✨ Capítulo 98✨

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 Com as mãos enfaixadas, Thomas dispensou o café da manhã no dia seguinte para poder escrever uns dois sonhos que inventou para o diário da Adivinhação, a primeira aula do dia, e ficou surpreso de ver que um Theodore desgrenhado lhe fazia companhia.

— Por que é que você não fez isso ontem à noite?.- perguntou Thomas,  enquanto o amigo corria os olhos pela sala comunal, transtornado, à procura de inspiração. Theodore, que estivera ferrado no sono, murmurou alguma coisa como “estava fazendo outra coisa”, curvou-se para o seu pergaminho e escreveu algumas palavras.

— Vai ter de servir.- concluiu, fechando o diário com violência.– Disse que sonhei que estava comprando roupas novos, ela não pode encontrar nada esquisito nisso, pode?

Os dois correram para a Torre Norte juntos.

— E como é que foi a detenção com a Umbridge? Que foi que ela mandou você fazer?

Thomas hesitou por uma fração de segundo, depois respondeu:

— Escrever.

— Então não foi tão ruim, hein?

– Não.

— O que aconteceu com sua mão?.- perguntou Theo, preocupado.

— Cai ontem quando cheguei no meu quarto.

Foi o pior dia para Thomas de todos os tempos desde que havia entrado em Hogwarts; um dos piores em Transfiguração, pois não havia praticado nenhum dos Feitiços de Desaparição. Teve de abrir mão da hora do almoço para terminar o desenho do tronquilho e, nesse meio-tempo, as professoras McGonagall e Grubbly-Plank passaram mais deveres que ele não tinha a menor perspectiva de terminar aquela noite, por causa de sua segunda detenção com a Umbridge. Mas, também havia algo bom, havia ficado feliz ao ouvir Harry falando que havia sido dispensado das detenções e que poderia ir na sexta-feira.

A segunda detenção foi tão ruim quanto a anterior. A pele nas costas da mão de Thomas se irritou mais rapidamente, e dali a pouco estava vermelha e inflamada. Ele achou pouco provável que os cortes continuassem a sarar com tanta eficiência por muito tempo. Logo, o corte ficaria gravado em sua mão e Umbridge, talvez, se desse por satisfeita. Mas Thomas não deixou escapar nenhuma exclamação de dor e, do momento em que entrou na sala ao momento em que foi dispensado, novamente após a meia-noite, ele nada disse além de “boa-noite” ao entrar e ao sair.

A situação dos seus deveres, no entanto, agora estava desesperadora, e quando ele voltou à sala comunal da Sonserina, embora exausto, não foi para a cama, mas abriu os livros e começou o trabalho de Snape sobre a pedra da lua. Eram duas e meia quando terminou. Sabia que não fizera um bom trabalho, mas não havia como remediar; a não ser que entregasse alguma coisa, sofreria, a seguir, um sermão do padrinho. Então respondeu rapidamente às perguntas que a Professora McGonagall passara para os alunos, improvisou alguma coisa sobre a forma correta de tratar os tronquilhos para a Professora Grubbly-Plank e se arrastou para a cama, onde se largou inteiramente vestido por cima das cobertas e adormeceu imediatamente.

A quinta-feira transcorreu em um atordoamento de cansaço. A terceira noite de detenção se passou do mesmo jeito que as duas anteriores, exceto que, depois de duas horas, as palavras Não devo contar mentiras não desapareceram das costas da mão de Thomas, permaneceram ali, escorrendo gotículas de sangue. A pausa no ruído da pena afiada fez a Professora Umbridge erguer a cabeça.

— Ah.-disse ela brandamente, dando a volta à escrivaninha para examinar a mão.— Ótimo. Isto deve lhe servir de lembrete, não? Pode ir por hoje.

— Ainda tenho de voltar amanhã?.-  perguntou Thomas, apanhando a mochila com a mão esquerda em lugar da direita dolorida.

O Herdeiro do lorde das trevasWhere stories live. Discover now