Capítulo 57 - Comoção.

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Capítulo 57 — Comoção.

Carlos e Fernando saíram da confeitaria com o bolo de aniversário de Eduardo assim como o combinado e agora já chegavam na casa dos pais do aniversariante para ajudarem com os preparativos. O artista se certificou durante o percurso de que o bolo continuaria inteiro e o instrutor estacionou o carro após dirigir vagarosamente.

— Graças a Deus deu tudo certo, até suei frio pensando que eu derrubaria o bolo passando em uma lombada sem ver ou algo assim. — Carlos brincou, tirando a chave do contato. — Eu vou lá tocar a campainha, então. Você pode ir levando o bolo? Eu não confio em mim pra essas coisas, se eu levar provavelmente vou tropeçar e tudo vai pelos ares.

— Que falta de confiança em si mesmo. — Fernando respondeu-o, rindo.

— Vai dizer eu tô mentindo? — O instrutor continuou, erguendo uma das sobrancelhas. — Já se esqueceu da minha proeza da semana passada? Eu tinha acabado de passar pano molhado no chão na cozinha e meu escorregão foi digno de uma apresentação de patinação artística no gelo.

— É, eu levo o bolo. — O artista retomou, segurando a risada.

Carlos teve que rir, agora parando para pegar o presente do amigo no banco traseiro antes de descer e ir à entrada da casa. E pouco depois de tocar o interfone, o portão já era aberto por Cleonice.

— Oi, meu filho, você chegou! — A mulher puxou o recém-chegado para um abraço.

— Espero não estar atrasado, tinha uma fila enorme pra pegar o bolo. O Nando já tá trazendo. — O instrutor explicou, olhando em direção ao namorado, que tirava a caixa da confeitaria com cuidado do carro.

— Chegou na hora perfeita! — Ela sinalizou, animada, depois parou para analisar o homem fechando a porta do veículo. — E esse seu namorado é aquele que você comentou aquele dia comigo no hospital, não é?

— Sim, é ele mesmo. — Carlos respondeu, notando o tom de voz baixo da mulher ao se referir do namorado.

— Olha só, ele é mais bonito pessoalmente. — Ela voltou a cochichar antes de terem a presença do artista.

— São e salvo. — Fernando disse sorridente, se referindo ao bolo dentro da caixa.

— Nando, essa é a mãe do Edu, dona Cleonice. Eu já falei de você pra ela antes.

— É um prazer, Cleonice. — O artista estendeu a mão livre para cumprimentá-la.

— Só Cléo, meu filho. Também é um prazer te conhecer, Fernando. — Ela devolveu o sorriso simpático e logo estendeu os braços. — Me dê aqui, deixa que eu levo isso pra dentro. Vocês não sabem o quanto me ajudaram, eu tô toda atarefada aqui...

— Estou às suas ordens. — Carlos afirmou, empolgado. — Do que precisa de ajuda?

— Ai, tem tanta coisa... Vamos entrando.

— Ah, Carlos. — Fernando interrompeu a conversa por um breve momento. — Me dá a chave. Vou eu estacionar no quarteirão de baixo para o Eduardo não perceber que estamos aqui quando ele chegar.

— Aqui. — Carlos deixou a chave com o namorado. — Enquanto isso eu vou ajudar a Cléo lá dentro, tá bom?

— Vou deixar o portão só encostado pra quando você voltar. — A mulher informou ao artista, abrindo outro sorriso simpático.

Carlos seguiu para dentro da casa com a mãe do amigo. Deixou o presente de Eduardo de lado para começar a ajudá-la com as últimas arrumações. A mulher tinha preferido fazer a festa no quintal da casa porque sua área externa era conhecida pelos seus famosos churrascos e naquele dia não seria diferente.

Indigente [COMPLETA]Where stories live. Discover now