Capítulo 52

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- Luan você está falando sério?
- Estou Carol, pode dar início. Pai avisa o advogado para ficar a par de tudo, eu quero que se resolva o mais rápido possível.
- Eu sabia que você estava se apegando demais, te avisei meu filho.
- Eu sei pai, mas também sei que não iria conseguir ficar longe dela. Só espero que vocês entendam e me apoiem.
- Você tem mesmo certeza disso Luan?
- Tenho mamusca, eu quero ela com a gente. - sorri fraco.
- Não será melhor você pensar Pi, ela pode ter uma família ainda, porque não esperar?
- Bruna ela já esperou quatro anos para ser adotada e ter uma família e sem dúvida que podemos ser a família ideal para ela. Eu já a amo como se ela fosse do meu próprio sangue.
- E como ela te vai tratar, como Luan, irmão mais velho ou pai? - Bruna falou séria.
- Como ela quiser, já que não tenho mais a oportunidade de ser chamado de pai pelo filho que iria ter, ao menos poderei sentir essa sensação através da Cecília, que sempre me fez tão bem desde a primeira vez que a vi. - meu pai me olhou estranho e percebi que falei demais por Carol estar ouvindo tudo, mas já não podia voltar atrás.
- Você não está tomando essa atitude porque ela se parece com a Maria Clara né?
- Tá doida, acha que iria colocar uma criança no meio por causa disso? Sei que tenho atitudes imaturas, mas eu estou ciente, eu quero e vou adotar a menina, ninguém me vai impedir.
- E com a vida que você tem, vai levar ela nas viagens?
- Pai ela tem quatro anos apenas, não anda na escola ainda, pode muito bem viajar comigo várias vezes, não se preocupa, eu vou cuidar dela.
- Por mais que seja algo inesperado e delicado eu posso ver a certeza na sua voz meu filho. Vai em frente que a gente te apoia.
- Obrigado xumba, é muito importante ter vocês comigo. Carol sabe o que tem a fazer, agiliza, nem será necessário passar pelo processo de avaliação e adaptação, ela já cá esteve, e você me conhece.
- Tá bom, amanhã mesmo darei entrada no pedido.
- Quanto tempo demorará?
- Dependendo do que o seu advogado usar a seu favor pode variar muito, mas acredito que menos de um mês.


O clima foi se descontraindo durante o jantar. Sei que foi uma ação bem complicada a ser tomada, mas eu sentia que ela devia fazer parte da minha família. A sentia como minha mesmo. Não era carência nem tão pouco pena dela, era algo mais forte. Como se fosse um amor de pai e filha mesmo, ela sentia isso também, eu via nos seus gestos carinhosos, nas suas palavras sinceras, ela queria ficar comigo e iria acontecer muito em breve. Carol passou a noite lá em casa e lhe pedi para não contar nada a Ceci, seria surpresa quando estivesse com a guarda dela e os papéis certinhos, pois exigiria que ela carregasse meu sobrenome, Cecília Santana.

Meu aniversário chegou e fiz um churras com os mais próximos lá em casa e Cecília esteve presente, meus amigos já a conheciam e alguns até chutavam que iria adotá-la mais cedo ou mais tarde, o que eles não sabiam é que os papéis já estavam em andamento.

Maria Clara On:


- Tenho tantas saudades de vocês. - confessei enquanto conversava com minha família.
- Falta pouco, o tempo passa rápido Larica.
- Como vai seu namoro com a Bruna?
- Bem demais, a gente se entende na perfeição. E o seu com o Marcos?
- Bem também, ele me respeita, me dá espaço. - Marcos estava num bar com alguns amigos. - E melhor de tudo, me faz bem e feliz.
- É o que interessa minha filha, você não precisa de alguém que te machuque.
- Eu seu pai, estou seguindo minha vida e espero reencontrar o caminho certo.
- Faz bem em seguir sua vida, até porque não é a única.
- O que você está querendo dizer?
- Nada, não te quero atormentar com coisa besta.
- Mas se é besta me fala. - supliquei e Hugo respirou fundo.
- O Luan anda saindo com a Carolina, de Campo Grande, lembra dela? - parei na parte em que ele estava saindo com alguém, poderia ser só ficadas, mas se o meu irmão estava dizendo que estava saindo é porque era mais do que isso.
- Eu acho que sim.
- Ela era da minha turma com o Luan.
- Morena? - ele assentiu. - Infelizmente lembro. - falei fria.
- Infelizmente porquê?
- Coisa minha.
- Parece sua cunhada, também não vai muito com a cara dela, reparei num jantar que houve lá em casa. - já janta com a família e tudo, realmente ele estava tomando o seu rumo também.


Desliguei e fiquei pensando nessas novidades. Ele me magoou e eu sentia ódio dele ainda, mas não dá pra negar que o amor ainda está presente e forte. Era gostoso namorar o Marcos mas confesso que desejaria mil vezes que fosse o Luan. Sentia tanta falta dele, das suas brincadeiras, dos nossos momentos, ou até mesmo de o ver dormir tão sereno. Talvez esteja na hora de entender que não tem mais volta, ele decidiu me abandonar e eu não posso ficar remoendo um sentimento que não vale a pena ser vivido novamente. Mas não entendia como ele podia andar com a Carolina, ela me trapaceou no colégio uma vez quando me inscrevi num concurso de talentos e ela me empurrou sem querer me fazendo torcer o pé e ficar de fora. Nunca fui com a cara dela e para a Bruna também não ir é porque já sentiu a armação também. Enfim, ele faria o que quisesse. Eu não sou fácil para amar, demorou com Luan e talvez nunca acontecesse com Marcos, mas daria uma oportunidade pra gente.


- Falou com sua família amor? - me despertou chegando na sala.
- Nem ouvi você chegando. - lhe dei um selinho - Falei sim, está tudo ótimo por lá. Como foi no bar?
- Que bom. Foi legal, os meninos são gente boa, na próxima cê vai.
- Combinado. Agora vem cá que eu quero você. - o puxei para um beijo e fui empurrando até o quarto onde nos deleitamos no nosso prazer.

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