✨ Capítulo 152 ✨

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Já havia se passado uma hora quando o grupo se reencontrou. Eles estavam um pouco relutantes, sabiam que Snape era um monstro quando ensinava poções, eles tinham certeza que seria pior em Defesa Contra as
Artes das Trevas.

— A professora de Runas nos passou tantos deveres!.- exclamou Draco cansado, quando pararam na fila.– Um trabalho de quase quatro metros, duas traduções, e preciso ler tudo isto para quarta- feira.

– Que pena.- bocejou Rony.

— Snape deve fazer o mesmo.- disse Theodore.– Aposto como o Snape também vai passar um montão....

Quando ia dizendo isso, a porta da sala abriu e o professor saiu para o corredor, o rosto macilento emoldurado pelas eternas cortinas de cabelos pretos não tão mais oleosos. A fila silenciou imediatamente.

– Para dentro.- disse ele.

Thomas olhou a toda volta quando entraram. Snape já impusera sua personalidade à sala; estava mais sombria do que antes, pois ele fechara as cortinas e a iluminara com velas. Novos quadros adornavam as paredes, vários deles mostravam pessoas sofrendo com pavorosos ferimentos ou partes do corpo estranhamente torcidas. Ninguém falou enquanto os alunos se acomodavam, admirando os sinistros quadros escuros.

— Parece que vai ter um funeral aqui.- disse Thomas.

— Não sendo o meu..- murmurou Harry sentando ao lado do sonserino.

– Não pedi a vocês para apanharem seus livros.- começou Snape, fechando a porta e virando-se para encarar a turma de sua escrivaninha. Todos esconderam os livros rapidamente.– Quero conversar com os senhores e exijo sua total e absoluta atenção.

Seus olhos negros percorreram os rostos voltados para ele, demorandose uma fração de segundo a mais no rosto de Harry e Thomas.

– Creio que já tiveram cinco professores nesta matéria.- disse Snape. – Naturalmente, cada um teve o seu método e suas prioridades. Diante dessa confusão, é uma surpresa que tantos tenham obtido nota para passar nesta matéria. E surpresa maior será se todos conseguirem dar conta dos deveres do N.I.E.M, que serão bem mais complexos.

Snape começou a andar em volta da sala, falando agora mais baixo; os alunos esticaram o pescoço para conseguir vê-lo.

– As Artes das Trevas são muito variadas, inconstantes e eternas. Combatê-las é como combater um monstro de muitas cabeças, no qual, cada vez que cortamos uma cabeça, surge outra ainda mais feroz e inteligente do que a anterior. Vocês estão combatendo algo que é instável, mutável e indestrutível.

Thomas encarou o padrinho. Sem dúvida, uma coisa era respeitar as Artes das Trevas como um inimigo perigoso, outra era se referir a elas como ele estava fazendo, acariciando-as amorosamente com a voz. Não sabia que Snape amava tanto a matéria assim.

– Suas defesas.- disse Snape alteando a voz –, portanto, têm de ser flexíveis e inventivas como as Artes que vocês querem neutralizar. Esses quadros.- ele apontou alguns à medida que passava.– são uma boa representação do que acontece com quem, por exemplo, sofre a Maldição Cruciatus.- ele fez um gesto indicando uma bruxa que visivelmente urrava de dor.–, sente o beijo do dementador.- um bruxo de olhos vidrados encolhido contra uma parede. – ou provoca a agressão de um Inferius.- uma massa
sangrenta no chão.

– Então já foi avistado algum Inferius?.- perguntou Parvati Patil com voz aguda.– Então é oficial, ele está usando Inferi?

– O Lorde das Trevas usou Inferi no passado.- respondeu Snape.–, o que significa que seria sensato presumir que pode tornar a usá-los. Agora...

Ele recomeçou a andar pelo outro lado da sala em direção à própria escrivaninha, suas vestes escuras enfunando a cada passo e, mais uma vez, a classe acompanhou-o com os olhos.

O Herdeiro do lorde das trevasOnde histórias criam vida. Descubra agora