Proposital.

67 8 0
                                    

Em poucas horas William chegou com um veterinário bigodudo e barrigudo, que parecia saber bem o que fazia. Ao ver o cavalo até ele se desesperou, apalpando-o e mexendo, felizmente ainda o pegou com vida.

Rosalinda se assustou ao ver duas seringas com agulhas enormes sendo preparadas com ampolas grandes cheias de remédio, sem nem titubear o profissional aplicou as injeções no cavalo, estava tão fraco que nem sequer se mexeu.

O diagnóstico foi que o animal havia sido envenenado, na apalpação o veterinário achou uma picada de cobra no corpo dele, mas o que intrigava mais era o local, bem no meio das costelas estava as marcas das duas presas. Para o veneno ter agido tão rápido, provavelmente havia sido uma serpente venenosa.

Ele explicou que normalmente picadas de cobras sempre surgiam nas patas, era onde elas conseguiam atacar justamente por viverem no chão e por cavalos serem altos. As duas únicas opções foram que, Valente deitou-se por cima da serpente e ela para se defender da morte o atacou, o que o profissional também achava pouco provável porque cavalos tem senso do perigo e a primeira coisa que faria seria pisotear o outro animal para se salvar ou fugir. E a outra que restou foi que talvez o animal de maior porte encostou em alguma árvore onde poderia ter uma enrolada ali, e a cobra deu o bote.

William jurou de pé junto que não foi nenhuma das duas opções, já que naquele dia não teria saído com o cavalo nem para passear, então dispensava a possibilidade da árvore. Mesmo não levando para sair, informou que limpou e limpava todos os dias com todo cuidado aquela cabine.

Deixou Rosa intrigada sem saber no que pensar, mas os dois torciam para que os remédios fizessem efeito. Ela também notou que seu serviçal mostrou sua honestidade em sua história, pedindo para não ser mandado embora e prometendo que estava sendo sincero, que amava muito aquele cavalo. Se fosse qualquer um, inventaria que tinha saído para passear com ele e afirmado que o viu encostar em uma árvore, justamente para livrar a sua barra e tirar a culpa das costas, já que ninguém tinha como provar nada e somente a sua palavra valia. Nem ele sequer percebeu isso, mas convenceu Riveira a acreditar na atitude do homem, o deixando livre de qualquer punição e começando a desconfiar de outras possibilidades que esperava muito que não fossem verdadeiras.

Talvez Valente fora envenenado propositalmente.

E de um questionamento, virou dois, três e outros milhões, juntando com deduçõesQuem estava por trás disso? Havia feito para afetar Rosa, Tomás ou William? Teria que ser muito frio para atacar um animal que nunca tinha feito mal a ninguém e que nem tinha como se defender. Se o fez, entrou em sua casa, todos virariam suspeitos? Ou talvez esse alguém poderia ter invadido a sua moradias já que era enorme e às vezes até os senhores se perdiam ali... Estavam tão desprotegidos assim?

O baque veio forte na mesa do escritório, como se Rosalinda estivesse se revoltado e espalmado as mãos ali, em indignação. Sua voz em seguida veio para comprovar.

— Ou é isso ou não temos acordo. — Totalmente alterada, em braveza.

— Rosa, se acalme. — O homem pediu em uma voz baixa que fez Madalena grudar seu ouvido na porta querendo saber o que acontecia ali.

— Me acalmar? — O tom de deboche veio junto com uma risada que era de raiva e não de alegria. — O senhor ainda não me viu irritada. — Soltou sua típica frase, outro barulho surgiu como se tivesse jogado-se na cadeira.

— Está começando a falar alto. — Informou seriamente.

— Se somente assim o senhor me escuta. — Expôs os fatos. — É só eu começar a gritar que o senhor para de questionar as minhas ações, pai.

Em Outra Realidade - Romance Lésbico. (CONCLUÍDO)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin