fica mais brava do que você, por isso fica tranquilo.
- Isso é verdade, mas agora ela só tem de relaxar e aproveitar a gravidez dos gémeos, não quero que ela se preocupe com essas coisas.
- Difícil é convencê-la disso, porque se bem a conheço, ela gosta de saber de tudo. - riu e o acompanhei,
- Você conhece a peça. A Ceci está na Argentina agora, espero que ela se divirta.
- Na Argentina? Nos avós dela? - assenti - A Carolina não mora lá não?
- Eu acho que não, nem sei por onde ela anda, nem quero saber.
- Mas você não se informou disso cara? - Agora que Rober falou eu comecei e ver a gravidade da situação.
- Cara, se ela estivesse por lá o seu Pedro me avisaria, ele e a D. Adrielle não aprovaram o que a Carolina fez por isso não permitiriam a ida da Ceci para lá sabendo que elas poderiam se encontrar né?
- É, tem razão, relaxa.

Mesmo sabendo que isso seria quase impossível não posso negar que me preocupou. Mas não poderia haver essa possibilidade. Não podia de jeito nenhum.

Cecília On:

- E então Ceci o que está achando do pouco que você viu?
- Estou adorando vô Pedro, não sei como não vim cá antes.
- Nós estamos adorando ter você aqui, achámos que seria difícil seu pai autorizar mas ele até se mostrou bem compreensivo.
- Meu pai só quer o melhor para mim.
- Verdade, irei agradecer ao Luan a minha vida toda por ter criado e principalmente amado você.

Avó Adrielle me mostrou a casa e o quarto onde ficaria, ela o decorou só para mim. Era bom ter um monte de avós, eles me mimavam e me ensinavam muitas coisas além de me contarem peripécias dos meus pais quando criança. Sei que neste caso não existiria isso, até porque não havia motivo para eles me falarem dos meus pais biológicos. Eu é que teria de descobrir por mim mesma algo e claro, contar com a sorte. Tomei um banho e desci para jantar.

(...)

Hoje me deram a conhecer uma parte de Buenos Aires. Agora estávamos a caminho da casa de uns amigos dos meus avós, iríamos jantar lá. Disseram que eles tinham uma neta um pouco mais velha do que eu que me poderia apresentar outras coisas da cidade. Minha mãe me ligou assim como meu pai. Eles se preocupavam comigo e eu só esperava que eles entendessem a minha curiosidade pelos meus pais biológicos. Acho que mereço saber disso e se algo der errado, Kauan estará lá para me ajudar a ultrapassar.

Opostos, completos || LSWhere stories live. Discover now