Capítulo 16 - Recomeçando.

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— Calma, vai dar tudo certo... Se lembre que ao fim da semana você já vai estar de férias e, além do mais, eu tô aqui para o que você precisar. — Apoiou a mão no ombro do amigo, depositando tapas suaves na região. — E não só eu, como a minha família toda. Tenho certeza de que eles iriam te ajudar em qualquer coisa que precisasse: com doações, talvez uma vaquinha pra angariar fundos, qualquer coisa. Se você precisar de ajuda eles vão estar lá, eu acho até que eles gostam mais de você do que de mim.

— O que eu não tenho de proximidade com a minha família, eu tenho com a sua. — Carlos afirmou, rindo baixinho. — Eu prefiro mil vezes estar com eles do que ter que ir ver meus parentes.

— É até engraçado você no meio dos meus primos nos churrascos de família, eu nem te encontraria se você não fosse o único branquelo. — Eduardo falou, fazendo o amigo rir. — Mas eu falo sério, tá? Você tem uma família inteira disponível pra caso precise, então não se sinta sozinho nessa.

— Eu agradeço, Edu. Você nem imagina o quanto. — Carlos encarou o amigo, completamente grato pelas palavras.

— E pra te animar um pouco, eu tenho uma novidade pra te contar e você vai ser o primeiro a saber. — O amigo falou, despertando a curiosidade do outro.

— O que é?!

— Eu te conto no horário do almoço! — Eduardo se levantou, vendo a expressão incrédula no rosto do amigo. — Eu já estou atrasado!

— Eu não acredito que você solta uma dessas só pra me deixar curioso! Volta aqui, senhor Eduardo, me conte tudo! — Carlos se levantou para ir atrás dele. — Edu! Edu!

♢♦♢

Carlos andava pela academia, vendo um casal de alunos andando de mãos dadas após finalizarem seu treino. Isso fez com que se lembrasse de André e a vontade que ele tinha de se assumirem em público, por um momento, a culpa voltava a pesar, o advogado apenas queria ser valorizado e Carlos não conseguiu ser o namorado que ele precisava.

O instrutor tinha em mente que era difícil se desapegar de alguém, pois em todos os seus relacionamentos anteriores, mesmo sendo ele que havia terminado, tinha sofrido por um longo período após o fim. Então a solução era o mais simples clichê possível: dar tempo ao tempo.

Depois de um bom tempo instruindo alunos que se matricularam naquele dia, a hora do almoço chegou, podendo finalmente respirar. Aliviado por não ter que responder perguntas que sempre o tiravam do sério, com os alunos querendo saber como ganhar massa muscular rápido ou algum remédio milagroso para emagrecer.

Não que fosse impaciente com os amadores, pelo contrário, até não sabia como conseguia ser tão atencioso nesses momentos, mas explicar detalhadamente que medidas radicais não eram seguras, não era simples.

Carlos encontrou-se com Eduardo no refeitório e ambos pegaram suas refeições caseiras, esquentando-as nos poucos e disputados micro-ondas e indo à mesa juntos. Cumprimentando outro colega de trabalho que terminava de almoçar.

Assim os dois amigos, além do outro instrutor, trocaram algumas palavras sobre os iniciantes, rindo de algumas pérolas que costumavam ouvir, principalmente quando os próprios alunos os tentavam ensinar, como se questionassem a inteligência dos instrutores.

Após Carlos e Eduardo verem o colega de trabalho levantar-se da mesa e voltar ao trabalho, puderam voltar aos seus assuntos normais, sem medo de que ficariam ouvindo.

— Então... Não pense que eu esqueci que você tem uma fofoca pra me contar. — Carlos iniciou, vendo o amigo rir.

— Não é fofoca, apesar de você ser o primeiro a saber. — Falou, dando a última colherada em sua comida. — Eu pedi a Monique em namoro.

Indigente [COMPLETA]Where stories live. Discover now