Capítulo 39 - Queda.

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Eduardo já havia recusado um convite de uma reunião de família, porque tinha certeza de que sua mãe poderia ter contado aos outros parentes sobre a internação de Monique. E não queria ter que responder perguntas pessoais e comprometedoras. Sabia que se sentiria recuado e não estava pronto para vê-los ainda.

Seus primos poderiam entender e algumas tias também, mas não queria que tivessem a impressão errada de Monique sem que a conhecessem direito. Então mesmo que quisesse fazer algo diferente, escolheu ficar em casa.

Trocou algumas mensagens com Carlos pela manhã e quando pensava que passaria o domingo todo jogado na cama, recebeu um convite do amigo para almoçar. Não queria se lamentar pelo restante do dia por não estar recebendo notícias de Monique, então tratou de se levantar.

No horário combinado, chegou à casa dele. Podia ouvir os latidos de Kid do outro lado do portão e em seguida, os passos do amigo.

— Boa tarde, cara. Como você tá? — Eduardo exclamou ao vê-lo.

— Fora aquilo que eu te falei, sobre o susto que o Kid me deu, eu estou bem. — Carlos riu baixinho, lhe dando espaço para entrar enquanto segurava Kid para não escapar.

— Ainda bem que deu tudo certo. Se até eu me apeguei com esse carinha, imagina você.

— Eu falo pro Fernando que ele é o nosso filhinho. — Riu com o amigo, agora fechando o portão. — Inclusive, foi o Nando que cozinhou hoje. Vamos ter quibe de forno.

— Cara, vocês estão muito casados. — Eduardo riu debochado, caminhando ao lado dele.

— E vê se não fala esse tipo de coisa na frente dele. Você só falta me matar de vergonha! — Carlos repreendeu-o, sem conseguir segurar a risada por muito tempo.

Eduardo fez questão de fazer outra piadinha para o amigo antes de entrarem na casa e assim que passou pela porta de entrada, sentiu o cheiro gostoso vindo da cozinha. A mesa já estava posta e Fernando retirava as luvas térmicas da mão, tendo colocado a travessa sobre um apoio na mesa.

— Nossa, que chique! Mais alguém vai vir comer também? Por que tô me sentindo um convidado especial. — Eduardo afirmou, tomando um sorriso envergonhado do artista. — Mas sério, até cheguei a salivar. Só pela cara, isso deve estar muito bom.

Fernando quase não quis aceitar o elogio, mas Carlos também teve que concordar que a comida estava lindamente decorada. Uma perfeita obra de arte no prato e no paladar.

Eduardo não se sentia nem um pouco arrependido de ter saído de casa. Ele sabia que poderia não enfrentar uma reunião de família, mas agora sabia que estava em um lugar livre de julgamentos.

Era gostoso passar esses momentos com o amigo, principalmente ao vê-lo feliz ao lado de alguém. Isso fazia seu peito apertar de saudade de Monique, mas só podia desejar o melhor para Carlos e Fernando.

Carlos queimava a língua pela pressa em começar a comer, tendo que dar um gole em seu suco para esfriar sua boca. Mal precisou explicar o que tinha acontecido, rindo sozinho pela sua fama de rei dos desastres.

— Então Fernando... — Eduardo iniciou um assunto. — Você me deixou super curioso com a história do evento ontem. Queria saber se você tá a fim de contar o resto pra gente. Quer dizer... Eu não sei se o Carlos já sabe, mas eu tô bem curioso.

— Não, não tenho problemas em contar... Só é uma história um pouco revoltante. — Puxou uma cadeira ao lado de Carlos, sentando-se. — Caso queiram saber, eu posso falar do que aconteceu antes do evento. Que foi o que fez com que ninguém fosse na exposição.

— Eu tô doido pra saber. — Eduardo deixou claro, enchendo seu copo de suco.

— Eu também. — O outro concordou, com os dois olhando para o artista.

Indigente [COMPLETA]Where stories live. Discover now