Capítulo 9

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Como ele pode ir pra cama com outra depois daquele momento que tivemos? Não passou de uma mera encenação pra me levar pra cama, certamente. Pois era essa a intenção dele e depois me rejeitar como essazinhas que ele está habituado a comer. Mas ele está muito enganado se acha que vai conseguir. Fiz o que tinha pra fazer e molhei a cara tentando relaxar um pouco mas aquela imagem não saía da minha mente. Argh, cafajeste, canalha, eu quase caí naquela ladainha toda. Saio do banheiro em silêncio para que ele não perceba que estou ali, mas mesmo assim ele não perceberá, com os gemidos da outra torna-se um caso complicado. Mas quando levanto meu rosto para voltar para o quarto de Bruna me deparo com ele escorado na porta do seu quarto me avaliando. Engulo em seco e quando dou um passo pra sair ele me segura.

- Espera. Precisámos conversar. - fala firme e puxo meu braço.

- Não temos nada pra falar, já percebi o tipo de homem que você é e a idiota que eu seria se tivesse prosseguido hoje mais cedo. Você confirma a cada dia aquilo que eu já sabia, que você é um sem vergonha que não vale nada.

- Pára com isso. Me deixa explicar.

- Você não me deve explicações, não me é nada. - falo com raiva e ele se aproxima me fazendo recuar.

- Mas eu não quero que você pense o pior de mim.
- Tarde demais. Mas quer saber de uma coisa? Você poderia comer quantas quisesse, mas depois do que se passou mais cedo com a gente esperava um pouco mais de consideração e respeito. E pior é que você estava fazendo besteira debaixo do teto onde a sua mãe e a sua irmã estão. - esbracejei e ele bufou visivelmente nervoso.
- Como você disse não temos nada e eu não te faltei ao respeito coisa nenhuma.
- Claro que não, eu que sou a doida. - ele ia protestar e meu celular tocou.

- Alô Fê.
- Oi bonequinha, liguei pra te chamar para um barzinho agora, cê topa? A gente pode comer alguma coisa por lá.
- Claro gatinho, eu vou sim. Pode me pegar no Alphaville, estou em casa da Bruna? - Olhei Luan que cerrou os punhos e passou a mão nos cabelos freneticamente.
- Mas é óbvio que eu te busco. Em 15 minutos estou aí.
- Até já Fê, beijo grande.

Assim que desliguei Luan me olhava indecifrável e virei costas para sair mas novamente fui interrompida pelo braço dele me puxando para o seu quarto.

- Me larga otário. - resmunguei e ele me prensou na porta.
- "Fê, gatinho, beijo grande". - repetia o que eu tinha dito com certo desdém - Depois sou eu que te falto ao respeito e não tenho consideração. Você só estava esperando ele te ligar para sair correndo atrás daquele malacabado.
- Não fala assim do Felipe, ele é muito melhor do que você.
- Então porque não namora com ele e pára de me atormentar com as suas provocações? - me olhava bem próximo e não tinha como desviar.
- Não é da sua conta. Aliás, nada que acontece na minha vida é da sua conta. Não te devo nada. Você será apenas meu patrão e companheiro de clipe, o resto é resto e não passa disso. - falei frustrada e se ele não segurasse meus pulsos eu teria voado na cara dele.
- Fique sabendo que eu posso ser o maior canalha do mundo mas também sei ser o homem que toda a mulher sonha.  E não adianta dizer que não sonhou comigo uma única vez pelo menos. Tô mentindo? - Senti seu hálito a menta se misturar com a minha respiração e busquei forças onde não imaginava para o empurrar e sair correndo do seu quarto.

Bruna estava no notebook e assim que entrei estranhou a demora e o meu estado um pouco nervoso. Menti dizendo que estava com calor e que tinha de ir porque o Felipe me esperava. Ela liberou a entrada dele e depois de me despedir dela saí.

- Oi princesa. - me cumprimentou e puxou meu rosto para me dar um selinho, mas desviei sentindo os seus lábios em meu rosto.
- Vamos Fê? - sugeri e ele me olhou estranho mas não contestou, dando partida no carro.

Opostos, completos || LSWhere stories live. Discover now