Capítulo 44 - Festejando.

1.1K 144 138
                                    

Capítulo 44 — Festejando. 

Alguns dias depois. Sábado, dia 15 de outubro.

Carlos estava de frente ao espelho de seu banheiro, penteando a própria barba após tomar alguns minutos para aparar devidamente os pelos. Se certificou de que estava tudo simétrico e finalizou.

— Nando... — O instrutor chamou o artista, que estava a poucos passos dali. — Eu esqueci de falar, mas eu chamei um táxi pra gente ir pra confra. O Edu me falou que lá vai ser open bar e que fazem umas bebidas muito boas... Não vou querer dirigir.

— Ah, tudo bem... — Concordou, vendo-o organizar a pia. — Eu não sabia que o Eduardo iria.

— Eu também achei que ele não iria, mas ele me disse hoje que a Mô aceitou ir. Foi realmente meio em cima da hora. — Carlos voltou a dizer, agora guardando o que usou de volta nos armários.

— Mas ela não brigou com a Marcela um dia? Será que isso vai dar certo? — Fernando inquiriu, pensativo.

— Sim, elas brigaram feio lá na academia. Mas acho que vai dar tudo certo agora. Na época, a Mô não estava muito bem e, agora, pelo o que o Edu diz, ela tá ótima e super animada. Então eu fico feliz... — O instrutor foi até o quarto, sendo seguido pelo outro. — Ah, Nando, qual perfume você acha que eu devo usar?

— Eu gosto muito desse aqui em você. — O artista apontou para uma das colônias. — Acho que preciso escolher uma também.

Enquanto o instrutor pegava o perfume, Fernando tirava do cabide a camisa que usaria na festa, tratando de desfazer da camiseta que usava para começar a se trocar. Carlos interrompeu-o para também escolher uma colônia para o artista, aproveitando que o outro estava desnudo para borrifar o perfume pelo seu tórax.

— Espera um pouquinho, deixa eu te cheirar. — O instrutor aproximou-se o suficiente para fungar o artista. — Pronto, agora pode se trocar.

— Eu quero te cheirar também. Vem cá. — Fernando afirmou, surpreendendo Carlos com um abraço repentino.

O instrutor deixou escapar uma risada enquanto era cheirado por ele, sentindo cócegas pela respiração dele em sua pele. Viu o artista suspirar em contentamento e Carlos conseguiu sair do abraço, sentando-se na beirada da cama.

Sempre que podia, parava o que estava fazendo para prestar atenção enquanto o outro se trocava. Não apenas para admirá-lo, mas porque era satisfatório saber que Fernando se sentia à vontade para ficar seminu ao seu lado. Aproveitou para olhar livremente para Fernando, o artista havia começado a se trocar na sua frente há poucos dias e ainda era surpreendente.

Olhava para o abdômen magro, com pelos apenas na região abaixo do umbigo, que desciam até o elástico da roupa íntima exposta pela calça jeans ligeiramente larga no quadril dele. O instrutor tentava não aparentar tão sedento para saber o que se escondia ali embaixo, mas suas expressões falavam mais alto.

— O que foi? — O artista indagou, enquanto abotoava a camisa.

— É que você tá muito gost... — Interrompeu o que dizia, segurando um riso.

— O quê?

— Nada, eu ia falar uma coisa imprópria. — Carlos abriu um sorriso travesso. — Digamos que eu ia te chamar de um adjetivo pra comida.

— Eu também te acho nutritivo. — O artista entrou na brincadeira, arrancando uma risada sincera do outro.

Carlos agora mordeu o lábio, satisfeito por vê-lo tão solto consigo. Continuou sentado na beira do colchão enquanto o outro se arrumava, não queria negar que estava quase enlouquecendo ao pensar que tinha altas chances de irem finalmente para a cama após aquela noite.

Indigente [COMPLETA]Where stories live. Discover now