Capítulo 112

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-Mãe desculpa, eu não queria ter ficado de recuperação. - me desculpei assim que a abracei no aero.
- Comigo você não precisa se desculpar Ceci, mas com a pessoa que está no carro esperando a gente, sim. - só podia ser meu pai.
- Me ajuda mãe, eu não quero que ele brigue comigo.
- Ele não está bravo, só está desiludido.
- Mas o pai acaba sempre por ficar bravo depois mamãe, me ajuda por favor.
- Tá bom, e essas mini férias na Argentina correram bem?
- Aham, adorei ir lá.
- Que bom, agora vamos indo senão seu pai entra aqui pra pegar a gente e só saímos amanhã cedo. - rimos e seguimos para fora do aero.

Logo vi o carro e assim que abri a porta Lucas sorriu para mim, esse pequeno podia me chatear ás vezes mas era das pessoas que eu mais amava no mundo. Ele abriu os bracinhos para mim e o abracei bem forte.

- Não vai mais pra longe Ceci, eu senti a sua falta.
- Sério? Está com saudade de me chatear é? - brinquei e ele riu.
- Também, mas eu gosto de ter você por perto, você me protege. - sorri grande e beijei o seu rosto.
- Oi pai.
- Oi filha, o meu beijo. - pediu e reparei que ainda não tinhámos saído do lugar. O abracei do banco de trás e beijei o seu rosto imensas vezes.
- Já disse que amo o seu cheiro? - confessei e ele riu.
- Nem vem com esses elogios, eu estou desiludido com você.
- Eu sei pai e peço imensas desculpas, eu não queria isso mas o senhor sabe que não foi fácil, eu andava cansada demais, eu prometo que não se irá repetir. - ele me encarou pelo espelho já na estrada.
- Só espero que na recuperação você volte a ter notas máximas.
- Vou ter, confia em mim. - ele assentiu e desviou a atenção para a frente.
- E na Argentina como foi? Você conheceu um monte de coisa, teve algo especial que aconteceu?
- Nada pai, mas é um país bonito.
- Não deu trabalho para os seus avós né? - voltou a me encarar pelo espelho.
- Claro que não papai, não dou trabalho.
- É assim mesmo, quem sai aos seus não degenera. - falou isso tão naturalmente que todos riram menos eu, minha cabeça estava confusa demais.
- Já acabaram os seus shows?
- Já, ontem foi o último, agora é só aproveitar as férias, pra semana Cabo Verde que nos espere. - falou animado, por mais que ele amasse cantar, descansar era sempre bom e passar um tempo com a família sem pensar em reuniões, músicas ou entrevistas era relaxante.

(...)

- Filha vai lá e boa sorte. - papai me deu um beijo na testa assim que me deixou na escola. - Quando terminar me liga, eu vou no Dudu.
- Obrigada papai e pode deixar que eu ligo.

Entrei na escola e procurei a sala onde iria realizar as provas. Estava distraída quando alguém me abraçou por trás, não precisava ser muito esperta para adivinhar a quem pertencia aquele perfume. Me virei repentinamente e ele me envolveu em seus lábios e em seus braços. Eu estava morrendo de saudade de Kauan.

- Não sabia que você estaria aqui princesita.
- Também não esperava mas fazer o quê. - dei de ombros e ele riu. - Você tem muitas pra recuperar?
- Três, falta muito pra você entrar?
- Uns 15 minutos.
- Perfeito para eu te beijar muito. - ri e ele juntou nossos lábios. O colégio estava deserto, só quem iria fazer provas estava andando por ali então não havia problema da gente estar no meio do corredor nos beijando.
- Que lindos os pombinhos. - uma voz enojada soou atrás de mim e olhei Kauan que me piscou o olho me juntando mais a ele.
- Oi Ash, tudo certinho?
- Oi Kaká, tudo mais ou menos, você sabe que ficaria melhor comigo do que com essa pé rapado adotada por ricos.
- Vai começar. - resmunguei e Kauan beijou minha testa.
- Dá pra parar com isso Ash? Você sabe que se continua com essas boquinhas não haverá mais eu e você. - falou sério e semicerrei o olhar, como assim ele estava insinuando que depois de mim eles teriam algo?
- Eu sei babe, me deixa apenas divertir com a coitadinha aí. - apontou para mim e saiu.
- Cabra. - grunhi e ele me olhou rindo - Está rindo? Eu não gostei nem um pouco do que você falou? Como assim "eu e você"? Por acaso está pensando em ficar com ela? Porque se for me avisa, que a gente termina o que nem começou.
- Nossa, que esquentadinha. - zoou - Só usei aquilo porque sei que a iria deixar na corda bamba, ela tem esperança que eu ainda tenha algo com ela, mas não terei, é você o meu desafio agora, só falei aquilo pra calar a Ash.
- Espero que sim, porque se eu sei de algo...
- Não pensa nisso, não irá acontecer. - apertou a minha cintura espalhando beijos pelo meu pescoço - Tenho tantos planos pra gente. - me olhou.
- Quer me contar?
- Surpresa princesita, mas você irá gostar, só confiar em mim que eu te mostro o lado bom da vida. - riu misterioso.
- O que seria esse lado bom? - afrouxei o espaço entre a gente.
- Apenas eu e você sozinhos.
- Eu não sei se estou prepa...
- Eu faço com que você esteja, confia em mim. Eu sei que você confia.
- Eu confio. Por falar nisso, eu já te falei que reencontrei a Carolina, ela quer que eu me encontre com ela aqui em São Paulo.
- Você vai, e eu vou junto.
- Eu esperava que você dissesse isso. - sorri e nos beijámos uma última vez antes do sinal tocar.

Opostos, completos || LSWo Geschichten leben. Entdecke jetzt