Attena e o show de horrores.

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Aviso de conteúdo extremamente sensível.

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— Estão prontas? — Rosalinda questionou guardando a sua trouxa de roupas junto com as de Elizabeth e Madalena.

— Nervosas, mas sim. — Beth confirmou assentindo com a cabeça.

— Certo, a cidade está um caos hoje então peço que preparem os corações. Há pouquíssimo tempo as tropas chegaram e o centro da cidade virou um palco das piores situações possíveis, então faremos de tudo para não ir por esse caminho. O trem de Tomás sai em algumas horas, isso nos da tempo de visitar meu pai e entregar os documentos, depois disso iremos a ferrovia e sairemos daqui. — Repassou novamente tudo o que iriam fazer, checando bem as trouxas de roupas pequenas e as comidas. — Espero que saibam que não teremos uma vida de luxo, será um pouco difícil no início, mas eu estou totalmente disposta se vocês também estiverem. — Puxou Madalena para um abraço.

— Estamos com você. — Ouviu o susurro bem perto do seu ouvido e o impacto do beijo em sua bochecha também veio em seguida.

— Não posso ver Dalila antes? Chego a sentir vontade de chorar só de pensar em ir e não falar com ela. — Admitiu em nervosismo e tristeza, não queria ter que deixar a companheira.

— Eu não concordaria jamais com isso, mas estaria sendo muito injusta com seus sentimentos. — Rosa foi sincera, pensativa. — Tenho que te alertar que correrá muitos riscos ao ir, não sabemos nem se ela ainda está ai.

— Ela teria vindo aqui se tivesse fugido, teria se despedido de mim. — Beth declarou em dor, tinha plena certeza do que tinham e do sentimento que compartilhavam. — Eu sei disso. — Abaixou a cabeça ao receber o olhar da morena.

— Então... — Suspirou em cansaço, não ia julgá-la de forma alguma, realmente via que a amiga estava agindo diferente e que muito provavelmente o amor daquele casal era real. — Eu não posso fazer sua guarda, terá de ir sozinha. Mudaremos o percurso, enquanto irei em meu pai, você vai lá e antes do dia cair preciso que esteja na praça para irmos embora, precisarei de uma posição sua. Estamos entendidas? Preciso ver você, preciso que esteja a salvo, preciso que lute pela sua vida porque não existe outra. — A encarou nos olhos para que a moça entendesse a seriedade. Até Rosalinda que já era acostumada com a maldade do mundo, se assustava com a baderna que estava em sua cidade. — Não existe mau e bom, quando algo ameaça a sua vida, ou você luta ou você morre... E eu preciso que você lute, está me ouvindo. — Arrancou o punhal com arma branca e entregou na mão dela. — Eu não quero saber se você nunca usou, não quero saber se você nunca machucou ninguém, eu não quero saber se você não se sente preparada, não quero saber se não é esse tipo de pessoa, aqui não existe opção, quando falo assim é porque tudo o que está acontecendo realmente é muito sério. Você pode ir e não voltar mais, eu não quero que isso aconteça e espero que você também não. — Escondeu aquele objeto na roupa dela, mas antes disso, enquanto falava, ensinava a moça a porta-lo e segura-lo.

— Rosa... — Elizabeth pensou em negar aquilo porque não se sentia confortável.

— Rosa, não. — Negou de pronto. — Se alguém vier em sua direção querendo lhe atacar. Se um desses que se acham o dono do mundo quiserem pegar você para lhe fazer de gato e sapato, depois te matar... Ou seja lá o que for, ou como eles fazem, irá abaixar a cabeça? Vai desistir? — Era até um tanto bruta porque precisava ter a segurança de que ela faria tudo o que fosse possível.

— Não vou. — Afirmou assentindo com a cabeça.

— Isso mesmo, não vai. — Repetiu apertando a fivela do cinto que continha a faca amolada que era sua.

Em Outra Realidade - Romance Lésbico. (CONCLUÍDO)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt