Capítulo 50 - Calúnia.

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Capítulo 50 — Calúnia.

— Onde você vai? Fica aqui comigo... — Carlos pediu, manhoso.

— Preciso apagar as velas. — Fernando respondeu, rindo baixinho enquanto deixava um beijo sobre a testa suada do outro.

— Não demora. — Carlos livrou-o de seus braços e viu-o se levantar.

O artista saiu do quarto e com pouco tempo estava de volta, dessa vez, voltando acompanhado de Kid. O cão encontrou um lugar confortável para deitar no tapete ao lado da cama e Fernando engatinhou sobre o colchão, voltando a se deitar ao lado do namorado.

— Eu não quero ir trabalhar amanhã. — Carlos murmurou. — Quero só ficar aqui com você...

— Não pense em amanhã, não. Ainda tá cedo. — O artista abriu um sorriso meigo enquanto voltava a abraçá-lo.

— Nando... — Chamou-o, assim que ele se aconchegou em seus braços.

— Fala.

— Eu não sei se você vai querer me falar sobre isso, mas... Por que quis esperar pra gente dormir junto? Quer dizer... Eu sei que você não estava pronto, você não precisa falar se não quiser, é que...

— Eu acho que o fato de estar há muito tempo sem praticar foi o principal pra eu me preocupar com o meu desempenho. — Riu baixinho, acariciando os fios longos de Carlos. — E sem contar que eu não queria que você pensasse que eu tinha escolhido ficar com você apenas por isso.

— Mas eu nunca pensaria isso. — O instrutor acariciou o rosto liso do artista.

— Olha só pra você, olha para o seu corpo. Não existe qualquer pessoa na Terra que não te ache atraente. — Fernando declarou, vendo-o sorrir. — Então mesmo eu querendo muito, tive que me segurar. Eu sabia que poderia ter uma chance de você mudar de ideia quanto ao relacionamento e se a gente dormisse junto isso talvez dificultaria as coisas pra você... Eu não sei se isso faz sentido, mas eu não queria que você se arrependesse.

— Por que eu me arrependeria, Nando? — Carlos diz, encarando os olhos castanhos do artista. — Eu detesto o fato de você ter se segurado tanto só por minha causa, pensando em mim. E os seus sentimentos, não importam?

— A sua felicidade vem em primeiro lugar pra mim. — Fernando encontrou a mão dele, puxando-a para beijá-la. — Eu te amo.

— Eu também te amo. — Carlos respondeu, não conseguindo parar de sorrir. — Mas daqui em diante eu quero que você pense em você também, tá me ouvindo?

— Eu não prometo nada. — Fernando riu baixinho e aproximou-se para beijá-lo na boca.

♢♦♢

Quarta-feira, 19 de outubro.

Eduardo não poderia estar mais radiante naquela manhã de trabalho. A namorada havia escolhido o acompanhar pela manhã, então haviam chegado juntos à academia. Monique esperava-o do lado de fora do vestiário e aproveitou para dar uma volta pelo local.

Ela observou as pessoas dando tudo de si, suadas e exaustas, malhando em seu limite. Parou de andar ao chegar nos degraus perto das salas de dança, vendo uma moça encolhida, com a cabeça repousada sobre os próprios joelhos, com os olhos marejados. Sem pensar duas vezes, sentou-se ao lado dela, dizendo:

— Oi, desculpa te incomodar, mas posso ficar aqui com você?

— Pode. — A loira respondeu, enxugando os olhos.

— Como é seu nome? — Monique continuou.

— Manuela.

— Prazer, Monique. — A blogueira afirmou, logo arrumando os cabelos cacheados em um coque alto. — Manuela, por que está chorando? Se é que me permite a intromissão.

Indigente [COMPLETA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora