Capítulo 32 - Flashback.

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Capítulo 32 — Flashback.

Carlos arregalava os olhos, se levantou em um impulso e até mesmo se sentiu ligeiramente tonto por estar de pé rápido demais. Correu até a sala, pensando ter ouvido um barulho no portão. Mal sabia que horas eram, mas fez questão de sair correndo, apenas de meias, pelo quintal. Abriu o portão com pressa, olhando para os lados, sem qualquer sinal de que o artista tinha voltado.

Voltou para dentro de casa e viu que Kid carregava um de seus ossos pesados na boca. Viu-o soltar no chão e fazer um barulho semelhante ao que tinha acabado de ouvir. Sentiu-se um completo idiota e apenas foi ao seu quarto, precisava escovar os dentes e colocar uma roupa mais confortável para dormir.

♢♦♢

Naquela noite, Fernando se mantinha perturbado. Não poderia dormir com sua cabeça dando voltas. E o que podia fazer era repassar tudo o que tinha ouvido. O que não melhoraria o que sentia, mas de certa forma, faria com que processasse o que escutou.

Era completamente plausível que Carlos tivesse recorrido a uma medida drástica para o convencer, mas não podia negar que as palavras dele mexeram com o mais fundo que alguém tinha chegado em seu peito. E sabia exatamente a sensação, porque já tinha vivido aquele sentimento antes.

Um pouco mais de um ano atrás estava com alguém que o fazia se sentir da mesma forma. Um homem que parecia ser sua versão mais jovem e bonita, era incrível como Natan tinha os mesmos traços que os seus. Não se cansava de o admirar de perto e apenas queria permanecer ao lado dele sempre que podia.

E em sua rotina tentava encaixar os períodos em que ficariam juntos. Durante os dias de semana, combinavam de se encontrar. Mas aos finais de semana e em datas especiais, muitas vezes não conseguiam. Na realidade, não podiam, o relacionamento deveria ficar escondido até mesmo dos amigos tão próximos que tinham em comum.

Com aquela lembrança surgindo, Fernando agora só conseguia pensar no seu último aniversário que passou ao lado do homem que mais amou na vida. Completavam oito meses desse relacionamento sigiloso e se encontraram na sua casa, como na maioria das vezes.

Sexta-feira, 4 de setembro de 2015.

— Feliz aniversário... — Natan suspirou, se encaixando perfeitamente nos braços do artista deitado.

— Ainda não é meu aniversário. — Fernando abriu um sorriso sem jeito, não conseguia lidar bem quando o outro o olhava daquela forma amorosa.

— Ah, mas falta só uns minutinhos pra meia-noite. Já tá valendo. — Riu baixinho e beijou a pele suada do namorado. — Eu te amo, você sabe né? Eu sei que eu não sou de falar muito, mas você é muito importante pra mim. Eu não conseguiria viver sem você.

O sorriso do artista se transformou, todo seu rosto se iluminou com aquelas palavras tão carinhosas. Apenas conseguiu o abraçar com força, juntando seus corpos nus na cama e apertando a pele dele com força. Por toda a sua vida quis encontrar um amor como aquele e finalmente tinha conseguido.

— Eu também... — Fernando falou baixinho, ainda dentro do abraço. — Não sei o que eu faria sem você, então obrigado por estar comigo.

Após aquilo, quis afastar-se do abraço apenas o suficiente para roubar seus lábios com vontade. Seu beijo não era o mais contido de todos naquele momento, queria mostrar o quanto o desejava e até mesmo que gostaria de repetir o que tinham acabado de fazer.

O artista descia com as mãos para acompanhar toda a pele quente abaixo de seus dedos. Sentia toda a textura lisa do corpo que tanto amava e não conseguia parar de sorrir. O outro retribuía seus beijos e esfregava suas pernas em resposta, gemendo baixinho quando os carinhos ficaram intensos demais para conter os espasmos.

Indigente [COMPLETA]Where stories live. Discover now