Logo após o reencontro, trocaram os números e desde então não se soltaram mais. Existiu toda uma burocracia com o desvinculamento de Madalena com os antipsicoticos viciantes e a reprovação do diagnóstico. Assim como demorou para que as outras pessoas, Paulina e Guadalupe, entendessem a situação e aceitassem todas as justificativas que deram. Afinal para elas que não sabiam de todo o contexto, era um relacionamento que estava indo rápido demais, mas no fim, aprovaram Madá.
E assim seguiu por anos, com uma relação que só se fortificava diante das dificuldades do dia a dia. As formações vinheram, os empregos também, as obrigações a se cumprir, mas nada era capaz de abalar o amor que existia de maneira tão recíproca. Estavam dispostas a dar tudo de si para fazer valer a pena, é bom fazer isso quando se tem alguém tão disposto quanto você.
— Vem aqui, sente comigo. — Pediu manhosa, dando dois tapinhas em suas pernas como um indicativo.
Analisou bem o rosto dela e o quanto estava linda, os lábios mais rosados junto com as bochechas porque havia tomado sol no início do dia, também trajava belas roupas e um salto que não maltratava tanto seus pés justamente por ser pequeno.
— E isso nos aguenta? — Perguntou cogitando verdadeiramente ir.
— Se não, teremos uma bela história para contar nestante. — Sorriu abertamente fazendo de novo o sinal.
Madá sabia bem o que ela queria, já que estava em um dos seus momentos de carência e por isso cedeu. Sua namorada ficava muito emotiva em alguns momentos e às vezes isso se demonstrava pela sua melosidade e necessidade de um grude.
— Já disse que fica a coisa mais bonita trajada nesses vestidos? — Lembrou-se passeando seus olhos pelo corpo albino tão belo, era um vestido solto e simples, mas parecia de época. Por esse motivo, sabia bem porque a morena a elogiava.
— Já, tantas vezes que perdi a conta. — Deixou sua cintura ser envolvida pelos braços calorosos.
— Digo outra vez. Fica a coisa mais bonita trajada nele. — Fungou com vontade o pescoço de Madalena justamente para que seu olfato capturasse o máximo de aroma que podia. — Espero um dia conseguir sanar essa saudade que sinto de ti. — Comentou baixinho, choramingando.
— Temos tempo e viveremos tudo o que tivermos direito. — Declarou rendida, sorridente, e a viu suspirar profundamente, a luz que batia nas orbes castanhas possibilitava de enxergar as pupilas dilatadas.
— Meu Deus. — Clamou em um sussurro, perdida em seu próprio pensamento. — Meu coração ainda acelera toda vez em que vejo seu sorriso. — Soltou sem nem perceber e escondeu o rosto no busto pálido. — Como consegue ser tão bonita? Como consegue mexer tanto com meu coração? Como posso te amar tanto?
— Para. — Interrompeu aqueles questionamentos já fazendo beicinho. — Você começa a se declarar e ai eu começo a chorar... Não vai dar certo pra gente se justificar porque eu fico toda vermelha, você sabe disso. — A fez rir enquanto sentia os beijinhos em suas clavículas expostas.
— Estive pensando que agora estamos recriando mais um dos nossos encontros assim como fazíamos antes. — Rosa observou, pensativa.
— Tenho dó de quem imagina que saía algo que prestasse dali. Eramos um bando de fofoqueiras que se juntavam para jogar dominó, beber e fumar. — Arrancou uma alta gargalhada da amada.
— Não diga isso, em 0,01% falávamos sobre coisas sérias. — A mulher não discordou, sabia que era verdade. Todas elas acumulavam notícias sobre si mesmas e sobre os outros para conversarem em um outro momento, isso é o quê? Se não fofoca. — Gostaria de saber se a minha professora favorita está disponível amanhã, dará aula de reforço a noite? — Tocou a ponta do nariz dela com o dedo indicador.
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Em Outra Realidade - Romance Lésbico. (CONCLUÍDO)
RomanceRezava a lenda, há um tempo, de que o destino era o real regente de absolutamente tudo no mundo, havia se personificado e por meio disso escolhia pessoas "aleatórias" para viverem novamente em outra época por meio de um feitiço. A sociedade, temente...