Capítulo 19 - Compensação.

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Capítulo 19 — Compensação.

Eduardo andava até os amigos, empurrando o carrinho da loja pelos corredores, ao mesmo tempo que olhava para as estantes analisando as opções, parecendo completamente confuso.

— Ei, gente, vocês podem me dar uma mãozinha aqui?

— O que você precisa, Edu? — Carlos desviou sua atenção das tintas a óleo e encarou o amigo.

— Eu tô meio confuso, eu tinha escolhido turquesa pra decoração, porque a Mô me disse que era a cor preferida dela, mas agora tô gostando de algumas coisas cor-de-rosa e fico com medo de ela achar muito clichê. — Eduardo iniciou, aproximando-se com seu carrinho já cheio de almofadas, caixas decorativas e aparatos que achou que combinaria com o escritório.

— Mas a cor turquesa combina com rosa. — Carlos contrapôs, analisando as duas cores juntas. — Talvez fique menos enjoativo do que com uma cor só, você poderia misturar as duas cores pelo ambiente.

Eduardo olhava para os itens escolhidos, pensativo com a sugestão do amigo. E Fernando, que apenas ouvia curioso, notava o olhar atencioso de Carlos sobre as decorações e enquanto se posicionava sobre as cores.

— O que você acha, Nando? — O instrutor voltou o olhar sobre o artista, vendo-o ligeiramente distraído. — Tem alguma ideia?

— Bom... — Fernando pensou por um segundo antes de falar. — Você pode ter realmente mais do que uma cor implementada ao ambiente sem destoar muito uma da outra, mas aí tem que pensar na paleta de cores que você quer. Por exemplo, esse tom de rosa está mais escuro que a cor turquesa, então isso influencia na apresentação final do quarto, porque o rosa vai se sobressair.

— É verdade, eu não tinha parado pra pensar nisso. Eu sei que ela gosta de rosa, só não sei se vai combinar desse jeito. — Eduardo se pronunciou.

— Você poderia focar em tons pastéis. — Fernando sugeriu. — Com as mesmas cores você consegue chegar em um resultado mais harmonioso, fica mais fácil de combinar.

— Eu gosto da ideia, vou aderir. Você me ajuda?

O artista abriu um sorriso e gesticulou afirmativamente com a cabeça. Agora a estratégia seria manter o mesmo projeto do escritório, mas com o padrão de cores novo. A cabeça de Eduardo parecia girar com tanta informação e Fernando estava satisfeito por conseguir tê-lo ajudado.

A loja já estava com as portas abaixadas quando saíram, levando o carrinho lotado e tendo que dividir as compras em dois carros. Uma parte das coisas seria levada para a casa de Carlos, para que Fernando utilizasse os materiais para o quadro que combinou de fazer, enquanto Eduardo levaria o restante.

♢♦♢

Dia seguinte, quinta-feira, 15 de setembro.

Carlos já estava pronto para o trabalho, mas ainda não havia tomado seu café da manhã, apenas esperando o artista se levantar para comerem juntos. E ao não notar a movimentação dele, foi até ao quarto que ele estava. Deu três toques suaves na porta e esperou.

Não tendo resposta. Voltou a insistir nos toques e o chamou:

— Nando, você vai querer que eu te deixe na casa do Edu? — Chamou, ainda sem resposta.

Carlos tocou a maçaneta, pedindo licença antes de entrar, abaixando o tom de voz instintivamente quando viu que o artista estava deitado.

— Nando... — Disse outra vez, quase sussurrando.

O instrutor olhou para o lado e abriu um sorriso ao notar que o cavalete que haviam comprado no dia anterior já estava em uso, com uma tela começada no suporte. Cores claras formavam folhagens delicadas, que envolviam o esboço de lindas flores, conseguindo imaginar como a pintura ficaria após pronta.

Indigente [COMPLETA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora