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O professor Lupin estava na sala de aula quando os alunos chegaram, havia uma enorme linha vermelha marcada no chão com a frase “formem uma fila” em branco, havia um guarda-roupa a alguns centímetros da linha. Thomas queria ficar com Harry, mas foi puxado por Theodore para ficar perto de alguns sonserinos. Marvolo revirou os olhos ao ver Draco parando logo atrás dele, Pansy agarrava o braço do garoto loiro como se sua vida fosse depender disso, o jeito que a garota colocava Draco em um pedestal deixava Thomas enjoado.

       — Vamos começar. — Disse Lupin se levantando da cadeira e parando ao lado do guarda-roupa, o móvel de sacudiu, como se algo batesse contra sua porta. — Aqui dentro tem um bicho-papão, vocês sabem o que é um bicho-papão?.

Hermione levantou a mão.

      — É um transformista. — Disse Thomas sem levantar a mão. — ele se transforma naquilo que a pessoa mais tem medo.

     —  Isso mesmo. — Disse Lupin, Hermione inflou as bochechas desapontada por Thomas ter respondido.— O que repele o bicho-papão é o riso, precisam fazer ele tomar a forma de algo engraçado. Existe um feitiço para isso, repitam comigo, Riddikulus.

      — Riddikulus!. — Repetiu os alunos.

       — Ótimo. — Lupin sorriu. — Agora vamos à prática, Neville, venha aqui.

O guarda-roupa começou a balançar e Neville começou a tremer, o garoto estava tão branco que parecia que iria desmaiar.

      — Certo, Neville. — Disse Lupin. — Agora, nos diga, qual seu maior medo?.

Os lábios de Neville se mexeram, mas não emitiram som. O garoto estava tão branco que poderia ser confundido com um fantasma.

      — Diga mais alto. — Professor Lupin o encorajou.

      — O… professor Snape!. — Neville disse num sussurro quase inaudível.

Quase todos os alunos riram. Até mesmo Thomas soltou uma risada com Theo, parecia que seu padrinho era mesmo um carrasco.

      — É, ele assustado todo mundo. — o professor riu. — e você mora com a sua vó, certo?. — continuou.

      — Sim, mas não quero que o bicho-papão se transforma nela. — Disse Neville quase entrando em pânico.

      — Não é isso. — Lupin sorriu. — quero que pense nas roupas dela, só nas roupas, pode fazer isso?. — Neville assentiu. — Ótimo, agora…

O professor de inclinou e sussurrou algo para Neville, que arregalou os olhos, mas assentiu. O professor Lupin era bastante divertido e competente na opinião de Thomas, mas tinha algo no homem que deixava o jovem Marvolo com uma pulga atrás da orelha.

     — Posso abrir o armário?. — Perguntou com a mão no trinco.

      — Si-sim… — Disse Neville com a varinha em punho.

Lupin fez um pequeno movimento, um “click” de uma fechadura sendo aberta pode ser ouvido. As portas do guarda-roupa se abriram violentamente. Com o nariz curvo e ameaçador, professor Snape saiu, seus olhos encaravam Neville com ódio. Ele congelou, com a varinha no ar. Snape começou a avançar, procurando algo nas vestes.

     — Ri-riddikulus!. — Gritou Neville.

Ouvi-se um barulho que lembrava o estalar de um chicote. Snape tropeçou; usava um longo vestido estampado, enfeitado com rendas e um imenso chapéu de bruxo cheio de penas, e segurava uma enorme bolsa vermelha. A sala explodiu em risos; o bicho-papão parou, confuso.

      — Muito bem, Neville!. — Disse Lupin sorrindo. — Agora, vamos começar, Parvati!.

