Capítulo 77

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- Luan? Onde estou? O que você fez? – fazia perguntas rápido demais me olhando irritada.
- Eu peguei vocês no meio da noite e estamos prestes a aterrar no aero de Espírito Santo.
- Você nos raptou?
- Tecnicamente sim. – dei de ombros e ela olhou a janela do avião.
- Você é doido. – se encostou ao meu ombro.
- Doido por vocês, não fica chateada, apenas foi o único jeito de te trazer.
- Não fico chateada, mas não volte a repetir, eu poderia ter algo importante para apresentar na faculdade amanhã.
- Você tem razão, mas se tivesse você me diria ontem.
- Eu tenho de me vestir antes de sair. – espreitou debaixo do cobertor.
- Por mim você andaria sempre assim, mas não dá né? Os outros...
- Iam ficar olhando. – me completou e ri a beijando.

Cecília acordou rapidamente e depois de arrumadas saímos para a van que nos esperava e que nos levou ao hotel.

Clara On:

Luan era maluco em nos trazer, mas não posso negar que foi algo diferente e adorei ele ter feito isso. Depois do jantar nos arrumamos para o show. O local estava cheio e todo o mundo chamava por Luan. No camarim depois de dar um jeito no cabelo foi atender as meninas nos levando junto. Elas não faziam ideia que estava com ele mas ficaram surpresas. Cecília amava essa atenção toda.

- Papai me deixa dançar com você no palco.
- Filha não dá.
- Porque não papai?
- Porque não faz parte do show.
- Mas a mamãe já dançou naquele DVD. – cruzou os braços embirrada. Ela era ótima em argumentar e a gente sempre ficava sem saber o que falar.
- Mas filha era diferente.
- Só uma papai.
- Só uma música? – Ceci assentiu - Tá bom, só uma então.

Fiquei com ela do lado do palco e Luan tinha informado que ela entraria na música "Um beijo". Imaginem a felicidade da menina, estava difícil de a manter calma, só queria saltar e dançar.

- Galera hoje teremos uma participação muito especial, no camarim me fizeram um pedido irrecusável. – Luan começou por explicar. - Na próxima música teremos uma bailarina. – a galera foi ao rubro e muitos gritavam por mim – Não é a Clarinha amores, é uma Clarinha mas em ponto mais pequeno. Vem pra cá Cecília.
- Vai filha e cuidado. – a avisei e a vi correndo para o palco sendo amparada por Luan.

Ele começou cantando e ela dançava ao ritmo da música. Luan estava sempre de olho nela mas por um breve instante desviou o olhar e foi o suficiente para ela se aproximar na beira do palco e uma chama de fogo surgir. Luan se apercebeu e correu para a puxar. Fiquei com o coração acelerado e minha vontade era correr para o palco. Mas Luan me olhou e me aliviou. Cecília não tinha nada, nem ele. Graças a Deus. Ele a trouxe até mim e a abracei imediatamente.

- Filha ainda bem que não aconteceu nada.
- Mamãe o papai me salvou. – choramingou.
- Salvou meu amor, seu pai é um herói. Está vendo porque não é seguro você dançar no palco.
- Eu prometo que não vou pedir mais. Eu prometo. – a acalmei em meu colo e Rober trouxe uma água para as duas.

Luan continuou o show e sempre que tinha uma brecha vinha ver como a gente estava. Terminou bem tarde e Cecília já dormia em meu colo. No hotel Luan parecia tenso e preocupado com algo.

- Fala comigo amor. – me deitei o abraçando pela cintura.
- Eu só não estou bem ciente ainda do que aconteceu no palco, ela poderia ter se queimado Clara e a culpa seria minha.
- Realmente você não está nada ciente, acha mesmo que a culpa seria sua? – o encarei.
- Amor eu que sou pai dela, ela estava lá porque eu deixei.
- Mas não é culpa sua, talvez foi um sinal para não se voltar a repetir.
- Lá está você vendo o lado bom da coisa. – ri fraco.
- Tem de ver mesmo, você não imaginaria que aquilo pudesse acontecer. Não pensa nisso, vamos dormir. – beijei seu peito e apaguei a luz do abajur.

Opostos, completos || LSWhere stories live. Discover now