Opostos, completos || LS

Capítulo 21

- Como assim a gente casou Maria Clara? - perguntei surpreso e ela deu de ombros surpresa também.
- Não sei, eu não lembro.
- Mas o que aí diz? - perguntei já preocupado, imaginem eu chegando com essa bomba no Brasil, não ia dar coisa boa.
- Apenas diz que eu e você contraímos matrimónio sob os poderes dados ao padre Elvis Presley. - riu e eu me senti num dejá vú.
- Puta que pariu. - me lembrei. - Eu sei o que aconteceu. Ouvindo agora a sua risada me levou para um momento parecido na noite anterior.
- Do que você está falando?
- Saímos da boate e ficámos andando pelas ruas até ver uma capela, decidimos apenas entrar e ver, mas lá dentro vendo a animação de um casamento que ocorria eu te propus fazer essa loucura...
- Você o quê? Quem te disse que eu queria? - me interrompeu brava.
- Calma. - lhe segurei a mão que já vinha para me bater - Você para minha admiração topou na hora, aliás, você foi quem falou com os responsáveis.
- A gente não poderia ter casado, isso é uma piada de mau gosto Luan. - me olhava aflita e olhei para minha mão que ainda segurava a dela.
- Olha nossos dedos. - ela observou lentamente e me deu um olhar ainda mais aflito do que antes.
- E agora o que a gente vai fazer? - desesperou e respirei pegando no papel novamente tentando entender alguma coisa.
- Me lê esta frase aqui. - lhe indiquei.
- "Este matrimónio não tem qualquer valor legal dentro e fora do país, é meramente simbólico.". Obrigado meu Deus. - respirou fundo aliviada.
- Nossa, quem vê até pensa que é assim tão mau casar comigo.
- Não se trata de ser bom ou mau, trata-se da gente fazer algo inconscientemente que poderia ter nos feito arrepender depois.
- Eu não me arrependo, foi algo que fiz num momento de loucura e com quem queria fazer no mesmo. E você?
- Também não me arrependo, mas ninguém pode saber disto. - me suplicou.
- Claro, ia pedir a mesma coisa. O que aconteceu lá ficou lá. - ela assentiu e guardou tudo com cuidado.

Lhe indiquei o filme e ela encostou em meu ombro. Peguei no celular para tirar uma foto nossa e ela riu fazendo careta. Fui ver se a foto ficou boa quando me deparei com um monte de fotos da noite passada.

- Meu Deus. - Clara exclamou assim que viu - Tanta foto do casamento. A gente tem de apagar isso.
- Não vou apagar Maria Clara, vou guardar muito bem guardado. Será algo para a gente relembrar, como você disse quando a gente colocou as alianças.
- Eu falei isso?
- Falou. - ri.
- Disse algo pior?
- Se pior significa dizer que me ama, você disse sim. - menti para a assustar e a sua boca abriu lentamente acompanhando a admiração do seu olhar arregalado - Estou brincando. - ri e ela semicerrou os olhos me batendo.
- Não brinca com coisa séria.
- Hum, então me amar é algo sério?
- Pára de graça e vamos ver o filme. Ficou bravinha e ri.

Chegámos de madrugada e me deu dó de acordá-la. Dormia tão profundamente. Mas tive de o fazer. A van nos esperava para nos levar pra casa. Primeiro parámos em casa de Maria Clara e saí para a ajudar. Àquela hora não havia problema, até porque estávamos em seu condomínio que era bem calmo.

- Amanhã de tarde passo aqui pra te levar pro escritório.
- Se não for incomodar.
- Fica tranquila. Depois você fica com a gente para o show, vamos jantar antes e seu irmão também deve ir, já que a Bruna vai.
- Tá bom, melhor assim mesmo. Não preciso andar lá e cá. Bem,  eu vou entrar. Resto de boa noite. - ela ia se virar quando a segurei pelo braço e a fiz me olhar.
- Dorme com Deus e sonha com o seu marido aqui. - ela me olhou irritada e ri sabendo que ela riria a seguir, o que aconteceu.
- E você com a sua esposa. - brincou e revirou os olhos. - Até amanhã Luan.
- Até Clarinha. - ela ia se soltar mas a puxei para mim e lhe dei um selinho.
- Luan. - me repreendeu e saiu rápido com a mala enquanto eu ria.

Acordei na hora do almoço e desci sendo recebido pela minha família que me esperava. Abracei a todos e distribuí os seus presentes, para alegria de Bruna que adorou as roupas e acessórios que levei pra ela.