Capítulo 22 - Proteger.

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— Du, eu queria te falar uma coisa... — O chamou, com sua voz saindo levemente distorcida pelas bochechas prensadas pelos dedos dele.

— Oi? — O namorado soltou seu rosto, sorrindo bobamente, ainda se mantendo perto.

— Eu também te amo. — Monique simplesmente falou, sentindo seu peito acelerar de alegria ao vê-lo mostrar os dentes, abrindo ainda mais o sorriso.

— E agora eu sou o cara mais sortudo do mundo.

Puxou-a para um abraço gostoso, sentindo o alívio de vê-la confortável consigo. Não conseguia explicar aquela conexão tão profunda que sentia com ela, não era comum e precisava valorizar aquilo que tinham. Com Monique não era diferente. Ela não poderia pedir braços mais acolhedores e sabia que estava em boas mãos.

As horas se passaram e Eduardo recolhia as coisas da mesa do lanche que tinham pedido. O plano para o resto daquela noite seria um bom filme e quem sabe, abrir um vinho para relaxarem.

— Ai, que saco. Essa droga de cinta fica me apertando... Um dia vou morrer sufocada com esses modeladores.

— Não quer ir se trocar? Eu posso te dar uma roupa minha e você troca de roupa. Já que vai dormir por aqui, aproveita e fica mais confortável. — Eduardo ofereceu, sem querer se intrometer no assunto da cinta, por não concordar que ela deveria usar algo tão desconfortável.

— Quero sim, Du. — Ela aceitou, alegre.

— Então vamos. — Esticou o braço para ela, levando-a ao seu quarto.

O guarda-roupa foi aberto e Eduardo escolheu uma de suas camisetas preferidas, curioso para ver como ficaria na namorada. Deixou Monique à vontade para se trocar e quando voltou, precisou controlar a expressão de bobo apaixonado. A blogueira parecia nitidamente mais confortável, já sem a cinta modeladora para a apertar e, na parte de baixo, vestida de seu calção de treino.

— Você tá linda assim, Mô. — O namorado a elogiou, vendo-a voltar a olhar no espelho do quarto.

— Nos filmes eles romantizam tanto essa questão de as mulheres parecerem tão pequenas dentro das roupas de seus namorados, que a gente cresce acreditando que é preciso ser minúscula. — Ela bufou, ao notar que a camiseta de Eduardo ficava justa em seus seios e quadril.

— É verdade. Além de que isso meio que obriga os caras a se sentirem na obrigação de serem maiores que a parceira, né? No sentido de ser forte e mais alto. — Eduardo continuou o assunto, indo em direção da namorada. — Você acredita que alguns primos meus não saem com mulheres mais altas que eles?

— É bom você ter comentado isso. Porque é justamente o que a sociedade faz com os homens e mulheres. — Monique revelava, exibindo uma expressão pensativa enquanto ainda se admirava no espelho. — Eu lutei toda a minha vida contra o meu corpo... Até chegar em um ponto que não achava justo o que eu estava fazendo comigo mesma. Então eu parei.

Eduardo abraçou-a por trás, apoiando sua cabeça aos ombros dela e vendo seus corpos unidos no espelho. Sorriu ao vê-la aceitar prontamente o gesto, observando as covinhas moldando o sorriso dela. E o melhor de tudo, era notável como a namorada estava mais tranquila.

— Eu nunca achei que poderia me sentir assim. — Ela agora cobria as mãos dele sobre sua barriga, acariciando-o.

— Assim como? — Eduardo quis mais detalhes, se derretendo pela voz meiga da namorada.

— Tão querida, tão amada. — Monique desviou o olhar do espelho, olhando para os próprios pulsos enfaixados. — Obrigada por estar comigo, Du.

Indigente [COMPLETA]Where stories live. Discover now