Opostos, completos || LS

Capítulo 64

Luan On:

Acordei com os pássaros cantando. Senti um braço em minha cintura e uma mão entrelaçada á minha. Eu só poderia estar sonhando. Será que bebi demais na noite passada ao ponto de estar sentindo coisas? Será que estava mesmo alguém ao meu lado, e será que esse alguém era mesmo a Maria Clara? Aquele perfume não enganava ninguém. Abri meus olhos devagar lutando contra a claridade dando de cara com ela ali do meu lado com a cabeça repousada na dobra do meu pescoço. Meu Deus, só podia ser sonho.

- Se for sonho não me acorde meu Deus. – pedi acariciando seu rosto.
- Amor... - a ouvi sussurrar se mexendo. Ela me chamou de "amor" de novo.
- Só posso estar sonhando. – constei e logo ela abriu os olhos sorrindo assim que me viu.
- Bom dia. – selou nossos lábios.
- Você não é real né? Eu vou acordar e você não estará aqui.
- Pelo que vejo você já acordou e eu estou aqui. – sorriu grande e a beijei envolvente.
- Como você veio parar na chácara?                     
- Avião, depois táxi e do portão aqui usei os pés. – brincou.
- Não acredito, você estava em Campo Grande né? – assentiu – O que te deu pra vir ter comigo? Achei que não me quisesse ver.
- Eu percebi que estava perdendo tempo demais em pensar, em te manter distante, quando tudo que eu quero para acalmar esta mágoa é você. Só você.
- Você é o meu melhor presente de Natal. – confessei.
- Posso dizer que vir ter com você e te ver tão lindo dormindo também foi o meu. – acariciava seu rosto.
- Você voltou.
- Sou sua. – falou reforçando a ideia do bilhete que lhe dei.
- Pra sempre.
- E além disso. – ela mesma me puxou para um beijo quente e cheio de amor.

Nada se comparava aquela sensação. E pensar que bebi todas durante a noite porque estava pensando demais nela. Minha bailarina, a mulher da minha vida estava de novo em meus braços.

- Falta uma coisa. – ela falou assim que quebrou o beijo.
- O quê? – ela se ergueu um pouco e tirou algo da sua bolsa.
- Isto. – se deitou de novo me dando a caixinha de veludo.
- É seu.
- É meu, mas você que tem de me colocar no dedo.
- Você... - falei surpreso – Aceita?
- Tudo que eu sempre quis. Concretiza o meu sonho. – me pediu dengosa e sorri emocionado.

Tirei o anel e ainda deitados peguei em sua mão o colocando. Beijei o seu dedo e em seguida beijei a sua boca. Nos cobri com a coberta nos aquecendo ainda mais. Subi para cima dela e fui passeando minhas mãos pelo seu corpo.

- Amor eu adoraria fazer amor com você agora mas alguém pode aparecer. – me sussurrou ofegante.
- Vamos para o meu quarto, ninguém pode nos interromper. – ela assentiu e quando nos levantámos vi os homens vindo da pesca.
- Acordou com os anjos Luanzera? – Max veio com graça.
- Com a minha anja sim. – abracei Clara por trás a sentindo envergonhada.
- Oh minha filha você está aqui? – meu pai falou assim que a viu.
- É seu Amarildo, vim fazer uma surpresa. – me olhou doce e beijei seu rosto.
- Estão namorando de novo?
- Mais do que isso pai, mas depois a gente conversa no almoço.
- E que almoço boizera, pescamos peixes que vai dar pra fazer pizza de peixe a semana inteira.
- Eita que hoje esteve no jeito.
- Vamos prepará-lo filho, toma um banho e vem ajudar.
- Pai sabe que é... - falei querendo fugir – Tenho algo melhor para fazer. – segurei o riso sabendo que Clara estava vermelha, pois encarou o chão.
- Não demora, daqui a nada as mulheres descem.

Puxei Clarinha e assim que chegámos no quarto vi a sua mala ali. Sorri por saber que ela ficaria mais do que um dia comigo. Ainda bem que Bruna levou Cecília para dormir com ela, senão agora não poderia amar a minha noiva do jeito que ela merece.

- Eu te amo, a gente pode estar separado que nada vai mudar, mesmo quando a gente brigar o amor irá prevalecer, mesmo quando tudo estiver correndo mal a gente vai se amar. Porque somos um só e nos completámos com as nossas diferenças. – falei com as nossas testas coladas sentindo seus olhos me penetrarem.
- Mesmo que a vida mude nossos caminhos mais uma vez, a gente encontrará o caminho de volta um para o outro. Eu te amo Luan Rafael. – me beijou e a deitei lentamente em minha cama.