Capítulo 98

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Acordei com os pássaros cantando do lado de fora e com os raios de sol adentrando pelas frestas da janela. Não lembro de Luan a ter fechado na noite anterior, mas parece que o fez. Ainda permanecia em seu peito e ele dormia. Queria aproveitar aquele momento para o observar e ver o quão sortuda eu era. Aquele clima me fez ter vontade de oferecer uma fazenda a Luan, ele amava um dia realizar esse desejo e se eu fizesse parte disso, amaria ainda mais. Ele fez tanto por mim nesta noite e eu nada fiz por ele ainda. Me levantei e depois de vestir a camisa social de Luan e a minha calcinha, peguei no telefone para pedir café na recepção. Assim que marquei os primeiros números bateram levemente na porta. Luan ainda dormia sereno e não queria que ele acordasse, provavelmente estava cansado. Fui a passos rápidos até á porta e me surpreendi com uma senhora de uns 40 anos segurando um carrinho com um delicioso café da manhã.

- Bom dia senhorita, vim trazer o café que o senhor Luan pediu.
- Ele pediu? - indaguei confusa.
- Ele deixou acertado na recepção o horário.
- Ah sim. - falei entendendo finalmente. - Pode deixar que eu levo, obrigada moça.
- Qualquer coisa que precisar estamos á vossa disposição.

Agradeci novamente e realmente aquela pousada era bem aconchegante e familiar. Levei o carrinho para dentro torcendo para Luan estar dormindo ainda e não ter acordado com o pequeno barulho que fiz. Felizmente ele estava e deu-me tempo para colocar tudo na mesa do lado de fora, onde jantámos na noite anterior. Assim que me virei para voltar para o quarto e o acordar fui surpreendida com ele encostado na porta da sacada apenas de cueca e de braços cruzados. Fiquei o olhando petrificada, Luan estava lindo com o cabelo caído na testa todo desgrenhado, aquela cara de sono amassada que era a coisa mais fofa. Ele caminhou até mim e balancei a cabeça tentando dissipar os pensamentos que começavam a me consumir.

- Bom dia meu amor. - ele disse e nem me deixou responder me puxando para um beijo de tirar o fôlego.
- Bom dia Lu. - falei sorrindo ainda com os lábios roçando nos dele. - Arrumei a mesa pra gente.Queria te fazer surpresa mas você já tinha pensado no café e tudo. - falei em desagrado e ele riu na curva do meu pescoço.
- Eu penso em tudo Clarinha. - mordeu o lóbulo da minha orelha e me virou de costas seguindo até á mesa aproveitando para beijar meu pescoço.
- O que vamos fazer hoje? - indaguei me sentando e servindo a xícara de Luan com café.
- Muitas coisas, vamos passear por este jardim imenso, ver as cachoeiras que tem aqui perto, podemos fazer um picnic, e vamos andar a cavalo.
- Andar a cavalo? - repeti com entusiasmo, a primeira e última vez que andei foi com Marcos e confesso que estava com saudade.
- Sim, você já andou?
- Já, uma vez. - beberiquei um pouco de suco de laranja e Luan me olhou curioso.
- Em Campo Grande? - indagou se servindo de torradas.
- Na verdade foi no interior de São Paulo, foi com o Marcos. - falei mais baixo esta última parte mas Luan ouviu pois desviou o olhar e assentiu incomodado.
- Hum, gostou?
- Aham, é uma experiência diferente.

Ele não disse mais nada e continuou comendo. Não sei se ele ficou bravo ou sentido por eu ter aprendido a andar com Marcos. Sinceramente pensei que ele já tinha ultrapassado isso. O dia nasceu com sol mas parece ter fechado de repente e começou a garoar. Terminei meu café e vi Luan se levantar indo para o quarto. Fui atrás e o abracei por trás assim que chegámos no cómodo.

- Hey, você está bem? - perguntei e o virei para mim emoldurando seu rosto com as minhas mãos. - Você ficou chateado por o Marcos me ter levado a andar de cavalo?
- Não é isso, é que sei lá, queria ser eu o primeiro a te ensinar isso sabe? - me olhou sincero e assenti compreensiva. - Não me importo que ele o tenha feito, até porque a gente estava separado mesmo, mas... - suspirou leve - Eu queria te mostrar isso, queria poder te ver com medo de subir, de andar e te dar força e confiança para não desistir. - me aproximei e colei nossas testas.
- Você ainda pode me mostrar muitas coisas amor, e mesmo que eu já tenha andando a cavalo não significa que seja profissa, eu irei precisar de ajuda agora e fico feliz que você seja o meu professor. - mordi o lábio e ele sorriu de canto bem mais relaxado.
- Você é uma danadinha. - segurou minha cintura com as suas mãos e me colou a ele me beijando lentamente.

Opostos, completos || LSWhere stories live. Discover now