Pulsante.

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Aviso de conteúdo sensível.

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— Deve ser muito bom sentir-se assim. — Madá respondeu baixinho, envolvida demais naquela descrição de sensações, deixou até as velas que mexia de lado.

— Não imagina o quanto. — Rosa sentia que tinha provocado demais ao entrar em assuntos sexuais e tentava segurar a barra, ainda que todo aquele desejo entre as duas estivesse gritante.

Havia começado a trocar informações sobre beijos, depois seguiu em carícias e parou no sexo em si. Claro que Madalena iria perguntar, iria se sentir instigada e iria querer dar um próximo passo, já estava com vontade antes, só não sabia como pedir e essa foi a brecha perfeita que arranjou para obter mais de tudo aquilo que sentia internamente. Ela se apegava as fases que Rosalinda dizia que precisava passar, porque tinha que conhecer tudo aos poucos, com calma. Os beijos já eram maravilhosos e só de saber que existia algo que lhe dava ainda mais agitação, teria uma curiosidade grande de provar. Com Rosa, apenas com ela, não se via confiando assim em mais ninguém.

Já estavam se aprontando para dormir, na noite seguinte a senhora iria sair com Tomás e os deixaria em casa, mas as duas começaram um diálogo que acabou se aprofundando bem mais do que imaginavam. Passaram a trocar flertes descarados e Rosa não conseguiu conter suas provocações em descrever como eram as situações, obtendo assim uma intimidade maior com Madá e fazendo o clima ficar tenso entre as duas.

Não agiam com brincadeira, após a noite de crise e a reconciliação, a morena viu uma abertura maior para se aproximar da albina e a atacou com força, até que Madalena passou a corresponder a todo vapor. Se provocavam durante o dia e perderam as contas de quantas vezes haviam roubado selinhos uma da outra. Ter as duas em um quarto de hóspedes, com porta trancada e a meia luz, claramente não era uma boa ideia para quem pegava fogo.

Rosalinda logo notou que seu marido estava embriagado novamente e deu um jeito de se livrar da companhia dele, não tinha paciência e queria descansar a sua mente pois sabia que aquele baile, da noite seguinte, iria gastar muito da sua inteligência emocional. Invadiu um quarto que estava vazio e pegou um livro para ler, em poucos minutos Madalena já estava lá dentro e a conversa surgiu porque não conseguiam ficar em silêncio, e se o silêncio se permanecesse, em minutos estariam se beijando. A presença da serviçal ofuscava mesmo sem ela saber ou ter o mínimo domínio desse dom, a senhora largou tudo de lado para dar mais atenção a mulher pálida.

Elas eram mediadoras daquela vontade de estarem juntas, mesmo sabendo que no final sempre cediam a ela. E Rosa dessa vez não foi nada dócil em iniciar assuntos com aquele cunho, agora precisava dar conta do recado daquilo que havia atiçado, o anseio por algo novo.

Era Riveira quem estava com o controle na mão e precisava pensar por dois, Madalena era seu poço de perdição e ela tinha que ter o discernimento entre cair de cabeça naquelas sensações, ceder tudo o que tinha ou continuar indo aos poucos para que a experiência fosse melhor e de melhor entendimento para quem não dominava aquele assunto.

Tudo que a albina fazia era grandioso, é óbvio que para um coração apaixonado teria um impacto triplicado em tê-la cedida por completo, mas a morena deveria, naquele momento, saber como agir, já que não era seu desejo ser somente uma porta. Era necessário conhecer  seus futuros passos e como dava eles, para que aquela experiência fosse única e Madá entendesse que podia fazer sozinha ou com qualquer outra pessoa, mas que ainda quisesse Rosalinda naquele posto de companhia no final de tudo.

Não era só sexo, não eram só toques íntimos, mãos bobas, era aproximação, intimidade e conhecimento. Acima de tudo, conhecimento.
Uma chance que a morena tinha de fazer com que Madalena tivesse acesso a algo, mas de maneira sábia, que desse de cara com sua sexualidade e aprendizado em novas áreas que tinha curiosidade e que poderiam ser muito danosas se não fosse instruída de maneira correta ou descobrisse a tudo sozinha, ou do jeito errado, desrespeitoso e bruto. Que convenhamos que a albina achava que era assim, pois só havia provado do gosto negativo desses assuntos e essa era uma oportunidade de mudar a sua visão por completo.

Em Outra Realidade - Romance Lésbico. (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now