Capítulo 23

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- Luan?
- Minha bailarina. - me aproximei.
- Você bebeu?
- Só um pouquinho. - fui andando pra frente enquanto ela dava passos para trás.
- Um pouco, você tresanda a álcool e a ... - fez uma pausa e me olhou brava - Perfume de vagabunda.
- Ela era bem parecida com você fisicamente. Eu bobo que sou achei que ficando com ela era o mesmo que ficar com você, mas não dá. Só com você o beijo é mais gostoso. - ri fraco e ela bateu com as costas na parede.
- Você veio sozinho dirigindo? - assenti - Você sabe o perigo que correu? Você poderia ter se acidentado. - me repreendeu e dei de ombros.
- Mas ao menos saberia que vinha ver você. - a tranquei colocando meus braços em cada um dos lados do seu corpo.
- Eu... eu vou te dar um banho frio.
- Não quero, só preciso do seu beijo. - choraminguei. - Me mata essa vontade.
- As suas piriguetes não te saciaram?
- Se você soubesse como anda minha vida depois de você. - neguei rindo sentindo meus olhos arderem. - Eu troquei o nome de uma dessas "piriguetes" como você chama pelo seu e hoje recusei outra. Porque só consigo ver você á frente. - ela me penetrou bem fundo com o olhar e engoliu em seco várias vezes.
- Melhor você se refrescar um pouco Luan.
- Eu quero você. - falei firme.
- Você não sabe o que quer. - me agarrou pelo braço e me puxou para fora.
- "Eu acho que eu estou gostando de você, mas você não percebe porquê? Eu vejo o tempo passando e cada vez me apaixonando mais, mas você não percebe, porquê?" - cantarolei e ela parou no meio da sala e me beijou.

A encostei na parede e aprofundei o beijo sentindo as suas mãos acariciarem meus cabelos de leve. Assim que parámos ela me olhou séria e me puxou para o seu quarto. Pensei que ela tivesse cedido mas me enganei quando ela me levou para o banheiro e ligou a água fria sobre mim.

- Tá fria Maria Clara. - resmunguei e ela não fez caso começando a me despir.
- Vê se cala a boca e coopera Luan.

Terminou de me banhar e me deu uma toalha para me secar saindo. Assim que cheguei no quarto a vi com uma cueca e uma das minhas blusas em mãos.

- Toma, veste e vem se deitar. - me ordenou e semicerrei os olhos.
- Você está brava?
- Ainda não passou a bebedeira? Se despacha. - me apressou e me ajudou a vestir a camiseta.
- A culpa é sua e desse seu jeito.
- Culpa de você beber? Me poupe.
- Não, culpa de eu não querer mais ninguém a não ser você. - confessei e ela me olhou sem saber o que dizer.
- Se deita Luan, eu vou tomar meu banho. - falou baixo e saiu rápido.

Fiquei a esperando e assim que ela saiu se dirigiu para a porta do quarto saindo por ela. Fiquei esperando e ela voltou com duas xícaras de café trancando a porta em seguida.

- Bebe, amanhã eu ligo à Beatriz pra te levar em casa.
- Não precisa, amanhã estarei melhor. - sorri bebericando - Só queria ver você e perceber o que anda acontecendo.
- E chegou a alguma conclusão?
- Apenas que quero você. - Ela desviou o seu olhar e me olhou cuidadosa.
- Vamos dormir? - assenti e me deitei.

Maria Clara apagou as luzes e assim que se deitou suspirou alto. Não sei se seria boa ideia a abraçar, seria demais para aquela noite. Apenas fechei meus olhos e embora me sentisse ainda um pouco tonto, adormeci.

Clara On:

Me surpreendi com a visita inesperada de Luan. Ele estava bêbado mas as palavras dele me dizendo que só me queria a mim e que tinha recusado mais mulheres, me pareceu bem sincero. Lhe neguei o beijo que ele me pedia mas quando ele cantou aquela música eu o beijei para o acalmar e de certa forma o retribuir. Agora ele estava do meu lado dormindo sossegado. Acariciei seu rosto de leve assim como seus cabelos desgrenhados. Me aconcheguei perto dele e adormeci. Acordei antes dele e sua mão estava em minha cintura me abraçando. Soltei devagar e desci para fazer um café da manhã pra gente.

Opostos, completos || LSWhere stories live. Discover now