Capítulo 10 - (Res)sentimento.

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Capítulo 10 — (Res)sentimento.

— Eu prometo que vou pensar nisso com carinho, tá bom? — Carlos concluiu.

— Só não me deixe esperando demais... — André reclamou.

♢♦♢

Eduardo, já no restaurante, começou a se preocupar quando havia se passado mais de quarenta minutos e ainda não havia recebido notícias de Monique. Já estava prestes a mandar outra mensagem quando recebeu uma notificação de quem tanto esperava.

"Me desculpe por desmarcar em cima da hora, mas não poderei ir. Por favor, não fique chateado comigo."

Suspirou, passando a mão pela testa, pensando duas vezes antes de responder. Mesmo chateado, não queria parecer grosseiro.

"Está tudo bem." Digitou.

Se levantou da mesa que havia reservado e assim retirou-se do local.

Quarta-feira, dia 7 de setembro.

Eduardo foi trabalhar com um crescente mau humor, resultante de uma noite mal dormida. Havia ficado a madrugada toda pensando no porquê de Monique ter desmarcado o encontro, não conseguindo simplesmente mandar mensagens ou ligar perguntando o motivo da desistência dela.

Após algumas horas passadas, encontrou-se com Carlos no horário de almoço, na cozinha da academia, que foi quando o colega teve a deixa para dizer:

— Eu sei que tem alguma coisa te incomodando e com certeza não é o fato de que a gente tem que trabalhar no feriado... Você quer me falar ou...? — Carlos abriu um sorriso empático, mesmo sem saber o que se passava com ele.

— É, eu não consigo disfarçar essas coisas. — Confessou, juntando-se à mesa.

— Se não quiser me falar, tudo bem, também. — Desembrulhou os talheres que trouxe.

— É que a Monique me deu um bolo ontem. — Resumiu, ainda indignado. — Ela só disse que não poderia ir, sem falar mais nada. Nisso, eu já estava esperando ela há quase uma hora.

— É sério? — Arregalou os olhos, sem acreditar.

— Aham. — Suspirou, envergonhado.

— Poxa, por que será que ela fez isso? Será que aconteceu alguma coisa?

— Você é desses todos positivos mesmo, hein. — Eduardo soltou uma risada. — Chega até ser irritante, de tão ingênuo.

— É que eu nem sempre gosto de pensar o mal das coisas e das pessoas. Às vezes ela realmente teve um bom motivo para cancelar, sei lá.

— Tá, talvez ela tenha tido realmente alguma coisa pra fazer, mas ela poderia ter me avisado... Tipo, bem antes, né? Pelo menos antes de eu chegar no restaurante. — Bufou, passando a mão na testa. — Eu só passei vergonha reservando a mesa para dois e depois indo embora.

— Bom, eu sei que ela pode ter tido uma emergência, mas também podemos pensar na possibilidade de ela ter feito isso por outro motivo. — Carlos sinalizou, demonstrando uma expressão que o amigo não reconheceu.

— Explique melhor. — O amigo pediu, curioso.

— Você me disse que ela era um pouco insegura, principalmente por causa do peso, não seria por algo assim? Às vezes ela tem medo de que fique mais sério e você a rejeite depois, vai saber. — Carlos levantou os ombros.

— Eu não quero dizer que isso não faz sentido, eu até entendo a preocupação, caso seja essa. Só que ela já está cansada de ouvir de mim que isso não é problema algum e que eu não quero mudá-la. — Eduardo olhou por um segundo para o chão, pensando naquela possibilidade.

Indigente [COMPLETA]Where stories live. Discover now