Capítulo 75

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Fiquei com o coração nas mãos, eu sabia que estava acontecendo algo. Clara não atendia, não chegava nunca. Não sabia o que haveria de fazer. Liguei para o meu pai que me mandou ir ter com ele no escritório.

- Luan se algo acontecer melhor você ficar aqui do que no hospital.
- Eu sei pai, mas não entendo, o que poderá ter acontecido. - indaguei.
- Vamos aguardar mais um pouco. Como está o Carlos?
- Nem sei pai, os médicos não avisaram nada enquanto estive lá, mas qualquer coisa o Hugo me liga.
- Pedi pra sua mãe pegar a Cecília na escola, melhor ela estar em casa.
- Obrigado pai. - me sentei na sala dele olhando o nada. - Não será melhor a gente ir na polícia?
- Por enquanto não filho, vamos aguardar um pouco mais.
- Pai não dá pra esperar. - me levantei impaciente passando as mãos pelo cabelo. - Eu não quero pensar no pior... - senti meus olhos arderem de novo e as lágrimas saltaram até o meu celular tocar de número desconhecido.
- Atende filho. - meu pai me incentivou e coloquei no viva voz.
- Alô?
- Vou ser curto e direto. Estou com a sua noiva, quero 1 milhão na minha conta até ao final do dia, senão ela morrer, ouviu?
- Me deixa falar com ela? - pedi angustiado.
- Princesa fala aqui com o seu amorzinho... - debochou.
- Lu, eu te amo, me tira daqui por favor. - pediu chorando e nem consegui dizer nada.
- Já chega, até ao final do dia, nada de polícia. Mais tarde envio as coordenadas. – desligou na minha cara.
- Eu não acredito nisto pai. – chorei me sentando.
- Vou ligar pra polícia, melhor só ficar entre a gente.
- Ele avisou que não quer polícia pai, não faz nada, deixa que eu me resolvo.
- Não resolve coisa nenhuma, ele quer te extorquir dinheiro e além do mais merece ser preso.
- Pai, pela Clara eu dou tudo, não interessa o dinheiro desde que ela esteja bem e comigo.
- Filho eu sei que não interessa dinheiro, mas a polícia precisa saber, você não vai arriscar. – falou firme e sabia que não havia volta.

Clara On:

Assim que o taxista me levou pelos atalhos comecei a ficar receosa, eram uns becos bem estranhos e assim que o táxi parou perto de uns barracões sabia que algo estava errado. Uma arma foi apontada a mim e tive de entregar meus pertences. Achei que seria apenas um assalto, mas quando Paulo saiu de um dos barracões e me puxou do carro tive a certeza de que era a tal vingança que ele queria fazer a Luan. Não tive nem tempo de falar ou gritar, um pano branco foi colocado no meu nariz me fazendo desmaiar por algum tempo. Acordei quando Paulo e o taxista, que não deveria ser isso coisa nenhuma, ligaram para Luan e me deixaram falar com ele.

- Sabe o que te propus naquele dia que você foi na agência? Agora com você amarrada e sem ninguém pra te salvar eu posso muito bem começar e terminar o que eu pretendia. – se aproximou de mim me tocando na perna. A afastei rapidamente e fui surpreendida por um tapa na cara. Lágrimas desceram imediatamente, era um passado que voltava e um medo que surgia por algo me acontecer. Eu só queria o Luan.
- Me deixa em paz Paulo, por favor. – supliquei.
- Olha, ela sabe pedir, que educadinha. – debochou. – É bom que o seu namorado faça o que pedi, porque quem irá sofrer é você. É nas mãos dele que você está.
- Você não seria capaz de me fazer algo. – falei séria com esperança.
- Duvida pra você ver, posso te matar agora mesmo, sem piedade nenhuma.
- Você não tem escrúpulos, porquê isso? Você não estava seguindo em frente?
- Seguir em frente com um passado mal resolvido não dá certo. Você me negou e seu namoradinho me bateu e acabou com a minha imagem. Não vou deixar isso barato.
- Ele vai te dar o que você quiser, só me deixa sossegada.
- Se eu quiser você ele vai concordar também? – perguntou cínico acariciando meus cabelos com toques bruscos. – Bem me parecia. Leva-a para a sala dos fundos e tranca a porta, sabes o que tens a fazer. – avisou o cara que me pegou me magoando no braço pela força exercida sobre ele.

Me levou para uma salinha onde um colchão estava no chão, apenas isso. A luz do dia trespassava por uma pequena janela no alto da parede dando um aspeto assustador aquele lugar. Fui completamente arremessada para cima do colchão.

Opostos, completos || LSWhere stories live. Discover now