Capítulo 29

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-Clara você está bem? -  Luan perguntou baixo chegando perto de mim.
- Aham. - assenti e Luan pegou em minha mão me fazendo gelar.
- Tem certeza? Você está suando frio.
- Tenho. - falei baixo engolindo em seco não acreditando no que os meus olhos estavam vendo. Fui com o Luan para perto daqueles homens.
- Quanto tempo Maria Clara. Foi embora sem se despedir. - Guilherme falou e apertei a mão de Luan inconscientemente.
- Vocês se conhecem? - Luan perguntou.
- É, a gente tem uma história bonita para se contar. - respondeu e Luan franziu a testa estranho. - Não sabia que vocês namoravam.
- Não namoramos. - respondi seco.
- Por enquanto. - Luan respondeu rindo e senti o medo me invadir assim que Guilherme me olhou cínico. - Mas te deixa apresentar o António, Clarinha, é o contratante, e o Guilherme...
- Sou publicitário da empresa. - interrompeu. - Você ainda dança? - assenti desviando o meu olhar em seguida.
- E muito, cê não viu ela dançando no meu clipe cara?
- Eu vi mas nem reparei que era ela, mudou bastante.
- Luan está na hora de se preparar. - Rober avisou e só aí me lembrei que ele continuava ali.
- Bem, nós vamos indo Luan, bom show e qualquer coisa avisa. - o contratante falou e se despediram dele, mas quando Guilherme me olhou me arrepiei inteirinha e sem contar ele me puxou para um abraço. Não retribuí e continuei de mão dada com Luan.
- Aparece mais vezes Ma. - me soltei rapidamente e ele saiu sorrindo debochado.
- Gente boa eles né Clarinha? Tá vendo como você viu um amigo seu! - Luan perguntou me fazendo despertar. - Vou arrumar o cabelo e já saímos para o palco.

Me sentei no sofá e fiquei pensando no que tinha acabado de acontecer. O pesadelo não podia ter voltado. Guilherme era a última pessoa que eu queria ver no mundo. Bebi um pouco de água e agradeci por Luan não notar o meu nervosismo. No palco ele se preparava para entrar e fiquei de lado junto de Rober. Quando o show ia adiantado meu celular vibrou, não reconheci o número mas podia ser importante. Saí para atender e assim que desci as escadas para o backstage senti uma mão puxar fortemente meu braço me levando para trás do palco onde não tinha ninguém.

- Me larga Guilherme. - pedi mas ele me encostou nos ferros do palco apertando meu braço.
- Eu sabia que você ia voltar. - falava com um sorrisinho de canto. - Não imagina a saudade que eu tinha sua.
- Pode ter certeza que não é recíproca. - falei firme tentando me soltar mas era em vão.
- Só não esperava que você estivesse com o cantorzinho. - cerrou os dentes.
- A gente não está junto.
- Mas se gostam. - falou convicto - Eu vi muito bem como você olhava para ele e vi ainda melhor o jeito como ele olhava pra você e como te tratava.
- Não fala besteira e me deixa ir. - supliquei.
- Você está diferente, clareou mais o cabelo, se veste de forma mais ousada, mas sabe o que não mudou? Esse seu olhar medroso, você sempre teve medo de mim.
- Pode apostar que a única coisa que eu sinto pro você é ódio.
- Não mente pra você, eu sei que você ainda sente algo bom. Afinal fui o seu primeiro amor, não tem como esquecer.
- Guilherme me deixa ir. - engoli em seco e ele riu fraco.
- Assim que te vi me deu vontade de relembrar os velhos tempos.
- Eu vou gritar, eu juro que grito. - ameacei e ele se afastou um pouco mas ainda assim segurava meu braço. - As suas piriguetes não chegam?
- Pode gritar, ninguém te vai ouvir. E as minhas piriguetes valem mais do que você. Só vou te dar um aviso, a nossa história ainda não acabou, você fugiu sem me dizer adeus sequer e você sabe que há coisas que eu não perdoo. - tremi com essa frase e antes que pudesse me pronunciar senti meu rosto arder com o tapa que ele me deu.
- Você não podia. - levei minha mão à cara e meus olhos lacrimejaram.
- Claro que podia, confessa que estava com saudade. - falou irónico e riu, com toda a força que reuni lhe bati de volta, não sei como tive coragem. Guilherme me olhou bravo e quando ia gritar ele me agarrou por trás tampando minha boca e apertando minha cintura. - Você não tem ideia do que acabou de fazer.

Minhas lágrimas rolavam constantemente e senti beijos em meu pescoço me enojando, levou minha cabeça para trás e acariciou minha barriga subindo cada vez mais. Sua mão na minha boca relaxou um pouco e mordi fazendo ele me soltar.

Opostos, completos || LSWhere stories live. Discover now