Capítulo 52 - Convite.

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— Olha só, você também errou! Não aja como se fosse a dona da razão! — Roger rebateu.

Marcela nada respondeu, dando-lhe as costas e seguindo seu rumo, fazendo-o temer o futuro, porque mesmo que a professora não mantivesse uma boa conduta, sentia-se aprisionado por depender de sua amizade.

Assim, ele caminhou de cabeça baixa, indo até a área externa da academia, pelos fundos. Sentou-se em um pequeno muro, observando o movimento dos carros na rua, passando alguns minutos naquela situação, até fixar sua atenção em um veículo em específico que estacionava por ali.

O professor surpreendeu-se quando desse carro que tanto encarava, saiu Manuela, que já não via há algum tempo. Percebeu que a loira ia em sua direção, sorrindo enquanto admirava seu jeito de andar.

— Você parece pra baixo... — Ela afirmou, sentando-se ao seu lado, dando-lhe um beijo na bochecha. — Tá triste?

— Estou me sentindo mais culpado do que triste, para falar a verdade. Mas é bom te ver por aqui, como andam as coisas?

— Tirando a correria da faculdade, tá tudo bem. Só que por que está se sentindo assim? O que houve?

— Sinto que eu causei a demissão de uma pessoa.

— E essa pessoa é a Marcela? — Manuela indagou.

— Você é boa no chute. — Ele surpreendeu-se.

— Não foi chute. O Caio me contou o que aconteceu aqui e toda a treta que ela tava envolvida, foi por isso que eu vim. — Riu.

— Como ele soube da história?

— Ele é bem próximo do Luís, ele que falou tudo o que ela aprontou aqui, até mesmo com o irmão dele.

— Ela aprontou, eu sei, mas não acho que ela deveria ter se demitido.

— Se ela se demitiu, foi por bem querer. — A loira ergueu os ombros.

— O problema é que eu sinto que eu tive um pouco de culpa nisso.

— Por que diz isso? O que você fez?

— Eu dedurei ela, digamos assim. Só que na minha cabeça, aquilo faria bem a ela.

— Bom, se tudo foi realmente como o Caio me contou, ela te enganou, não só você, como manipulou todo mundo com quem ela se envolvia... Eu não sei nem que tipo de nome dar para uma pessoa assim, acho até pouco ela ter se demitido, vocês foram bonzinhos demais por não levarem esse caso para a delegacia!

— Não exagera, vai.

— Ela mentiu que tinham violentado ela! Ela mentiu pra você! Você é besta?

Roger permaneceu calado, observando a expressão irritada no rosto de Manuela se desmanchar. Ele olhou para baixo, encarando os próprios pés, com vergonha de encará-la.

— Vem cá, deixa eu te perguntar uma coisa. — Ela continuou.

— Pergunte. — Falou, ainda de cabeça baixa.

— Você gostaria de ver a Marcela pagar pelo o que ela fez?

— Que tipo de pergunta é essa? — O professor agora levantou o rosto, confuso.

— Me responde, diz se você gostaria de ver ela sendo punida por todas essas mentiras e assédio moral.

— Sinceramente, não. Jamais gostaria de ver a Celita em uma situação ruim, por mais que eu não a apoie às vezes, sei lá... Ela é importante pra mim.

— Certo, era tudo o que eu queria ouvir.

— E o que você quis dizer com essa pergunta? — Roger indagou, seriamente.

Indigente [COMPLETA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora