Capítulo 37 - Saudosista.

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Capítulo 37 — Saudosista.

Carlos pensava que sua mente estava sob controle antes, mas perdeu completamente a razão ao perceber o artista se inclinando sobre seu corpo. Fernando pouco dava iniciativa para qualquer coisa, então tê-lo tão interessado em se aproximar, era o melhor presente que poderia ter recebido.

Fernando dobrava um dos joelhos no sofá enquanto o outro permanecia esticado. Estava curvado sobre o corpo de Carlos, mas com receio de encostar seu próprio quadril no dele, até porque, não queria que o instrutor sentisse mais do que deveria naquele momento. Teve que se manter ligeiramente afastado.

O artista sentia seus cabelos serem tocados pelas mãos carinhosas de Carlos, que subiam de seus ombros, até sua nuca. Abaixo de si, ele ria baixinho e fechava seus olhos, querendo deixar claro o quanto queria um beijo dele.

E o beijo, que era para ter surgido de mansinho, não foi capaz de inibir qualquer desespero que sentiam para estarem juntos. O rosto de Fernando agora grudava ao rosto do homem que era o rei de todos os adjetivos existentes para beleza e perfeição. E, para o alívio do pobre coração atormentado do artista, Carlos estava tão impaciente quanto ele.

Suas bocas não pareciam perdidas quando se tratava de se encaixarem, separarem, deslizarem uma sobre a outra e se encaixarem novamente. E embora antes seus lábios tenham apenas se tocado com pouca frequência e muita timidez, pareciam viver um beijo digno de filmes. Era como uma típica cena de uma despedida acalorada; um reencontro meloso ou um momento genuíno de felicidade. E talvez, se envolvesse um pouco de fricção, um beijo de um filme que muito provavelmente seria impróprio para menores.

Carlos deixava sua boca ser usada e retribuía cada movimento com todo seu interesse. Até mesmo não se importava caso o outro notasse o seu corpo pedindo para irem além daquilo. O instrutor não controlava mais as contrações involuntárias pelos calafrios que os lábios dele lhe causavam e não respondia mais por si.

Os olhos azuis, antes fechados, se abriam vagarosamente, permanecendo semicerrados em uma expressão completamente pervertida e entregue. Carlos notou que após isso, o outro diminuiu por alguns segundos o ritmo, seguindo seu comando silencioso. E satisfeito por ter os olhos castanhos fixados em si, se afastou minimamente do beijo.

Apenas sorriu e se aproximou outra vez do rosto liso do seu artista. Queria mais e pegaria mais. O instrutor subiu suas mãos pelas bochechas dele, mantendo suas mãos nas laterais de seu rosto. Carlos não se importou com o quanto seria abusado ao tocar os lábios dele agora com a ponta de sua língua, lambendo-os por fora.

Fernando poderia sentir os dedos do outro apertando sua camiseta com tanta força, que não podia ter recado mais claro que aquele. E todos os pelos de seu corpo se eriçaram pela aflição de voltar para a boca dele. O artista o queria tanto, que jurava ser errado.

Carlos recebeu-o de volta, grudando seus lábios, deixando com que o outro o levasse enquanto seus dedos voltavam a subir vagarosamente até a nuca de Fernando. Queria puxá-lo para mais perto, sentir mais dele, queria aprofundar o beijo e antes que pudesse tomar qualquer iniciativa, um latido chamou a atenção de ambos.

O artista tomou um sobressalto e foi o primeiro a se virar para olhar para o cão ao lado do sofá. Carlos apenas ria enquanto abaixava suas mãos. Kid não precisava saber falar para demonstrar que estava impaciente. Fernando viu a expressão risonha do outro e soube que era a hora de parar. O cachorro permanecia olhando para ambos, agora dando outro latido para ter atenção.

— Uma vez dita a palavra p-a-s-s-e-a-r, tem que cumprir. — Carlos soletrou o termo proibido, enquanto se sentava de volta ao sofá.

— Então é assim que é ter filhos... — O artista se queixou, também sentando-se ao lado do outro.

Indigente [COMPLETA]Where stories live. Discover now