Não demorou muito até que a sala fosse invadida por risos e gritos de terror. Thomas estava um pouco apreensivo enquanto a fila andava, qual era seu maior medo? Alvo? Ou talvez o dementador que o atacou com Harry? Ele não tinha certeza, sempre guardou as coisas para si, guardou tanto que nem conseguia mais saber como se sentia. Quando olhou para frente, viu que era a vez de Draco enfrentar o bicho-papão, tinha que admitir que estava animado para saber qual era o medo do loiro.

O bicho-papão encarou Draco e começou a se transforma, em segundos, a criatura se transfigurou em um homem alto de longos cabelos loiros e expressão neutra. Para o terror de Draco, 'Lucius' o encarava com um olhar desprezo e com um imenso ódio. O garoto começou a tremer quando viu seu pai pegar a varinha.

Thomas estava um pouco surpreso, ele imaginou inúmeras coisas que Draco podia ter medo, mas nunca havia pensado no próprio pai do garoto. Marvolo sentiu uma preocupação tomar conta de si ao ver que Draco havia congelado, ele segurava a varinha, mas parecia que não conseguia lançar o feitiço, sua mente e seu corpo não permitiam.

      — Draco… — Thomas o chamou. — é só um bicho-papão, seu pai não está aqui. Não é ele, Malfoy.

Draco soltou um suspiro, Thomas estava certo, aquele não era seu pai.

      — Riddikulus!.

O falso Lucius agora vestia um vestido lilás cheio de plumas e babados, suas unhas estavam pintadas de rosa e seu rosto completamente maquiado bizarramente.

      — Nunca achei que veria Lucius Malfoy de vestido. — Comentou Lupin enquanto Draco voltava para fila. — pode vir, Senhor Marvolo.

Thomas caminhou rapidamente para frente da criatura, o bicho-papão encarou o garoto por alguns minutos, como se estivesse o analisando, em seguida sorriu. A criatura se transformou, o sonserino fez uma expressão confusa ao ver que o bicho-papão havia se transformando nele mesmo. Mas havia algo diferente, seus olhos estavam um vermelho vivo e sua cópia estava usa de sangue.

      — Você é tão patético. — disse a cópia, se aproximando de Thomas com um sorriso no rosto. — acha que pode se esconder para sempre? Todos saberão quem você é.

Marvolo sentiu sua respiração desregular, seu maior medo era de descoberto? Não havia parado para pensar nisso, mas agora fazia sentido aquele ser seu medo. Ele leu vários livros falando sobre seu pai e o que as pessoas pensavam dele, se descobrisse que eles dividem o mesmo sangue, toda aquela raiva podia ser direcionada para ele.

     — Você não pode se esconder para sempre, eles vão descobrir. — a cópia estava com seu rosto alguns centímetros de Thomas. — vão te tratar como um monstro e te jogar em uma prisão.

      — Não tem como você sabe, disse. — murmurou Thomas. — você não existe.

     — Sou você…

     — Não, você não é… — Thomas apontou sua varinha para a cópia. — riddikulus.

A cópia de Thomas se afastou, suas roupas se transformam em roupas de palhaço e seu cabelo ganhou um tom rosa com várias bolinhas. Os alunos começaram a rir, Lupin puxou o bicho-papão e o trancou novamente.

     — Melhor terminamos por hoje. — Disse Lupin, os alunos que não haviam ido começaram a reclamar. — Desculpa gente, mas o que é bom dura pouco.

Thomas soltou um suspiro ofegante e se virou para sair da sala, ele sentia seu coração batendo forte, como se fosse escapar do peito. Aquilo havia sido muito intenso para si.

Lupin, que observava Thomas sair da sala parcialmente correndo, mordeu os lábios pensativos. Aquela havia sido a primeira vez que viu um bicho-papão chegar tão perto de alguém. Mas o medo de seu aluno também lhe deixou intrigado, eram poucas as crianças que tinham medo de si e normalmente eram por que faziam algo ruim, mesmo que por acidente. Sua mente se perguntava o que Thomas poderia ter feito para ter medo de si.

O Herdeiro do lorde das trevasWhere stories live. Discover now