Capítulo 55 - Namorando.

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Capítulo 55 — Namorando.

Terça-feira, 25 de outubro.

Carlos saltou da cama assustado ao ver que horas eram. Estava nu, então precisava se trocar com pressa, precisou abrir as gavetas rapidamente, colocando as roupas o mais rápido que conseguiu. O instrutor lavou o rosto e escovou os dentes, jogando uma água nos fios longos, para arrumar os cabelos para trás.

— Desculpa te acordar... — Carlos falou, assim que saiu do banheiro da suíte, vendo o namorado já acordado. — Eu tô atrasado, preciso correr. Acho que vou deixar pra tomar o café por lá.

— Você já se demitiu, por que a pressa? — Fernando indagou, após bocejar. — Fica um pouquinho aqui...

— É que combinei de ir uma reunião hoje com o Átila e o Luís. Eles queriam conversar entre si antes de dar uma resposta definitiva para mim e o Edu. — Carlos afirmou, agora engatinhando sobre a cama. — Mais tarde eu vou estar livre...

— Bom saber... — O artista respondeu, sentindo-o sentar sobre seu colo. — O que acha da gente sair pra jantar pra comemorar?

— Eu gosto da ideia. — O instrutor sorriu, abaixando-se para dar um beijo rápido no namorado.

— Então fica combinado. — Fernando disse, subindo com a mão para acariciar os fios molhados do cabelo de Carlos.

— Ah, você disse que precisava ir na Junta Comercial, vai querer carona? — Carlos quis saber, se levantando de mansinho de cima do outro.

— Não, não quero te atrasar. — O artista agora sentava-se na cama, vendo-o ficar de pé.

— Tem certeza?

— Eu vou mais tarde, pode deixar. — Fernando esfregou os olhos, deslizando para a beirada do colchão.

— Tá bom. — Carlos encontrou seus tênis próximos da porta. — Tô indo, então, Nando. Dá mais um beijo.

— Te amo. — O artista recebeu outro selinho.

— Também te amo, até mais tarde.

♢♦♢

Fernando passou o resto da tarde resolvendo as questões em relação à sua própria reabertura da empresa. Pensou que ter de volta um CNPJ não fosse causar tanta diferença, mas assim que regularizou sua situação como autônomo, pôde sentir uma sensação gostosa aquecer seu peito.

E como já estava andando pelo centro, decidiu passar no banco para verificar sua conta. Ana Paula avisou que transferiria o dinheiro pela manhã, então entrou em uma agência e procurou por um caixa eletrônico.

Sua primeira impressão foi querer mudar de caixa quando olhou para a tela. Mesmo sabendo que tinha colocado seus dados corretamente, quase não acreditou que aquela era mesmo a sua conta. Pensou que Ana Paula tinha apenas brincado no dia anterior, mas não, a amiga realmente tinha depositado o dobro do valor do quadro.

Os trinta mil reais estampados na tela do caixa eletrônico tiraram Fernando de órbita. Era uma loucura pensar que seu trabalho tinha causado aquilo e, melhor ainda, que tinha uma amiga que torcia para seu sucesso.

O artista quase não acreditou que aquele dinheiro estava à sua disposição e precisou de alguns minutos para se recuperar da surpresa. Foi assim que saiu do banco que percebeu todas as possibilidades que o esperavam.

E como todas as vezes, a primeira coisa que veio em mente foi Carlos. E não tinha outra forma de utilizar aquele dinheiro senão com ele. Apenas comprou uma única coisa para si antes de ir para casa, precisava programar a melhor noite que o namorado teria em toda vida.

Indigente [COMPLETA]Where stories live. Discover now