♢♦♢
— Bom dia, meu caro amigo. — Eduardo cumprimentou Carlos com uma reverência, no vestiário.
— Tá de bom humor, e? — Carlos riu, vendo-o reluzente.
— Ah, você não faz ideia. — Edu declarou, abrindo seu armário.
— Monique? — Parou para analisar as expressões empolgadas do outro.
— Sim, Monique. — Guardou as chaves do carro e trancou-o de volta. — Ou como estou a chamando agora, Mô.
— Hum... — Carlos enfatizou, longamente. — Já quero saber de tudo, pode ir contando!
— É o seguinte... Depois do bar, ela me ligou e se abriu totalmente comigo e foi super sincera sobre a vida dela. — Revelou, não conseguindo deixar de sorrir. — Eu tô me sentindo aliviado agora por saber que ela não desistiu de sair comigo... Eu achei mesmo que ela não tava nem aí mais pra mim.
— Tá vendo? Eu disse que você tinha que ser otimista. — O amigo brincou, rindo baixinho. — Mas eu fico feliz por vocês, de verdade.
— Quer saber como foi a nossa conversa? — Eduardo indagou, podendo ver que o outro colocava uma mão na cintura, indignado.
— E você ainda pergunta?! Conta logo! — Carlos enfatizou, fazendo o amigo rir.
— Bom, tudo o que eu estava achando estranho a respeito dela, como o fato de ela ter cancelado o encontro em cima da hora e a falta de uma explicação plausível pra isso, agora faz sentido. — Eduardo iniciou, vendo o interesse do amigo. — Pelo que ela me disse, ela tem um transtorno de personalidade que se chama borderline. Já ouviu falar?
— Não, não que eu me lembre. — Carlos respondeu, ainda mais curioso.
— Basicamente, ela tem alterações de humor com muita facilidade, vai de muita raiva pra alegria súbita e isso pode acontecer a qualquer momento. — Explicou cuidadosamente. — O problema maior é que qualquer coisa pode causar esse desequilíbrio emocional nela, entende?
— Acho que entendi, sim, mas continua. — O amigo incentivou, ouvindo-o atentamente.
— Eu preciso entender o que pode despertar um desses gatilhos nela e tomar cuidado, mas ter em mente que com o borderline não é uma receita de bolo, ela pode estar super bem em um momento e, daqui a pouco, ter uma crise de choro. — Eduardo continuou, vendo que o amigo aparentava ter entendido melhor. — Mas apesar de tudo isso, eu me senti especial porque antes ela estava com medo de me contar que teve uma crise no dia que marcamos o primeiro encontro e ela confiou em mim pra me contar isso...
— Não deve ser fácil contar algo assim pra quem você mal conhece e quer causar uma boa impressão. — Carlos concluiu, após entender a situação. — Então isso foi importante mesmo.
— Eu também pensei nisso e deixei claro pra ela que nada mudaria. Então se tudo continuar assim, teremos um encontro de verdade em breve... E eu tô bem empolgado pra isso, porque ela parece ser uma mulher incrível e eu quero muito conhecer ela. — Eduardo encarou o amigo, esperançoso.
— E tem tudo pra dar certo, Edu. Vocês já começaram bem sendo sinceros um com o outro, é assim que tem que ser. — O amigo reforçou, orgulhoso dele.
Eduardo agradeceu-o, notando que embora ele parecesse contente pelo seu avanço com Monique, também aparentava um olhar pesado de preocupação.
— Olha, Carlos, você pode ser sincero comigo... Se você por acaso achar que é maluquice minha ou algo assim, pode falar. — Voltou a dizer. — Dá pra ver que parece que você não gostou muito do que eu falei, então...
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Indigente [COMPLETA]
RomanceEm meio à olhares tortos de reprovação vindo dos clientes, apenas um olhar era de compaixão quando um andarilho adentrou uma lanchonete no centro da cidade. Carlos parou de comer ao ver o pobre homem chegando, sentindo seu peito apertar ao vê-lo lar...
Capítulo 12 - Recado.
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