✨ Capítulo 176 ✨

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Os dois homens se materializaram inesperadamente, a poucos metros de distância, na estreita ruazinha iluminada pelo luar. Por um momento eles ficaram imóveis, as varinhas apontadas para o peito um do outro; então, reconhecendo-se, guardaram a varinha sob a capa e começaram a andar apressados na mesma direção.

– Novidades?.- perguntou o mais alto dos dois.

– Nenhuma que seja do seu interesse.- respondeu Severo Snape.

A rua era ladeada por um silvado, à esquerda, e por uma sebe alta e cuidadosamente aparada, à direita.As longas capas dos homens esvoaçavam ao redor dos tornozelos enquanto eles caminhavam.

– Pensei que fosse me atrasar.- disse Yaxley, suas feições grosseiras desaparecendo e reaparecendo à sombra dos galhos de árvores que e interpunham ao luar. – Foi um pouco mais complicado do que imaginei. Mas acho que ele ficará satisfeito. Falando nisso, Dumbledore ainda lhe aceita lá?

Snape assentiu sem, contudo, dar explicações.

Os homens viraram para um largo caminho de entrada, à direita. A alta sebe margeava e se estendia para além do impressionante portão de ferro trabalhado que barrava a entrada. Em silêncio, ambos ergueram o braço esquerdo numa espécie de saudação e atravessaram o portão, como se o metal escuro fosse apenas fumaça.

As sebes de teixo abafaram os passos dos homens. Ouviu-se um farfalhar à direita. Yaxley tornou a sacar a varinha, apontando-a por cima da cabeça do seu companheiro, mas a fonte do ruído fora apenas pelúcios que caminhava, ao longo do topo da sebe.

– Ele é bastante excêntrico...- Com um bufo de desdém, Yaxley tornou a guardar a varinha sob a capa antes de entrarem.

A sala estava cheia de pessoas silenciosas, sentadas a uma comprida mesa ornamentada. Os móveis que habitualmente a guarneciam tinham sido empurrados descuidadamente contra as paredes. A iluminação provinha das chamas vivas de uma bela lareira, cujo console de mármore era encimado por um espelho dourado. Snape e Yaxley pararam um instante à entrada. À medida que seus olhos se acostumaram à penumbra, sua atenção foi atraída para o detalhe mais estranho da cena: o vulto de uma pessoa aparentemente desacordada suspensa de cabeça para baixo sobre a mesa, girando lentamente como se estivesse presa por uma corda invisível, e se refletindo no espelho e na superfície nua e lustrosa da mesa. Nenhuma das pessoas sentadas à roda dessa visão singular a encarava, exceto um jovem pálido que estava praticamente embaixo. Parecia incapaz de se conter e erguia os olhos a todo instante.

– Yaxley, Snape.- falou uma voz aguda e clara da cabeceira da mesa.–, vocês estão praticamente atrasados.

O dono da voz estava sentado defronte à lareira, de modo que, a princípio, os recém-chegados tiveram dificuldade em distinguir mais que a sua silhueta. À medida que se aproximaram, porém, seu rosto se destacou na obscuridade, imberbe, ofídico, com fendas estreitas no lugar das narinas e olhos vermelhos e brilhantes de pupilas verticais. Era tão pálido que parecia emitir uma aura perolada.

— Não seja impaciente, Voldemort.- Yaxley ficou surpreso ao ver Harry naquele lugar, tão próximo do seu lorde.— então?.- Harry os encarou.

— Dumbledore agora diz que Neville e o novo garoto da profecia, que estávamos enganados sobre Harry.

— Eu fui marcado, como ele pretende explicar isso?.- pergunto Harry apoiando os braços sobre a mesa.

— A tortura dos pais do Neville, foi antes da morte dos seus pais.- disse Sírius.

— Ele irá usar isso como desculpa, o mundo bruxo está com medo, vai acreditar.- disse Rony que estava ao lado se Harry.

— E o que parece.- disse Snape.

O Herdeiro do lorde das trevasWhere stories live. Discover now